Quando deve ser a primeira consulta do bebê ao pediatra após o parto?
É indicado que recém-nascido passe pela primeira avaliação física completa entre o sétimo e décimo dia de vida e a mãe receba orientações sobre amamentação.
Ainda no planejamento feito na gravidez para os dias que se seguirão após o nascimento do bebê, é importante que a família inclua a primeira visita ao pediatra como uma das prioridades da nova rotina estabelecida. Isso porque, de acordo com o pediatra Paulo Telles, neonatologista pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o pequeno deve passar por uma avaliação completa entre o sétimo e décimo dia de vida.
Este intervalo pode ser menor caso o bebê passe por intercorrências não esperadas neste momento, como febre, icterícia mais intensa, sangramento do coto umbilical, presença de sangue no vômito, fezes ou esteja com o cocô branco, desconforto para respirar, além de engasgos frequentes durante a mamada. Nestas situações, vale uma ligação prévia ao pediatra para saber se o melhor a fazer é levar o recém-nascido até o consultório.
Já em relação aos atendimentos dentro do previsto, eles serão conduzidos com pais e filhos de acordo com a conduta de cada médico, no entanto, existem checagens básicas que precisam estar presentes nesta primeira análise do desenvolvimento do recém-nascido, como:
- Avaliação de toda a pele do bebê, com atenção ao umbigo e região genital;
- Ausculta do coração e verificação da frequência cardíaca do bebê;
- Ausculta pulmonar e checagem da frequência respiratória;
- Medição da fontanela (região da cabeça do pequeno, conhecido popularmente como moleira) e do perímetro cefálico;
- Análise do reflexo vermelho dos olhos (teste do olhinho) e da conjuntiva;
- Avaliação da cavidade oral e freio lingual;
- Checagem do quadril para ver se ele está bem encaixado;
- Registro do novo peso e tamanho do bebê naquele momento.
Como está sendo o aleitamento materno?
Só que, para além da atenção voltada ao pequeno que acabou de chegar ao mundo, a primeira consulta é também destinada a prestar suporte para a mãe durante o processo de amamentação.
Para isso, é importante que o médico volte às informações colhidas durante a maternidade, dialogue com a mãe sobre como foi o seu parto e a questione a respeito dos dias seguintes ao nascimento do bebê. Telles cita que é importante sinalizar ao especialista se já houve a descida do leite neste período, se a mulher está sentindo desconforto para dar de mamar ou até mesmo se observou alguma fissura em decorrência do processo. Assim, o pediatra poderá ajudá-la na pega correta, por exemplo.
Junto com a percepção materna, há também o que é preciso avaliar no recém-nascido que indica se a amamentação está dentro do esperado naquele período. “O pediatra vai checar dados como redução de peso do bebê (é previsto que ele perca 10% durante os primeiros três a cinco dias de vida), sua diurese, isto é, se ele está mamando, vai ter bastante xixi e também vai fazer uma avaliação do cocô”, completa o pediatra.
Esta mudança nas fezes do pequeno acontece principalmente por causa das fases que o leite materno possui. Até o terceiro dia de vida, o recém-nascido é alimentado com o colostro, conhecido por ser composto majoritariamente de proteínas e passar uma grande quantidade de anticorpos para o bebê. Com o tempo, o alimento materno vai amadurecendo e a evacuação do bebê acompanha este processo.
Dica importante: conheça o pediatra antes do parto!
Além das informações que os pais possuem, antes do nascimento, vindo de livros e da internet, sentir-se confortável com o pediatra do pequeno é fundamental para que não fique nenhuma dúvida no caminho. Por isso, Telles lembra que, de acordo com a SBP, é recomendado que a família conheça o especialista que irá acompanhar o bebê no último trimestre da gestação. “É importante analisar se ele tem uma boa formação e o quanto é acessível”, completa.
Neste processo, o neonatologista também indica que pais que estão a espera do primeiro bebê conversem com outros núcleos familiares para entenderem as diferentes formas de conduta dos especialistas e, então, “encontrem uma pessoa com quem tenham identificação, empatia e liberdade para fazer todas as perguntas”, enfatiza Telles.
E, mais uma vez, este acolhimento do pediatra não deve ser exclusivamente com o bebê. É fundamental que a mãe que está começando a construir o seu maternar seja acompanhada com atenção – tanto pelo especialista quanto pela sua rede de apoio -, para que o seu puerpério seja regado de menos dúvidas, desafios emocionais e consiga amparar a si para poder fazer o mesmo pelo seu filho.