Crianças podem comer frutos do mar? Veja o que dizem os especialistas!

Frutos do mar podem ser queridos pelos adultos, mas é preciso muita cautela ao oferecer para crianças pequenas para evitar alergias e contaminações.

Por Isabelle Aradzenka
9 nov 2021, 19h17
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 (Arte: Victoria Daud/Getty Images)
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Tubérculos, ovo, verduras, carne vermelha, frutas… Se o seu pequeno não tem uma dieta restritiva por motivos de saúde e está passando pela introdução alimentar acompanhado por um pediatra, provavelmente deve ter experimentado estes alimentos a partir dos seis meses de vida.

Levando em consideração o preparo indicado e o modo de oferecer correto, com o passar do tempo, é natural que o menu da criança vá se ampliando progressivamente e comece a ter outros ingredientes mais complexos.

Por isso, uma dúvida comum é quando oferecer peixes e frutos do mar – famosos por causarem alergia em muitas pessoas -, mas também muito consumidos por várias famílias. Já abordamos por aqui como é a introdução dos peixes, mas quando é que camarões, lagostas, lulas e até mariscos e mexilhões podem ser inseridos na rotina alimentar da criança? Bom, antes de tudo, é preciso cautela e orientação do pediatra.

Diferente dos peixes, que podem entrar (cozidos, nunca crus) no cardápio do bebê por volta dos seis meses de idade, os demais alimentos vindos do mar não são indicados para os menores de um ano.

“Para dar à criança, é preciso ter segurança bacteriológica. Frutos do mar são elementos que podem ter uma deterioração rápida, então, nada de oferecer cru durante o primeiro ano de vida. Da mesma forma que a gente não oferece verduras cruas, por exemplo, em função do perigo de contaminação, tanto química quanto bacteriana”, explica o pediatra Rubens Feferbaum, presidente do Departamento de Nutrição da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

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E o cuidado em relação aos crustáceos, moluscos e companhia não acaba por aí: durante o preparo também é preciso levar em consideração outras restrições antes de oferecer a comida à criança.

Cuidado com a procedência e o preparo!

Já que eles podem ser facilmente contaminados, as principais precauções devem ser sobre a origem dos produtos vindos do mar para evitar intoxicação alimentar. “Eles precisam ser muito frescos e é necessária atenção com a deterioração. Além disso, é melhor ofertá-los cozidos ou grelhados para ter segurança bacteriológica”, esclarece o pediatra.

Já em relação aos temperos, a recomendação é não utilizar sal entre os seis meses e um ano de idade e evitar produtos ultraprocessados, dando prioridade a compostos naturais como ervas e o óleo vegetal, complementa a nutricionista Mariana Del Bosco, da clínica Maison Santé.

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Mesmo depois de seguir as orientações, os pais ainda têm que ficar atentos com a possibilidade de reações alérgicas – já que os crustáceos têm proteínas diferentes em suas composições-, e a qualquer sinal de contaminação. Caso necessário, é preciso levar a criança para atendimento médico, ok?

“Para os menores de um ano, temos uma preocupação com relação ao sistema imunológico que ainda está imaturo. Então, alguns cuidados são importantes, já que os peixes e os frutos do mar, se eles não estiverem frescos, produzem uma toxina que traz uma série de sintomas de uma toxinfecção, como diarreia e vômito”, relata Mariana.

Já para os quadros de alergia, vale lembrar que a maioria das ocorrências depende da predisposição genética da pessoa e analisar os antecedentes familiares é uma forma de entender se a criança precisará evitar este tipo de refeição.

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“É importante saber se existe um histórico na família de alguma alergia alimentar a peixes e frutos do mar. Nesse caso, é preciso ter uma orientação mais especifica do pediatra para os pais entenderem se vão oferecer ou não. De qualquer forma, esses frutos não são alimentos essenciais e podem se contaminar com muita facilidade, então, a recomendação é evitar”, finaliza Rubens.

Se decidir, em conjunto com o pediatra, ofertar o alimento, vale lembrar que não adianta introduzir esse tipo de refeição no cardápio da criança sem levar em conta a frequência de consumo da própria casa.

“Faz muito sentido o bebê receber aquilo que é habito da família. Então, quando falamos de proteínas alergênicas, como os frutos do mar, orientamos que ofertem desde que seja um costume. Assim, essa exposição sistemática se tornará natural e o sistema imunológico vai reconhecer essa proteína como um alimento. Evitando a tal da reação exacerbada, que é a reação alérgica”, esclarece a nutricionista.

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