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Os cuidados essenciais com o recém-nascido no inverno

Especialistas dão dicas valiosas para ajudar os pais de bebês que chegam ao mundo na época mais gelada do ano

Por Carla Leonardi
Atualizado em 12 Maio 2023, 19h21 - Publicado em 12 Maio 2023, 16h17
Bracinhos e mãozinhas de bebê negro deitado sobre lençol branco. É possível ver as mangas peludinhas brancas de uma roupa de inverno.
 (William Fortunato/Pexels)
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Ter um recém-nascido em casa, sobretudo quando se trata do primeiro filho, traz uma série de dúvidas. “Como sei o que ele está sentindo? Será que estou agindo da maneira certa?”. Questionamentos como esses são normais, afinal, lidar com um bebê que depende inteiramente de nós não é uma tarefa simples. Quando a criança nasce no inverno, então! A preocupação parece vir redobrada, pelo receio de que ela passe frio e fique doente.

Para ajudar as famílias nessa missão, conversamos com especialistas que listaram quais são os cuidados essenciais com o recém-nascido nos dias de baixas temperaturas.

Como saber se o bebê está com frio?

Mãos e pés ficam gelados com facilidade, portanto, é mais eficaz encostar na barriga e nas costas para sentir se estão frias. Caso estejam, é sinal de que a criança precisa ser aquecida.  

“O bebê deve estar com uma camada de roupa a mais que o adulto, pois tem menor quantidade de gordura e menor capacidade de tremer a musculatura para gerar calor”, explica Patrícia Tosta, pediatra do Fleury Medicina e Saúde. “Entretanto, se perceber que ele está suando na nuca, na cabeça ou nas costas, é sinal de que está hiperaquecido e pode desidratar. Nesse caso, recomenda-se tirar um pouco de roupa”, diz.

Banho e troca de fralda

Feche as janelas e separe previamente tudo de que for precisar. “O banho deve ser rápido, para que a criança não fique exposta ao frio por muito tempo”, orienta a médica.

Segundo ela, uma boa dica é deixar o vapor de água aquecer o banheiro por alguns minutos ou, se a temperatura ambiente estiver muito baixa, usar um aquecedor antes (com atenção para não posicioná-lo em uma área molhada). Encoste o dorso da mão ou o antebraço na água para saber se ela não vai machucar a pele do recém-nascido. Outra opção é utilizar um termômetro de banheira – espere que ele marque entre 36º e 37ºC.

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“Assim que terminar, envolva o bebê com uma toalha, cobrindo inclusive a cabeça, para evitar a perda de calor do corpo. Caso esteja muito frio, é melhor trocá-lo no próprio local: tire a toalha molhada, seque bem entre os dedos e em todas as dobras de pele”, recomenda Patrícia.

Nas trocas de fralda, vale novamente a agilidade. “Limpe e seque a região de maneira rápida, para expor o bebê ao frio pelo menor tempo possível”, indica a pediatra, que sugere mais uma vez o uso do aquecedor, se o ambiente estiver bastante gelado.

Recém-nascido usando roupa de inverno - como economizar ao montar o enxoval do bebê
(ginew/Thinkstock/Getty Images)

Como manter o quarto do bebê quentinho

O primeiro passo é não colocar o berço próximo à janela, além de tomar cuidado com as frestas. “Todo ambiente onde o recém-nascido permanece deve ser arejado e ter circulação de ar, mas as janelas precisam ser bem vedadas e ter manutenção adequada”, destaca Clery Bernardi Gallacci, pediatra e neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana. Caso elas apresentem algum tipo de vazamento, devem ser consertadas o quanto antes. Enquanto isso não ocorre, é possível usar toalhas como vedação”, diz.

Preferencialmente, não cubra a criança. Assim, você mantém qualquer risco de sufocamento bem longe. Vista o pequeno em camadas, garantindo que ele fique quentinho e continue seguro. 

Pode usar aquecedor?

Sim, mas com parcimônia. “O melhor é não deixar o aquecedor ligado por um longo período. Os modelos elétricos, por exemplo, podem derreter os polos de eletricidade e causar curto-circuito. Além disso, a umidade do ambiente pode cair muito, levando ao ressecamento das mucosas e a problemas respiratórios”, alerta Patrícia Tosta.

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É importante se atentar ainda às condições dos fios do aparelho, não usar extensões e colocá-lo longe de cortinas ou de água. “Aquecedores a óleo sem termostato, à lenha ou a gás levam ao aumento do monóxido de carbono no quarto”, ressalta. Entre as opções, a versão a óleo com termostato é a mais indicada.

“O superaquecimento não é recomendado, pois pode levar o recém-nascido à desidratação, hipertermia [aumento de temperatura corporal] e até à apneia [parar de respirar durante o sono]. Ainda é importante cuidar da umidificação do ambiente”, completa Clery. Para isso, é possível usar um recipiente contendo água.

Gorrinhos e luvas: sim ou não?

“Como a cabeça tem grande área corporal, é uma região de fácil troca de calor com o ambiente. Portanto, se ela resfriar, o corpo todo do bebê pode sofrer queda de temperatura. As extremidades (mãos e pés) também podem ser áreas difíceis de se manter aquecidas. Gorros e luvas são recomendados, mas evite utilizar lãs e tecidos com menos elasticidade, para não levar à irritação da pele e ao desconforto”, diz Patrícia.

A neonatologista do Hospital Santa Joana destaca ainda a questão do tamanho das peças. No caso do gorro, se for grande, pode cair sobre o nariz da criança, impedindo-a de respirar. Se for pequeno, pode gerar o que ela chama de “compressão do segmento cefálico”, ou seja, apertar a cabecinha. “Para o uso de luvas, também temos que prestar atenção ao período de desenvolvimento do lactente, pois em torno do terceiro ou quarto mês de vida, ele leva muito as mãos à boca”, comenta a médica. Nessa fase, suspenda o uso.

Ômega 3: Nutriente fundamental para o desenvolvimento cerebral do bebê
(Arte: Victoria Daud/ Foto: Tuan Tran/Getty Images)

Cuidados com o frio na rua

De acordo com Patrícia Tosa, é possível sair nos dias mais frios, desde que não esteja ventando demais e por um curto período de tempo – menos de 15 minutos. “Cuidado ao colocar a criança no carro, para que camadas excessivas de roupas não comprometam a segurança, apertando-a demais no bebê conforto”, indica. 

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Lembre-se de que o recém-nascido ainda não recebeu vacinas essenciais e é importante ficar de olho em doenças infecciosas. “Vale evitar ambientes fechados. Os passeios ao ar livre podem ser feitos com a criança no carrinho e com proteção apropriada, como é realizado em países onde o inverno é mais rigoroso”, sugere Clery.

Doenças frequentes no inverno

“As doenças respiratórias são as mais comuns nessa época do ano, quando a umidade do ar cai e o tempo seco prejudica a saúde do bebê, deixando-o vulnerável”, afirma Roberta Pilla, médica otorrinolaringologista pediátrica.

Segundo a especialista, entre os principais problemas, estão: 

Essas doenças podem levar a quadros de insuficiência respiratória, piora das mamadas, risco de desidratação e até a casos graves com necessidade de internação. Logo, precisam ser acompanhadas de perto pelo médico. “A exposição a mudanças bruscas de temperatura, correntes de vento e ar condicionado também pode ser prejudicial”, ressalta. 

“Outra questão do frio são as alterações na pele”, destaca o pediatra e neonatologista Paulo Telles. Alguns exemplos que ele aponta são:

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“Evite banhos muito quentes e demorados, use pouco sabonete e sempre aqueles indicados para bebês. Hidrate bem a pele ao final e, se possível, mais uma ou duas vezes ao dia”, orienta o médico. Com esses cuidados essenciais, a chegada da criança na época fria do ano fica mais segura e tranquila.

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