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Você sabe o que é “bebê chiador”? Entenda quando o quadro é preocupante

Crises de chiados ou sons de assobio durante a respiração do recém-nascido devem levantar suspeitas dos pais e ser investigadas pelo pediatra.

Por Isabelle Aradzenka
Atualizado em 14 mar 2023, 11h36 - Publicado em 24 mar 2022, 17h13

É difícil não ficar aflito quando percebemos que o bebê emitiu um barulhinho diferente dos choramingos e ronquinhos (sim, bebês roncam!) que já estamos acostumados. A presença de chiados entre uma respiração e outra do recém-nascido, por exemplo, constitui um destes quadros que trazem bastante preocupação à família.

Se este é o caso o pequeno aí, a atenção dos pais deve ser para quando estes sibilos, nome técnico para o som que acompanha a passagem de ar, evolui para um quadro conhecido como Síndrome do Bebê Chiador. “Damos este nome à criança que é menor de dois anos e apresenta chiado de forma contínua por um mês ou pelo menos três episódios do chiado no período de dois meses”, explica Paulo Telles, pediatra e neonatologista pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

A intensidade destes sibilos pode variar entre leve, moderada e grave:

  • Nos quadros tranquilos, o bebê evolui sem apresentar dificuldades para respirar;
  • No moderado, há uma certa dificuldade respiratória e a criança pode precisar de internação e oxigênio.
  • Os casos mais graves são acompanhados de insuficiência respiratória, com necessidade de internação em UTI e suporte de ventilação.

Também é importante ressaltar que os chiados podem ser acompanhados de sintomas que vão além do próprio assobio na respiração e estão relacionados com as múltiplas causas por trás do quadro. Indícios gripais como coriza, tosse, respiração ofegante e acelerada são um dos mais comuns de aparecerem.

Quais os motivos por trás do bebê chiador?

O neonatologista esclarece que as vias respiratórias dos recém-nascidos têm o calibre pequeno, ou seja, são menos espaçosas. Por isso, em algumas situações em que ocorre o aumento da produção de secreções naturais, pode haver a redução da passagem de ar nas vias aéreas, o que gera o som parecido com o assobio na expiração.

As causas mais comuns para o quadro são as de infecções virais no pulmão (que também trarão os tais sintomas de gripe), no entanto, motivos como aspiração de corpos estranhos, refluxo gastroesofágico e doenças pulmonaresinclusive a asma – também podem levar à Síndrome do Bebê Chiador.

“Na presença de crises, o tratamento irá depender da causa do chiado. Por isso, não deixe de conversar com seu pediatra na suspeita dos sibilos. O diagnóstico é clínico. Uma boa conversa, com a história adequada e um exame físico em consulta podem concluir o diagnóstico. Apenas em algumas situações, exames complementares serão necessários”, orienta Telles.

Como evitar e lidar com os chiados?

bebê dormindo
(Jose Luis Pelaez Inc/Getty Images)

Já entendemos que qualquer barulhinho que remete aos chiados na respiração merecem uma visita ao pediatra, mas os pais também podem tomar algumas atitudes para evitar que o quadro evolua, dependendo da sua causa.

Nesta hora, caprichar na higiene do ambiente que o bebê ocupa não pode ficar de lado, já que é uma boa forma de evitar a exposição da via aérea a agentes irritantes como poeira, ácaros e mofo. Ah, e por precaução vale deixar o pequenino longe de contato com tapetes, cortinas, carpetes e até bichinhos de pelúcia.

A última dica do pediatra vai para os pais tabagistas, que podem influenciar as crises de chiado. “O tabagismo é outro fator muito influente: a exposição à fumaça do cigarro aumenta a produção de muco e a reatividade das vias aéreas. Por isso, evite fumar perto do ambiente domiciliar se houver um recém-nascido em casa”, finaliza.

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