Continua após publicidade

7 dicas para começar a guardar dinheiro para o futuro do seu filho

Investir em uma reserva financeira para o pequeno desde a infância pode ser uma forma eficiente de ajudá-lo daqui a alguns anos.

Por Ketlyn Araujo
Atualizado em 22 abr 2021, 18h19 - Publicado em 21 abr 2021, 14h01

Ainda durante o planejamento de uma gravidez, é quase inevitável que pais e mães pensem em como vão fazer para sustentar e dar à criança tudo aquilo que ela necessita – o que começa desde antes do nascimento do bebê e vai até a vida adulta.

Discussões sobre quais devem ser as prioridades financeiras são comuns, e quem tem crianças quer estar preparado desde cedo para possíveis desafios, sonhos e desejos dos filhos no futuro, sejam eles um curso superior, um carro, uma viagem… Enfim, estabilidade.

Porém, para isso é necessário planejamento das finanças, que ao contrário do que muita gente pensa, não precisa ser algo complicado ou feito só para quem tem dinheiro sobrando. Conversamos com Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, e Cláudio Munhoz, consultor financeiro na plataforma GetNinjas, e reunimos a seguir 7 dicas espertas para você começar desde já a fazer um cofrinho para o seu filho usá-lo da maneira que achar melhor daqui a alguns anos.

1. Antes de mais nada, organize-se!

Para que pais possam garantir uma boa grana para o futuro dos filhos é preciso, antes de qualquer ação prática, desenvolver o que Cláudio chama de uma boa consciência financeira. Só a partir daí, ou seja, com ganhos e gastos muito bem organizados e detalhados, que o dinheiro poderá ser administrado.

A renda familiar pode ser controlada de diferentes formas: por meio de uma planilha de gastos, de um caderninho ou até de um aplicativo de celular. Registre, da maneira que preferir, o que é essencial (por exemplo, alimentação, contas em geral, gastos com saúde, convênio médico, escola) e o que poderia ser cortado ou reduzido. Só então veja, com um olhar realista, quanto sobra, em média, para investir nas economias do pequeno.

Continua após a publicidade

2. Reduza e/ou corte gastos desnecessários

Com o planejamento mensal de gastos em mãos, você pode entender melhor de que forma vai conseguir salvar uns bons reais para a maioridade do seu filho. Na prática, é possível poupar, por exemplo, ao reduzir tarifas bancárias e anuidades de cartões de crédito, pedir menos comida por delivery, priorizar cozinhar em casa e escolher um só serviço de streaming em vez de continuar pagando por aqueles que você não usa tanto assim. São essas as “pequenas” despesas que, no fim das contas, podem ser readequadas para que se tornem parte de um bom investimento pro futuro.

Quando se tem filhos pequenos, outra dica é economizar nos gastos com as próprias crianças à medida que elas vão crescendo. Você pode sempre recorrer a peças de roupas de segunda mão ou de brechós, que costumam ser mais baratas do que novas, e até montar uma lojinha virtual ou bazar com itens dos seus filhos ou da gestação que não serão mais usados.

3. Pesquise, estude e aplique em um fundo de investimentos

Para quem não possui um controle efetivo das finanças, diz Cláudio, aplicar em um investimento para que a criança tenha acesso quando for maior de idade pode ser uma ótima alternativa. Assim, os pais vão fazendo os aportes ao longo dos anos, o que acaba sendo vantajoso quando falamos sobre constância e disciplina. Antes de qualquer decisão, reforça o profissional, é preciso ter consciência da própria realidade financeira, além de noções básicas de investimentos.

“A única desvantagem é a possibilidade dos pais não saberem escolher a aplicação mais estratégica e ficarem presos em um só tipo de investimento, o que pode resultar na perda da rentabilidade. Para driblar isso, reforço a importância de ter o controle das finanças domésticas e investir com regularidade em ativos adequados com o objetivo de fazer um pé-de-meia para a criança”, afirma.

Muitos pais, porém, não sabem se, na hora de guardar dinheiro para o futuro da criança é mais vantajoso fazer um grande aporte logo de início, deixando o valor render ao longo dos anos, ou aplicar quantias variadas ou fixas mês a mês. Na opinião de Marco, a segunda alternativa acaba sendo mais útil. “Colocar um pouco de dinheiro a cada mês tem vantagens interessantes. A primeira delas é tornar o investimento um hábito da família, conscientizando as novas gerações sobre a importância de se planejar. A outra vantagem é poder aplicar o dinheiro em diferentes veículos, o que dá liberdade para que a família se adapte às mudanças de cenário econômico, além de permitir uma maior diversificação”, explica.

4. Encare os aportes mensais como parte das contas fixas da família

Marco chama atenção para uma armadilha bastante comum quando o assunto é investimento: algumas famílias, por falta de organização ou estudo, optam por guardar para o futuro da criança apenas o dinheiro que sobra dos rendimentos do mês, em vez de tornar cada contribuição financeira para o cofrinho do pequeno parte dos gastos fixos – como se fosse mais uma conta para pagar. Tome cuidado e, mais uma vez, registre seus gastos.

“É uma tendência natural do ser humano superestimar o presente e subestimar as necessidades futuras, e é nesse ponto que o planejamento financeiro se insere. Encarar os aportes como parte das contas fixas, portanto, evita que esse novo viés comportamental atrapalhe a formação do nosso pé-de-meia”, fala o economista.

5. Se preferir, recorra aos produtos oferecidos por bancos

Como já pontuamos, a melhor alternativa quando se deseja guardar dinheiro para o futuro das crianças é estudar e fazer uma carteira de investimentos – Cláudio informa que uma boa carteira é composta por 4 a 6 diferentes tipos de aplicação, o que ajuda a minimizar os riscos e aumentar a rentabilidade.

Continua após a publicidade

Mas nem todo mundo tem tempo, disposição ou vontade de aprender sobre o tema, e para essas pessoas existem os produtos já oferecidos por bancos e corretoras. A previdência privada para crianças é um deles, e possibilita que o pequeno chegue à maioridade já com as suas próprias economias.

Sobre a famosa poupança, ele faz um alerta: “Ela não é investimento. A poupança perde para a própria inflação, então recomendo que descartem o pensamento de que ela é alternativa quando se quer investir”.

6. Coloque a educação financeira na rotina das crianças

Crianças estão em constante aprendizado, e é por isso que pequenos incentivos para que elas possam guardar o próprio dinheiro também podem ser colocados em prática. Isso tudo, claro, de forma divertida e variando de acordo com a idade e maturidade dos pequenos, por meio de jogos de tabuleiro (Banco Imobiliário e Jogo da Vida são ótimas pedidas), brinquedos, livros, filmes e desenhos que falem sobre dinheiro e como poupá-lo quando se é criança. Com esta consciência, eles podem desenvolver o hábito de não desperdiçar e saber priorizar desejos.

Continua após a publicidade

7. Se quiser, dê mesada – mas seja responsável

A tão popular mesada é um jeito clássico de fazer com que os pequenos valorizem mais o dinheiro e tenham um pouquinho de independência, o que pode também incentivá-los a guardar grana para um futuro próximo ou mais distante. Entretanto, a mesada deve ser usada de forma educativa e lúdica, e não como punição, prêmio ou chantagem de acordo com o comportamento da criança.

“Outro ponto importante é que a educação monetária infantil e a mesada desenvolvem a responsabilidade desde cedo, o que é muito benéfico tanto na vida financeira quanto nas demais áreas do desenvolvimento infantil. Se feita de maneira correta, a educação financeira vai trazer apenas ganhos para o futuro das crianças”, termina Cláudio.

Publicidade