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Power Pump: conheça a técnica de amamentação que aumenta produção de leite

O método pode ser feito entre os intervalos de uma hora, 30 minutos ou 15 e auxilia também para a extração do leite no fim da licença-maternidade.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 15 jun 2021, 18h42 - Publicado em 15 jun 2021, 18h41

Com a consciência cada vez maior sobre a importância de que o bebê seja amamentado, especialmente durante os seis primeiros meses de vida, mães dedicam extensos momentos do dia ao aleitamento. Só que durante esta jornada singular a cada mulher, desafios podem surgir, como dificuldade para acertar a pega, inflamações como a mastite e também pouca produção de leite.

Neste último item, a partir da avaliação do pediatra e, se possível, de uma consultora de amamentação, o primeiro passo para aumentar a quantidade do alimento essencial ao bebê pode ser por meio de técnicas que estimulam as glândulas mamárias. Uma delas é a Power Pump que, em tradução literal, significa “bombeamento intenso”.

Quando a Power Pump é indicada

Para começar, precisamos deixar claro que, entre os diferentes assuntos delicados que rondam a maternidade, o aleitamento materno sempre está presente. Isso porque há um medo constante que envolve as mulheres de que elas podem não conseguir produzir leite o suficiente.

Por isso, a primeira orientação de Cris Machado (@plantao_materno), consultora de lactação, é a avaliação do profissional que está acompanhando esta mulher para que se tenha a certeza de que há algum fator diminuindo a produção de leite ou se ela está apenas envolta no medo e na pressão externa sobre o assunto.

Já as causas que levam a indicação de técnicas para auxiliar na produção do alimento materno variam tanto de condições do próprio bebê quanto da mãe. “Em situações que a baixa produção de leite ocorra por motivos como prematuridade do bebê, cirurgia redutora das mamas ou alguma indicação de complementação com fórmula infantil, técnicas de ordenha para estímulo da produção de leite são indicadas, sendo a Power Pump uma das mais efetivas”, destaca Jacqueline Santim, pneumologista pediátrica e consultora de amamentação.

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Cris ainda completa que bebês com anquiloglossia, isto é, língua presa, e mães com hipoplasia mamária – má formação do tecido glandular – e problemas metabólicos, como diabetes e hipotireoidismo, podem enfrentar queda na produção do leite materno e usufruir da técnica de ordenha para aumentá-la.

As possibilidades da técnica

Para realizar a Power Pump, a pediatra Vanessa Mouawad, membro titular da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica que se deve levar em consideração a disponibilidade da mãe para o método e também como ela será feita, sendo possível tanto com bombas de extração manuais quanto elétricas. Se for o aparelho duplo, o resultado tende a ser ainda melhor, já que os dois seios serão estimulados ao mesmo tempo.

  • 1 hora de ordenha: caso a mãe consiga dedicar uma hora para cada seio, é recomendado que a técnica seja feita duas vezes ao dia, após a mamada do bebê, em um ambiente calmo. O seu processo é: 20 minutos de ordenha, 10 minutos de descanso, mais 10 minutos de sucção, seguidos de 10 minutos de relaxamento e finaliza com 10 minutos de ordenha.
  • 30 minutos de ordenha: caso a mãe não tenha este período disponível, ela pode tentar reservar 30 minutos para fazer a técnica. Neste caso, a rotina será: 10 minutos de ordenha, 10 minutos de descanso e mais 10 minutos de sucção. Aqui, será necessário fazer o processo mais do que duas vezes ao dia para que a lactante tenha o resultado esperado.

Se meia hora ainda não for uma possibilidade para a mãe, Cris recomenda a técnica de Power Pump realizada em 15 minutos, três vezes ao dia, com o resultado sendo observado entre uma ou duas semanas após o estabelecimento da rotina. A principal diferença deste método é a variação de intensidade usada na bomba de extração que, neste caso, deve ser preferencialmente elétrica para um efeito positivo.

  • 15 minutos de ordenha: neste processo, é recomendado que a mãe o inicie com uma massagem manual nas mamas, faça o shaking mamário (ato de segurar os seios pela base e chacoalhá-los) para, então, iniciar a extração. Ela ocorrerá da seguinte forma: cinco minutos de ordenha com a velocidade mais forte do aparelho – com a lactante atenta para não ultrapassar o próprio limite e acabar machucando os seios – , fazendo uma sucção profunda e com intervalos curtos. Em seguida, a velocidade deve ser diminuída para uma sucção mais espaçada por mais cinco minutos. Já para finalizá-lo, deve-se aumentar novamente a velocidade à máxima aguentada, por mais cinco minutos.

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Por que esta técnica aumenta a produção de leite? 

A pediatra Vanessa explica que, além desta técnica contornar a produção reduzida de leite materno, ela permite a retirada do alimento para armazenamento, especialmente no fim da licença-maternidade. “Isso acontece porque o corpo produz de acordo com a demanda”, detalha a especialista. Sendo assim, com a rotina de ordenha, o organismo materno entende que o pequeno está mamando mais e precisa suprir essa necessidade, produzindo um volume maior de leite.

Cris ainda completa que o Power Pump de 15 minutos é capaz de mimetizar o comportamento do bebê e os reflexos de ejeção de leite das mamas durante o aleitamento. “Logo que ele vem ao seio, começa a sugar com bastante eficiência, vem um reflexo de ejeção (quando o leite realmente desce) e ele passa a sugar com mais calma. Daqui a pouco, ele acelera novamente a sucção para atingir outro reflexo e assim sucessivamente”, explica a consultora de lactação.

Para saber se a técnica está funcionando ou não, Vanessa pontua que o acompanhamento deve ocorrer simultaneamente entre o pediatra e a mãe. “Ele irá ver o ganho de peso do bebê para saber se está dando certo, enquanto que a mãe vai observar a diurese, isto é, o pequeno deve estar fazendo de cinco a seis xixis em 24 horas, pelo menos”, reforça a médica.

Entretanto, mesmo com toda dedicação materna na prática do método e busca por profissionais especializados em amamentação, o aleitamento materno pode não fluir e está tudo bem. Não se esqueça que existem outras maneiras de estabelecer vínculos profundos com o seu filho e, seguindo cautelosamente as recomendações pediátricas, a saúde do pequeno também será bem instituída.

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