6 ensinamentos valiosos escondidos em ‘Luca’, novo filme da Disney
Disponível no Disney+, a nova animação em parceria com a Pixar discute valores como amizade, determinação e principalmente respeito por quem você é.
Há momentos durante a nossa existência que apenas uma mão estendida é capaz de nos puxar de volta à superfície: a dos nossos bons amigos. E é assim que ‘Luca’, a nova animação da Disney com a Pixar, começa a trilhar a jornada entre o protagonista que dá nome ao filme e Alberto. Ambos são monstros marinhos que, assim que pisam fora d’água, transformam-se em suas versões humanas.
Luca, que é roxinho dentro do mar e com cabelos encaracolados e olhos curiosos fora dele, não é diferente de muitos pequenos que desejam viver cada experiência única da infância. Ele anseia por conhecer o que é o mundo para além da casa dos pais, do fundo do mar e, mais do que isso, poder finalmente andar em uma Vespa, a famosa motocicleta italiana.
E se você está se perguntando por que o gosto tão específico por este automóvel, o motivo conversa com o local em que a história se passa: a Riviera Italiana, próximo a Gênova, onde o diretor da trama Enrico Casarosa nasceu. Mais tarde, a região tornou-se palco das férias de verão dele e onde conheceu seu melhor amigo de infância, aos 12 anos, a grande inspiração para o aventureiro Alberto.
Nesta divertida jornada dos dois amigos, que mais tarde viram três (você precisa assistir para entender!), a animação da Disney discute valores importantes da infância, especialmente sobre incentivar a autonomia dos pequenos e ajudá-los a aceitar quem são, com a bagagem mista de qualidades e defeitos – afinal, todo mundo tem, não é?
Se a curiosidade já está batendo a porta para assistir à animação, saiba que o filme já está disponível desde o dia 16 de junho no Disney+. Para assinar a plataforma de streaming, basta clicar aqui e preparar a pipoca para a sessão cinema em casa.
A convite da Disney, o Bebê.com.br participou de uma conversa com o diretor da história, a produtora Andrea Warren e os principais dubladores da trama, como Jacob Tremblay que dá voz a Luca e Jack Dylan Grazer, o Alberto. Ouvindo as experiências do elenco e equipe e após assistir ao filme, separamos seis ensinamentos preciosos que a história traz às crianças e também aos adultos.
Atenção! A partir daqui, a matéria pode conter spoilers!
1. Quando não há espaço para o diálogo, sobra lugar para mentiras
Demonstrando cada vez mais interesse para conhecer a superfície, onde os humanos moram, Luca acaba deixando sua mãe desesperada. Para proteger o filho, ela decide enviá-lo para a casa do tio por um período, do outro lado do fundo do mar. O pequeno tenta contestá-la, dizer o porquê do desejo tão profundo, mas não é ouvido. É consolado apenas com a justificativa de que precisa confiar em seus pais.
Como explicou Maya Rudolph, dubladora de Daniela, mãe de Luca, o pedido da matriarca é pensando no bem do filho e não simplesmente pelo prazer de dizer ‘não!’. Porém, com o garoto fugindo à superfície e contrariando a orientação dos pais, somos lembrados de que crianças precisam ser ouvidas e, mais do que isso: quando são proibidas de fazer algo, é preciso que elas entendam o porquê, com um diálogo honesto e de acordo com a sua idade.
Além do esclarecimento ao pequeno fazer com que ele contribua com mais facilidade às situações do dia a dia, a atitude dá espaço para que a criança seja vista como um ser humano completo, com seus desejos e frustrações, e que também merece a oportunidade de poder falar e ser ouvida com atenção.
2. Amizades são feitas de altos e baixos
Logo no início da trama e como o próprio trailer mostra, é Alberto quem consegue fazer Luca respirar fundo e sair de dentro do mar. Na areia, ele é conduzido pelo colega que já conhece o ambiente muito bem, ensinando-o a andar, o que é o sol e, claro, a famosa Vespa que poderia fazê-los viajar o mundo. Para isso, eles decidem entrar em uma competição que acontece na Riviera Italiana e o prêmio nada mais é do que uma quantidade de dinheiro que permitiria a compra da motoca.
Só que como toda relação humana, os amigos não vivem apenas bons momentos durante esta jornada. Eles também esbarram com desentendimentos que trazem à tona sentimentos como tristeza, raiva e até mesmo traição. Nós sabemos que estas não são as melhores emoções de serem sentidas, mas elas acontecem e é preciso validá-las.
Para isso, a história vai mostrando Luca descobrindo quem ele é individualmente e culmina em um dos aprendizados mais importantes: a lição de que nem tudo vale a pena em nome de um prêmio. Principalmente, se isso o fizer expor e perder o seu melhor amigo.
3. É preciso lidar com o medo para encarar o novo
Só que para Luca chegar até este momento em que conseguiu bancar as próprias decisões, ele passa por diferentes jornadas. A primeira é com o próprio Alberto, que ensina ao amigo a expressão ‘Silêncio, Bruno!’ e ela cai quase como uma luva tanto no nosso colo quanto no das crianças. Por quê? A pandemia causada pela covid-19 trouxe tantas vozes para dentro de nossas mentes e corações que, às vezes, é difícil silenciá-las. Elas nos conduzem pelo medo e até mesmo desespero, chegando a ser difícil acreditar em dias melhores.
Mas quando tudo isso ficar sufocante, é hora de ensinar ao pequeno e lembrar a si mesma de… “Silêncio, Bruno!”. Ela é uma frase que aparece no decorrer de todo o filme, dita com o sotaque mais italiano possível e bem alto, para silenciar esta voz interna que impede Luca de experimentar e se arriscar em novos caminhos.
4. Autoestima é construção diária e pode precisar de uma mãozinha
Quem também o ajuda em seu processo é Giulia, dublada por Emma Berman, quem se emocionou na conversa que tivemos pela felicidade em participar de um filme da Pixar. Na trama, a garotinha acaba sendo uma ponte para que Luca descubra que gosta de estudar e que adoraria poder ir à escola, como outros humanos. Juntos, eles passam horas e mais horas lendo livros e descobrindo o universo.
No final da jornada, Luca não é mais o mesmo e não por que ele deixou sua personalidade transforma-se na de Alberto ou de Giulia. Mas porque, por meio deles, ele descobriu o que cabia para si e aquilo que não fazia parte do que acreditava. Parafraseando a famosa música de Gonzaguinha, ‘Caminhos do Coração’: “E aprendi que se depende sempre de tanta, muita, diferente gente. Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas”.
5. Amar o outro é mais do querê-lo por perto
Assim como os pais de Luca queriam mantê-lo por perto para segurança do filho como símbolo de carinho e cuidado, esta relação estende-se para a maneira com que Alberto enxerga o amigo. Ele tenta mantê-lo próximo para que dividam os mesmos sonhos, sentimentos e busquem a concretização do que os levou até ali: rodar o mundo em cima de uma Vespa.
Só que no meio do caminho, o protagonista se depara com outros desejos e até mesmo outras trajetórias que têm vontade de seguir, como a de ir para escola. Inicialmente, isso gera frustração em Alberto, porque assim como qualquer ser humano em formação, a sensação que fica é que ele está sendo abandonado.
Mas o tempo é amigo do crescimento e assim, quando o amor marca presença em um relação, com ele vem a certeza de que não há espaço para o egoísmo. Assim, tanto Alberto quanto os pais de Luca entendem que não podem mantê-lo preso no que desejariam que acontecesse com a vida do garotinho. Apenas estar ali para apoiá-lo, dando certo ou não.
Esta, inclusive, é uma mensagem importante para ser lembrada. Aos adultos, fica o lembrete de que respeitar os pequenos é entender que eles não são extensões de seus responsáveis e isso significa que nem sempre eles vão seguir o que os pais desejam. Já para os menores, o que fica é a certeza de que eles podem ir para onde quiserem e ser quem construírem, mas sempre terão para quem e onde voltar, porque os seus acertos e erros não são termômetros do amor de quem os ronda.
6. O valor de saber seu lugar no mundo
Por fim, mas não menos importante, Luca e Alberto se deparam com quem são de verdade perante o mundo. Além de ser um ponto crucial para a amizade entre os dois, os acontecimentos são um reflexo de que nem sempre o prêmio de verdade é o que estamos almejando. E, talvez, outras recompensas que não são facilmente medidas, apareçam: como a coragem de ser quem é e não perder o próprio caráter – e nem os amigos pelo caminho. Sim, há muita beleza em honrar as próprias origens com seus traços físicos e emocionais. 💜