Você sabe o que é “bebê chiador”? Entenda quando o quadro é preocupante
Crises de chiados ou sons de assobio durante a respiração do recém-nascido devem levantar suspeitas dos pais e ser investigadas pelo pediatra.
![Bebê sendo examinado por médico](https://bebe.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/03/DESTAQUES-64.jpg?quality=70&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
É difícil não ficar aflito quando percebemos que o bebê emitiu um barulhinho diferente dos choramingos e ronquinhos (sim, bebês roncam!) que já estamos acostumados. A presença de chiados entre uma respiração e outra do recém-nascido, por exemplo, constitui um destes quadros que trazem bastante preocupação à família.
Se este é o caso o pequeno aí, a atenção dos pais deve ser para quando estes sibilos, nome técnico para o som que acompanha a passagem de ar, evolui para um quadro conhecido como Síndrome do Bebê Chiador. “Damos este nome à criança que é menor de dois anos e apresenta chiado de forma contínua por um mês ou pelo menos três episódios do chiado no período de dois meses”, explica Paulo Telles, pediatra e neonatologista pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
A intensidade destes sibilos pode variar entre leve, moderada e grave:
- Nos quadros tranquilos, o bebê evolui sem apresentar dificuldades para respirar;
- No moderado, há uma certa dificuldade respiratória e a criança pode precisar de internação e oxigênio.
- Os casos mais graves são acompanhados de insuficiência respiratória, com necessidade de internação em UTI e suporte de ventilação.
Também é importante ressaltar que os chiados podem ser acompanhados de sintomas que vão além do próprio assobio na respiração e estão relacionados com as múltiplas causas por trás do quadro. Indícios gripais como coriza, tosse, respiração ofegante e acelerada são um dos mais comuns de aparecerem.
Quais os motivos por trás do bebê chiador?
O neonatologista esclarece que as vias respiratórias dos recém-nascidos têm o calibre pequeno, ou seja, são menos espaçosas. Por isso, em algumas situações em que ocorre o aumento da produção de secreções naturais, pode haver a redução da passagem de ar nas vias aéreas, o que gera o som parecido com o assobio na expiração.
As causas mais comuns para o quadro são as de infecções virais no pulmão (que também trarão os tais sintomas de gripe), no entanto, motivos como aspiração de corpos estranhos, refluxo gastroesofágico e doenças pulmonares – inclusive a asma – também podem levar à Síndrome do Bebê Chiador.
“Na presença de crises, o tratamento irá depender da causa do chiado. Por isso, não deixe de conversar com seu pediatra na suspeita dos sibilos. O diagnóstico é clínico. Uma boa conversa, com a história adequada e um exame físico em consulta podem concluir o diagnóstico. Apenas em algumas situações, exames complementares serão necessários”, orienta Telles.
Como evitar e lidar com os chiados?
![bebe dormindo bebê dormindo](https://bebe.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/02/gettyimages-135538251.jpg?quality=90&strip=info&w=1024)
Já entendemos que qualquer barulhinho que remete aos chiados na respiração merecem uma visita ao pediatra, mas os pais também podem tomar algumas atitudes para evitar que o quadro evolua, dependendo da sua causa.
Nesta hora, caprichar na higiene do ambiente que o bebê ocupa não pode ficar de lado, já que é uma boa forma de evitar a exposição da via aérea a agentes irritantes como poeira, ácaros e mofo. Ah, e por precaução vale deixar o pequenino longe de contato com tapetes, cortinas, carpetes e até bichinhos de pelúcia.
A última dica do pediatra vai para os pais tabagistas, que podem influenciar as crises de chiado. “O tabagismo é outro fator muito influente: a exposição à fumaça do cigarro aumenta a produção de muco e a reatividade das vias aéreas. Por isso, evite fumar perto do ambiente domiciliar se houver um recém-nascido em casa”, finaliza.