É verdade que bebês roncam?

O ronco pode aparecer inclusive no recém-nascido, mas não é tão comum. Veja as causas e como diferenciá-lo dos ruídos normais do bebê!

Por Flávia Antunes
Atualizado em 18 ago 2021, 12h49 - Publicado em 17 ago 2021, 16h00
É verdade que bebês roncam?
 (Victoria Daud/Bebê.com.br)
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Assim como a gravidez nos convida a conhecer novos termos médicos (como o que é a ocitocina ou o ácido fólico), o nascimento do bebê traz mais um leque de novidades a serem desvendadas.

Por exemplo, você sabia que a pele do recém-nascido descama? Ou então que ele nasce enxergando mal e que seus olhos e cabelos podem escurecer com o tempo? Nesta onda de curiosidades, outro tema ainda cheio de mistério é o sono do pequeno e se ele se assemelha ao do adulto – inclusive no que diz respeito ao ronco.

De fato, bebês podem roncar, mas não é o mais comum, como pontua Juliana Obrownick Okamoto Ueta, pediatra do Hospital Santa Catarina. “Pode acontecer inclusive logo após o nascimento, ainda quando recém-nascido”, complementa.

Entenda os barulhinhos do bebê

Antes de tudo, vale pontuar que nem todo som que o pequeno emite durante o sono significa que está roncando. “O bebê pode fazer barulhos suaves, pequenos ruídos, principalmente o que ainda mama só leite”, diz Juliana. Nestes casos, o sintoma acaba desaparecendo próximo do quinto ou sexto mês de vida ou conforme o seu crescimento.

O verdadeiro ronco se caracteriza por um barulho mais intenso e ruidoso, e merece um olhar atento dos pais se for aumentando com o tempo, se for seguido de uma pausa respiratória ou dificuldade de respirar e se notarem que o filho está com partes do corpo mais arroxeadas.

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Quais as causas desse ronco?

De acordo com a pediatra, cerca de 1 a 3% das crianças pré-escolares têm algum acometimento respiratório, como ronco ou distúrbio do sono. Nos recém-nascidos, uma causa possível para esse ruído é uma condição chamada de laringomalácia.

“Trata-se de uma alteração congênita em que as estruturas da laringe são mais amolecidas, cobrindo a via área da criança e fazendo com que ela emita um barulho ao inspirar – geralmente quando está dormindo, deitada ou nervosa fica mais nítido”, esclarece a médica. Ela alerta que esse “ronquinho” pode até ser confundido com o ressonar normal do bebê, mas é mais grave e merece ser investigado.

Outro motivo bastante comum é a apneia obstrutiva do sono, doença caracterizada pelo ronco alto e pela interrupção da respiração ao dormir e que está relacionada com o aumento das adenoides ou das amígdalas, ou então ao sobrepeso.

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“O ronco pode ainda estar associado à asma e outras doenças, além de desvio de septo nasal ou até aparecer por conta de uma infecção aguda“, acrescenta a pediatra. Em alguns casos, como o aumento da amígdala e adenoide, é cirúrgico. Outros, como a asma, são medicamentosos, para melhorar a qualidade de vida da criança. 

Comportamentos que merecem atenção

Além das dicas de Juliana para diferenciar o ronco dos ruídos normais do pequeno, vale ficar de olho em outros aspectos do sono – como se ele é agitado ou tranquilo – e como o filho age no dia seguinte.

“Note se ele apresenta alguma alteração de comportamento. Uma apneia do sono, por exemplo, pode deixar a criança mais sonolenta ou irritadiça”, esclarece a doutora.

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Durante as refeições, a família pode observar se há alguma alteração na mastigação ou deglutição, e se o filho fica com a boca aberta por longos períodos de tempo. “Isso pode ser sinal de uma hipotonia da musculatura perioral, que pode ser tratada por uma fonoaudióloga”, pontua Juliana.

Mas ela lembra que, caso alguns dos comportamentos seja notificado, o ideal é levar a criança ao pediatra, que iniciará uma investigação e poderá encaminhar o pequeno para a especialidade mais adequada.

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