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4 dores comuns de acontecerem durante amamentação e como amenizá-las

Além das fissuras mamárias, queixas de dores no pescoço, nas costas e nas mãos são frequentes e resquícios do período gestacional.

Por Alice Arnoldi
25 ago 2021, 16h11

Durante o aleitamento materno, não é incomum observamos queixas frequentes das mães diante da nova rotina estabelecida com o recém-nascido. Junto ao cansaço das noites mal dormidas e o incômodo nas mamas até que a pega correta aconteça, outras áreas do corpo tendem a ser acometidas e não por acaso.

Especialistas ouvidos ressaltam que a amamentação é iniciada no pós-parto, período em que ainda existe um resíduo fisiológico, principalmente de hormônios, e também comportamentais que acarretam dores físicas como no pescoço, nas costas e até mesmo nas mãos e nos punhos.

Abaixo, listamos cada uma delas, explicando os seus principais motivos e também como amenizá-las. Vale apenas ressaltar que o acompanhamento de perto com o pediatra do bebê e possíveis especialistas indicados por ele, para que você realize o autocuidado, são insubstituíveis para que a amamentação seja um período confortável tanto para mãe quanto bebê.

1. Dor no pescoço

Ainda durante a gestação, a fisioterapeuta obstétrica Pamella Ramona, do Centro de Medicina Integrativa da Pro Matre, explica que a mulher adquire alterações posturais negativas que se somam com as que aparecem durante a amamentação. Por exemplo, em vez da lactante trazer o bebê até os seios para amamentá-lo, ela acaba levando as mamas até ele e consequentemente flexionando ainda mais o pescoço. Além disso, a tensão do momento também pode piorar o incômodo.

2. Dor nas costas 

Assim como no pescoço, o incômodo nas costas tende a ser reflexo do período gestacional. “Ele está relacionado a ação de um hormônio chamado relaxina, que tem a importante função de promover o afrouxamento dos ligamentos e também dos tecidos moles, assim como de outras estruturas fisiológicas, para preparar a mulher para o parto. Só que no pós-parto, esse hormônio continua a atuar por algumas semanas e a mulher acaba sentindo interferência muscular e postural”, esclarece a fisioterapeuta obstétrica.

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Com o crescimento da barriga, a gestante também acaba perdendo o fortalecimento do abdômen, que se localiza na mesma linha da região da lombar e é responsável por estabilizá-la.

3. Fissuras mamárias

Ainda que a dor diretamente nos seios seja recorrente e relativamente comum neste início, é importante ter em mente que a lactante não deve se acostumar com este incômodo, porque ele tende a ser um reflexo de que algo não está ocorrendo como deveria. “Nós sabemos que, durante a gestação, a região da aréola e o próprio mamilo vão se fortalecendo para quando o bebê nascer”, reforça a pediatra Honorina de Almeida, especialista em aleitamento materno pelo International Board Lactation Consultant Examiners.

Com isso em mente, sabe-se que alguns fatores podem contribuir para o aparecimento das fissuras mamárias. O primeiro deles se dá logo após o nascimento do bebê, que é uma brusca descida do leite, a qual pode deixar mamas ingurgitadas e causar dor. Para evitá-las, a especialista reforça que é importante a massagem dos seios a fim de amolecê-los e incentivar a amamentação do recém-nascido desde o momento que ele chegar ao mundo.

A segunda causa do incômodo e possíveis fissuras mamárias é a pega incorreta do bebê. Em vez de abocanhar toda a região da aréola, fazendo a sucção correta, ele pode tentar sugar o leite apenas puxando o mamilo, trazendo dor para a mãe e, consequentemente, ocasionando na alimentação incorreta do pequeno.

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Honorina defende que um dos motivos disso acontecer é o uso de chupetas e mamadeiras durante o período do aleitamento materno, visto que os dispositivos posicionam a língua do bebê mais para trás, ficando errada para a amamentação.

4. Dor nas mãos e no punho 

Com o edema que ocorre durante a gravidez, isto é, o inchaço por retenção de líquido, um dos acometimentos que a mulher pode ter é a Síndrome do Túnel do Carpo. “É uma área no punho em que as paredes são inelásticas e dentro delas passam vários tendões, sendo o nervo mediano o mais importante. Quando temos um aumento do volume desse túnel, essa é a primeira estrutura que vai sofrer. Primeiro, ele dói e, se não fizermos nada, começa a adormecer e a perder força”, explica o ortopedista Fabiano Nunes, da Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP).

Já com o início da amamentação, após o nascimento do bebê, existe um edema residual da gestação que pode continuar a fazer com que a mulher tenha a Síndrome do Túnel do Carpo. E, mais do que isso, há a tendência de segurar o bebê pela cabeça durante o aleitamento materno, o que faz com que se dobre o punho e o nervo mediano continue a ser prejudicado.

Além disso, há também a possibilidade da lactante desenvolver a Tendinite de Quervain durante o aleitamento materno, que é a pressão do tendão extensor que levanta o polegar. Ela ocorre principalmente quando o bebê é colocado para mamar com a sua cabeça apoiada no dedão estendido, com frequência.

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