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O que é lóquio? Entenda quando o sangramento no pós-parto é normal

A presença do lóquio pode indicar como o corpo está se recuperando da gestação no puerpério, que dura até seis semanas após o parto.

Por Isabelle Aradzenka
28 abr 2022, 15h43
loquio
 (Volanthevist/Getty Images)
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Passados os meses de gestação, enfim o parto acontece. A contar deste momento, a mulher mergulha no período turbulento de adaptação à nova rotina – conhecido como puerpério. Além de se deparar com os ciclos de oscilação emocional e os primeiros cuidados com o bebê que marcam esta fase, nessa hora ela irá acompanhar a recuperação do corpo feminino ante todas as transformações que se passaram desde o momento da concepção do pequeno.

O útero, que se expandiu para dar lugar ao bebê em desenvolvimento, terá de voltar ao seu tamanho incipiente, e é em meio a este processo de contração do órgão feminino que a puérpera poderá identificar sangramentos: sim, sangrar no pós-parto é normal!

“Durante a recuperação do útero, há todo um mecanismo de contração dos vasos uterinos. Estes vasos vão se comprimindo e no local onde a placenta estava formam-se alguns coágulos. Deste modo, temos um sangramento que chamamos de loquiação”, esclarece Mário Macoto Kondo, obstetra do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista.

Dentro de um parto normal, há uma expectativa de que a mulher possa perder em torno de 500ml de lóquio, já em uma cesárea a quantidade pode chegar até 1000ml para gestantes que tiveram um pré-natal adequado e não se enquadrem em casos de risco.

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A loquiação acompanhará todo o período do pós-parto, cerca de seis semanas após o nascimento. É importante ressaltar que nos primeiros três a cinco dias, o sangramento é mais intenso e de cor avermelhada, a partir deste período ele vai diminuindo progressivamente: cada vez com menor intensidade e com cor e aspecto diferente.

“Nesse pós-parto parto imediato, como o volume do sangramento é maior, acaba sendo necessário usar absorventes um pouco maiores. Os protetores internos não são recomendados e é importante que a puérpera possa quantificar este sangramento a partir dos absorventes”, completa o obstetra.

Trocas frequentes de absorvente? Atenção!

Absorvente e calcinha com sangue
(Karolina Grabowska/Pexels)

Temos a sensação de que qualquer sangramento – que não seja a menstruação – é preocupante. No caso do lóquio, entretanto, o mais importante é prestar atenção no volume e no aspecto do fluído ao longo do puerpério.

Esteja atenta aos sinais:

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  • Absorvente completamente preenchido e trocado com frequência;
  • Se a tonalidade do sangue não clareia progressivamente;
  • Odor forte e desagradável.

Estas condições podem ser um indício de que a cicatrização do útero não está ocorrendo de forma adequada, quadro conhecido como atonia uterina (má ou não contração do útero após o nascimento). “Assim que o bebê nasce, a placenta é expelida e em seguida o útero se contrai, diminuindo o seu tamanho. Em algumas situações, o órgão não realiza este processo de forma adequada”, explica Mário.

Cuidados com o sangramento excessivo

Podemos atribuir à complicação algumas questões ligadas ao próprio parto: presença de conteúdo placentário ou da membrana amniótica no útero – que dificultam a contração do órgão – e casos de infecções (que podem ser frutos de um trabalho de parto muito demorado, por exemplo).

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“O lóquio no pós-parto é normal, mas a atonia (que leva a um sangramento maior) já não é comum. Nós podemos dizer que, no geral, um a três por cento dos partos terão quadros considerados fora do esperado”, completa o especialista.

Na condição em que a mãe detecta que o sangramento está fora do habitual, o indicado é que ela passe por exames clínicos e eventualmente de imagens (ultrassom). “A avaliação médica é muito importante para ver se o útero realmente não está aumentado, se está faltando contração e se há alguma suspeita de conteúdo dentro do órgão”, reforça.

É lóquio ou menstruação?

Eles podem ser parecidos, porém o fluxo menstrual só voltará à sua normalidade depois de algumas semanas pós-parto – levando em consideração se a mãe optou ou não pela amamentação.

Caso a mulher decida pelo aleitamento, é possível que a menstruação retorne entre seis meses e um ano após o parto, mesmo que em alguns casos, a volta seja viável entre dois a três meses. Por outro lado, se a mulher não amamenta, ela poderá voltar a menstruar no final do período do puerpério, em torno de seis semanas pós-parto

“Hoje, estimulamos a amamentação desde a primeira hora de vida da criança – conhecida como ‘hora de ouro’. A busca pelo contato pele a pele da mãe com o bebê cria um vínculo muito importante para iniciar o processo do aleitamento”, acrescenta o obstetra.

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