Relatos honestos sobre as novas rotinas, a pior parte e os ensinamentos que a quarentena trouxe para quem viveu um 2020 marcado, entre outras coisas, por mais tempo com as crianças em casa.
O primeiro caso de Coronavírus no Brasil foi confirmado no fim de fevereiro, em São Paulo, e a partir de março deste ano as medidas de isolamento social foram adotadas no país – e no mundo – como forma de minimizar os impactos da pandemia. A quarentena, para quem teve a possibilidade (e o privilégio) de fazê-la, alterou a rotina de praticamente populações inteiras, e escancarou a nossa capacidade de adaptação, mesmo nas condições mais adversas.
Não à toa, 2020 também foi responsável por um aumento no diagnóstico de problemas relacionados à saúde mental: ficar quase que 100% do tempo em casa contribuiu para que os índices de ansiedade, estresse pós-traumático e depressão fossem potencialmente aumentados. Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde no Brasil mostrou que a ansiedade é o transtorno mais presente no período de pandemia.
Para quem tem filhos pequenos, então, os últimos meses foram um verdadeiro divisor de águas. Lidar com o ensino a distância, administrar a carga energética das crianças enquanto dá conta das tarefas domésticas e do emprego, muitas vezes enfrentar o luto sem poder abraçar amigos e familiares, retardar momentos essenciais para o desenvolvimento infantil, como brincadeiras e interações com os colegas, e (tentar) explicar para os pequenos o que está acontecendo no mundo não foi e nem está sendo fácil. Por outro lado, pais passaram a valorizar mais o tempo de qualidade com os filhos, as redes de apoio (ainda que virtuais) e a esperança da volta à normalidade.
Quatro casais de pais e mães, em contextos e realidades diferentes, contam o que mudou na rotina, na relação e na criação dos filhos após quase um ano em pandemia.