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8 atitudes que os pais devem evitar na época de alfabetização dos filhos

A família desempenha um papel profundamente importante neste momento da vida da criança. Portanto, é preciso atenção a certos hábitos

Por Isabelle Aradzenka
14 set 2022, 15h00
8 atitudes que os pais devem evitar na época de alfabetização dos filhos
 (sinology/Getty Images)
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O processo de alfabetização é o momento em que a criança poderá desenvolver suas habilidades de leitura e escrita. Apesar disso, a aprendizagem não se apoia apenas no ensino formal que tanto conhecemos. O letramento é uma habilidade desenvolvida em meio a vivências sociais, explica Marcia Regina Fonseca, psicopedagoga e orientadora educacional do Colégio Objetivo DF.

Sendo assim, os pais e a família desempenham um papel profundamente importante nessa jornada. Do mesmo modo como algumas atitudes, falas e comportamentos podem incentivar a criança, outros são capazes de gerar o efeito contrário.

Com a ajuda da orientadora e de Aline Soares Monteiro, professora da rede de escolas Luminova especializada em Pedagogia e Psicopedagogia, listamos 8 atitudes que os pais devem evitar na fase de alfabetização do filho para que o processo seja mais acolhedor e acompanhado de pertinho.

1. Não preparar a criança antes do ensino formal

Vivemos em um mundo letrado. É de se esperar, portanto, que a apresentação da criança ao universo das letrinhas e das palavras comece muito antes da alfabetização. “Os nossos pequenos são provocados pelo que lhes é mostrado no meio social, na convivência com o mundo e a família. Este indivíduo precisa ser provocado a interagir e se relacionar com o meio”, explica Marcia.

Por isso, estimular a leitura em conjunto, os jogos que brinquem com as palavras e outros hábitos semelhantes pode ser uma forma divertida de preparar e familiarizar os pequenos com as atividades e o aprendizado que virão no futuro.

2. Desconsiderar a importância de atividades físicas e motoras

Depois de dois anos de pandemia, que afetaram a educação infantil, nunca foi tão evidente o tamanho da importância das competências motoras, práticas esportivas e brincadeiras ao ar livre. “Pudemos perceber que as habilidades motoras não exploradas neste período impactaram no processo do desenvolvimento da escrita, por exemplo”, afirma a orientadora educacional.

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É por isso mesmo que, durante a fase da educação infantil, é bastante recomendado que as crianças sejam incentivadas a realizar atividades envolvendo trabalhos manuais – como brincar com massinha de modelar, fazer recortes, manusear lã, trabalhar com a tecelagem e estimular o movimento de “pinça”, sugere Aline.

“Ao desenvolver a coordenação motora da criança, ela certamente vai conseguir receber o lápis da forma ideal de se pegar. Além de que as atividades de psicomotricidade, durante as aulas de educação física e brincadeiras, também desenvolvem questões de espaço e lateralidade”, completa a professora.

3. Deixar de explorar os sons, objetos e figuras disponíveis

A criança pode (e deve) ser provocada pelos pais a explorar, decodificar, aprender e reaprender tudo que envolve os sons ou as palavrinhas que conhecemos. E por que não aproveitar figuras, objetos e animais que já fazem parte da rotina da casa para isso?

Vale um pequeno passeio no parque, brincar na areia, escrever a primeira letra do nome ou uma amarelinha, aconselha Marcia. Aposte também em momentos de leitura com os filhos, deixando a criança folhear o livro, ver as figuras, ouvir músicas infantis, cantar em conjunto e tudo mais, complementa Aline.

Estes minutinhos de exploração do meio são poderosos para criar hipóteses de visualização e leitura dos objetos que rodeiam os pequenos, tornando prazerosa a descoberta nesta fase. Além disso, com tamanho repertório, o processo de alfabetização será muito mais rápido!

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criança-brincando-com-letrinhas
(Catherine Falls Commercial/Getty Images)

4. Dar todas as respostas para o filho

Mais uma dica importante é que os pais não ofereçam respostas objetivas aos filhos, deixando que eles aprendam um pouquinho por si mesmos. “O ensino acontece a partir do erro. Errar faz parte da aprendizagem. Entender qual foi o equívoco da criança e construir a resposta correta a partir disso é o caminho certo”, orienta Aline.

5. Comparar o tempo de aprendizado da criança

Ambas as especialistas reforçam que cada criança tem sua forma de interagir no mundo, que pode ser influenciada por suas vivências e o ambiente que a rodeia. Todo pequeno possui seu ritmo de aprendizado, que deve ser respeitado. Nunca faça comparações.

Apesar disso, aí vai um aviso para os pais: é importante não confundirmos as coisas e nos acomodarmos com esta frase. Precisamos sempre estimular as crianças para que elas possam estar dentro do aprendizado esperado para a idade.

“Uma criança que chega ao primeiro ano sem saber ler, está tudo bem, algumas não têm esta habilidade ainda. Mas aquela criança que já sabe ler deve ser estimulada a evoluir na leitura, enquanto as demais incentivadas para a aquisição da competência”, explica a professora. Márcia ainda diz que devemos oferecer infinitas possibilidades lúdicas, concretas e abstratas para estimular o momento da alfabetização.

Por outro lado, a família pode reconhecer que o ritmo está incompatível com o desenvolvimento da faixa etária quando, por exemplo, o filho já recebeu todos os estímulos para aquisição da habilidade de escrita ou leitura, porém chega a um período do ensino fundamental sem reconhecer as letras do alfabeto, as vogais ou o próprio nome. “Este é um sinal de alerta e os pais devem procurar ajuda com especialistas”, reforça Aline.

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6. Recusar o apoio de especialistas

As crianças precisam ser assistidas pela família. Uma rotina adequada pode ser conduzida com apoio de especialistas que vão trabalhar junto à escola. Caso os parentes percebam que o filho está com alguma dificuldade no aprendizado, o indicado é conversar com a instituição e pedir auxílio. A escola pode indicar um profissional a partir da conversa com os pais.

8 atitudes que os pais devem evitar na época de alfabetização dos filhos

7. Não participar das atividades escolares e do dia a dia

As famílias devem estar empenhadas, dedicadas e alinhadas com a escola. “É importante a conscientização dos responsáveis, que são os grandes motivadores daquela criança”, pontua Márcia. O auxílio com os deveres, o estímulo à leitura adequada – com a entonação de voz correta – e a apresentação de diversas hipóteses de leitura infantil farão do processo de alfabetização algo prazeroso, mágico e memorável para os filhos.

Observar também é parte do papel dos pais. É indicado brincar com os pequenos para perceber o tempo de resposta deles em determinadas atividades e se a criança apresenta alguma dispersão ou lentidão. “Assim, os responsáveis conseguem acompanhar se ela está se desenvolvendo”, ressalta Aline.

8. Cobrar em excesso e colocar muitas expectativas

É importante não depositar sobre o filho expectativas e cobranças exageradas. Afinal, estas são atitudes que tendem a gerar insegurança e ansiedade. “Esta postura é capaz de causar até um bloqueio na criança, o que torna muito mais difícil o processo de alfabetização”, explica a professora.

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