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3 em cada 10 crianças deixaram de receber vacinas essenciais no Brasil

Com base em dados fornecidos pelo SUS, Unicef alerta que nos últimos 3 anos houve uma queda de 21,61% nos índices de aplicação da Tríplice Viral.

Por Carla Leonardi
Atualizado em 13 Maio 2022, 10h08 - Publicado em 13 Maio 2022, 10h05

Manter as taxas de imunização em um alto patamar é fundamental para que doenças já erradicadas não voltem a circular entre a população. Por isso, as campanhas de vacinação infantil são tão contundentes ao reafirmar a importância de proteger as crianças de problemas potencialmente fatais. Apesar disso, os últimos anos têm demonstrado uma tendência oposta: de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 3 em cada 10 crianças no Brasil deixaram de receber vacinas essenciais nos últimos 3 anos.

Segundo o comunicado divulgado pelo órgão na última semana de abril, houve uma queda no país de 21,61% dos índices de aplicação da Tríplice Viral D1, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Os dados do DataSUS apontam que de 93,1% em 2019, o percentual caiu para 71,49% em 2022.

Ainda de acordo com o Unicef, embora as coberturas vacinais já estivessem em queda antes da Covid-19, a situação ficou ainda mais preocupante após a chegada da pandemia. Nesse contexto, tanto o medo de contaminação pelo coronavírus, quanto a disseminação de fake news a respeito das vacinas aparecem como fatores importantes no agravamento da situação.

Segundo Stephanie Amaral, oficial de Saúde do Unicef no Brasil, as crianças recebem imunização contra, pelo menos, 17 doenças. “O declínio nas taxas de vacinação coloca milhões de crianças e adolescentes em risco de doenças perigosas e evitáveis”, afirma.

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Criança-após-receber-vacina
(FatCamera/Getty Images)

Jean Gough, diretora regional do Unicef para América Latina e Caribe, chama a atenção ainda para a possibilidade de ressurgimento de surtos, o que representa um sério risco para a sociedade. “Esta é uma oportunidade para reestruturar a atenção primária à saúde e reforçar a abordagem integral e comunitária que leva vacinas às populações mais vulneráveis. Não podemos perder os esforços das últimas décadas e deixar que doenças perigosas ameacem a vida das crianças”, comentou Jean Gough.

A campanha nacional de vacinação contra sarampo e poliomielite de 2022 começou no dia 4 de abril. De acordo com o calendário do Ministério da Saúde, de 3 de maio a 3 de junho é a fase destinada a crianças de 6 meses a menores de 5 anos, juntamente com a segunda etapa da vacinação contra influenza.

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