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Mastite na amamentação: o que é, sintomas e como tratar

É comum que a inflamação mamária apareça nos três primeiros meses de aleitamento. Entenda as suas causas e como aliviar a dor

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 2 mar 2023, 16h45 - Publicado em 2 mar 2023, 16h35
bebê sugando mamilo em amamentação
 (Thanasis Zovoilis/Getty Images)
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Existem aspectos da maternidade que não são tão relatados pelas mães mais experientes. Um deles é a mastite durante a amamentação. Estima-se que 3 a 20% das mães desenvolverão pelo menos um episódio da inflamação nos três primeiros meses de vida do bebê, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia Regional SP (SBM).

Mesmo que seja mais comum entre mulheres com recém-nascidos, o problema pode aparecer em qualquer período do aleitamento, inclusive durante o desmame da criança. A boa notícia para as lactantes é que, a partir do momento que suas causas são conhecidas, a mastite pode ser facilmente evitada e tratada. Entenda!

O que é mastite?

A mastite é uma inflamação da mama que pode ser acompanhada ou não de infecção. Em lactantes, ela é causada por ingurgitamento mamário (leite represado nos ductos) ou por lesões no mamilo, que facilitam a entrada de bactérias nas glândulas.

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Quais são os sintomas da mastite?

Os sinais da inflamação irão aparecer em pelo menos um dos seios (é raro ter mastite nas duas mamas ao mesmo tempo). Os principais sintomas são:

  • Seio endurecido, vermelho e dolorido;
  • Febre, mal-estar e calafrios;
  • Espessamento da pele;
  • Calor na região.

O quadro pode levar até dois dias para evoluir. “No início, se assemelha a um resfriado, pela dor no corpo e a temperatura alta”, diz Fabiola Costa, consultora em aleitamento materno e responsável pela UTI neonatal da Casa de Saúde e Maternidade Santa Martha. Observar o todo é, portanto, primordial. “Um cuidado precoce, bem direcionado, evita até a necessidade de medicamentos”, completa.

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(Mehmet Kirkgoz/Pexels)

As causas da mastite

O leite parado por muito tempo nos seios entre as mamadas, situação chamada de “estase láctea”, é o principal motivo da mastite sem infecção. “Esse leite faz com que ocorra um aumento da pressão interna no ducto mamário, e daí surge o famoso ‘empedramento’. Em seguida vêm a obstrução e a inflamação do ducto”, explica Bianca Balassiano, psicóloga perinatal e consultora em amamentação pelo IBLCE (International Board of Lactation Consultant Examiners).

Já a mastite por infecção bacteriana ocorre devido a lesões no mamilo, comuns no início da amamentação. As fissuras são causadas principalmente pela pega incorreta do bebê, anquiloglossia (freio da língua curto) ou até por bombas extratoras de leite, afirma a SBM. “A amamentação expõe a mama a microlesões causadas pelo atrito da boquinha do recém-nascido na mamada, por arranhões da unha da criança ou pelo uso constante de máquinas de sucção de leite”, diz Ana Paula Affonso Gomes, médica mastologista voluntária do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama).

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Como tratar e aliviar a dor da mastite

Se a mastite for detectada no seu início, a dor pode ser controlada em casa. “A primeira providência é esvaziar a mama com ordenha manual ou com uma bomba”, orienta Bianca. Mães que não se sintam seguras para fazer isso por conta própria podem procurar um banco de leite, uma consultora ou ajuda médica para direcionar os cuidados. “Em muitos casos, o médico receita um analgésico e um anti-inflamatório”, explica.

Tudo correrá bem e o quadro irá melhorar se for um caso de mastite não bacteriana. Agora, se a febre não cessar em 24 horas, é imprescindível passar pela avaliação de um mastologista – por mais segura que a mãe esteja do esvaziamento da mama. O sintoma indica que a infecção é bacteriana, o que torna o antibiótico necessário para a cura.

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(Iryna Shkrabaliuk/Getty Images)

Se possível, continue a amamentação

Apesar da dor, o recomendado é manter a amamentação durante todo o processo de diagnóstico e tratamento da mastite. “O bebê é melhor do que qualquer artifício para drenar a mama corretamente e garantir que ela realmente fique vazia, o que acelera a cura”, orienta Bianca.

A mastite com inflamação pode levar um pouco de pus ao leite e alterar o seu sabor, mas isso não é motivo de preocupação ou medo. “Não há problema em o bebê mamar um pouco de pus. Porém, se a mãe não se sentir bem com isso, pode drenar o começo do leite e depois oferecer a mama”, ensina a psicóloga e consultora.

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Como evitar a mastite

Em primeiro lugar, é importante não deixar intervalos muito grandes entre as mamadas, para impedir que o leite fique parado. “O ideal é amamentar em livre demanda, ou seja, sempre que o bebê quiser”, sugere Bianca. Mulheres que optam por mamadas com horário fixo, normalmente a cada três ou quatro horas, têm muito mais chances de ter mastite.

Também é preciso certificar-se de que as mamas sejam totalmente esvaziadas ao final de cada mamada. “Costumo orientar para as mães a palpação permanente, inspecionando sempre a mama. Ela deve ser uma rotina”, defende Fabiola. Ao perceber que ainda há leite, deve-se retirá-lo com ordenha manual ou bomba.

Por fim, a pega correta do bebê no aleitamento evita que haja fissuras no mamilo e diminui o risco de mastite bacteriana. Para isso, a criança deve ficar com a boca bem aberta e os lábios virados para fora (que nem uma boquinha de peixe), abocanhando toda a aréola (e não apenas o mamilo). O queixo encosta no seio, mas o nariz não.

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Se houver dúvidas, não hesite em procurar um banco de leite (onde o atendimento é gratuito) ou uma consultora em amamentação. Uma pega correta ajuda a garantir o sucesso da amamentação exclusiva até os seis meses de vida do bebê, como é orientado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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