Por que o Dia Mundial da Alfabetização foi criado?

Mesmo que ler e escrever sejam colocados como direitos de todos, as taxas de analfabetismo no Brasil mostram que a realidade ainda é outra.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 8 set 2020, 15h20 - Publicado em 8 set 2020, 14h59
 (JGI/Tom Grill/Getty Images)
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No dia 8 de setembro de 1967, a Organização das Nações Unidas (ONU) junto com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) instituíram o Dia Mundial da Alfabetização. A data tem como objetivo defender e conscientizar a população de que ler e escrever deveriam ser direitos básicos de todos. Afinal, é por meio destas ferramentas que o ser humano consegue elaborar suas transformações pessoais e do mundo, desenvolvendo consciência social e tendo a capacidade de ter reflexões críticas.

Como lembra o Instituto NeuroSaber, a ciência defende que crianças estão prontas para serem alfabetizadas a partir dos seis anos. Entretanto, os anos anteriores são fundamentais. Os estímulos que os pequenos recebem anteriormente são essenciais para conseguirem aprender a ler e escrever. Por exemplo, entre os dois e três anos, é importante que a criança seja incentivada com sons, cores e letras para que, mais tarde, ela consiga reconhecê-los na alfabetização.

Só que a desigualdade social no Brasil traz consequências preocupantes como o número de pessoas analfabetas. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2019, 11 milhões de brasileiros não sabem ler e escrever, com a maior taxa de incidência na região Nordeste (13,9%). Outro dado importante é de que o analfabetismo atinge o dobro de pessoas negras (8,9%) comparadas a brancas (3,6%) em todo o país.

O combate do analfabetismo no Brasil

Para contornar este cenário, as políticas públicas continuam a ser essenciais, como o cumprimento do documento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Nele, enfatiza-se que a alfabetização deve acontecer até o segundo ano do Ensino Fundamental, quando a criança tem, em média, oito anos. Tais diretrizes também se mostram necessárias para que escolas e educadores tenham em mente quais devem ser as prioridades de ensino nesta fase.

Só que esta ainda não é a realidade do país. Por isso, o Plano Nacional de Educação do MEC estipulou que o objetivo é que todas as crianças brasileiras sejam alfabetizadas até o terceiro ano do Ensino Fundamental entre 2014 e 2024.

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Outra medida importante para o combate do analfabetismo em território brasileiro é a Política Nacional de Alfabetização (PNA), elaborada pelo MEC através da Secretaria de Alfabetização (Sealf). O projeto reuniu especialistas de diferentes instâncias governamentais para discutir e elaborar medidas efetivas para que a alfabetização seja mais eficaz no país.

O resultado foi preparações como o curso “Tempo de Aprender”, destinado a professores e gestores da pré-escola e do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas, e o projeto “Conta para mim” voltado aos pais que querem introduzir a literatura na rotina da criança, processo essencial para a alfabetização bem sucedida. 

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