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Covid-19: entenda as reações adversas mais comuns da vacina em crianças

Especialistas explicam que os principais efeitos colaterais do imunizante pediátrico da Pfizer/BioNTech são no local da aplicação, como dor e vermelhidão.

Por Alice Arnoldi
20 jan 2022, 11h52

Ainda que o início da vacinação infantil contra Covid-19 seja uma dose de esperança aos pais de crianças de cinco a 11 anos, o momento também traz dúvidas sobre o que esperar após a imunização pediátrica. No entanto, especialistas ouvidos tranquilizam os responsáveis dos pequenos, explicando que os efeitos colaterais da Pfizer/BioNTech observados até o momento são brandos.

“Os estudos de licenciamento demonstraram que a imensa maioria dos eventos adversos é de grau leve a moderado, com duração de um a dois dias, incluindo principalmente as reações no local da aplicação da vacina como dor, inchaço, vermelhidão e, às vezes, até um gânglio aumentado”, esclarece a pediatra Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Além dos eventos adversos locais, os sintomas chamados de sistêmicos também são comuns, como febre, fadiga, dor de cabeça, nas juntas e também mal-estar. O importante é que, independente de qual tipo seja, eles não devem persistir por mais de dois a três dias, como informa Daniel Jarovsky, infectologista pediátrico do Sabará Hospital Infantil.

 

Por que as vacinas podem ter efeitos colaterais?

Flávia pontua que estas reações do organismo não são exclusivas à vacina, podendo surgir diante de qualquer contato do corpo a um agente externo a ele. “Só que em relação à imunização, a intenção da vacina é provocar uma reação imune, em que a produção de anticorpos e imunidade celular envolvem a liberação de substâncias que são inflamatórias”, esclarece a diretora da SBIm.

Outra explicação é que alguns imunizantes possuem componentes chamados de adjuvantes. “Eles são usados junto com as partículas do vírus ou bactéria para causar propositalmente um pouco mais de reação local para que a resposta imune seja potencializada”, completa Daniel. No entanto, vale ressaltar que este não é o caso da vacina pediátrica da Pfizer.

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O que fazer caso a criança apresente eventos adversos

Entendido o que pode fazer com que o público-alvo tenha efeitos colaterais diante da vacina contra a Covid-19, saiba que os cuidados com os sintomas não tendem a ser diferentes daqueles que são recomendados quando outras imunizações são feitas e também ocasionam reações adversas.

A pediatra Fátima Fernandes, especialista em alergia e imunologia e vice-presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI), explica que o primeiro passo é fazer compressas frias caso haja incômodo na região de aplicação da vacina. “Já quando existe um quadro doloroso, recomendamos analgésicos que a criança já faz uso”, completa a médica.

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Quando os pais devem consultar o pediatra do filho?

Agora, se as reações adversas forem persistentes por mais de 48 horas, especialmente a febre, a pediatra recomenda que os responsáveis procurem pelo médico que acompanha o pequeno para que ele possa analisar o quadro mais de perto (seja presencial ou por telemedicina) e fechar o diagnóstico correto.

Este cuidado não é porque a vacina está causando algum mal à criança, mas como uma precaução para que o especialista possa checar se o período de imunização não coincidiu com o momento de contaminação por algum agente externo, como o da Influenza A que está circulando no país e o público infantil faz parte do grupo de risco.

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“Não é impossível acontecer uma infecção, após a aplicação da vacina, que já iria acontecer ou até mesmo a pessoa está incubando aquele vírus e coincidente, ao receber o imunizante, os sintomas se manifestam”, esclarece a pediatra.

Outros sintomas de alerta que pedem por atenção dos pais e a busca pelo especialista são:

 

O medo da miocardite por causa da vacina contra Covid-19

Pais também têm se mostrado preocupados após o alerta do Ministério da Saúde sobre a possibilidade de miocardite em decorrência da vacina contra Covid-19 nos menores. No entanto, os três especialistas enfatizam que a inflamação cardíaca é mais comum de acontecer após a contaminação pelo coronavírus do que pela imunização em si.

Além disso, Flávia completa que o público em que a reação foi mais observada foi em adolescentes mais velhos e adultos jovens, do sexo masculino, sendo apontada como muito rara entre as crianças.

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A diretora da SBIm ainda enfatiza que dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), agência reguladora norte-americana, mostraram que quando 8,7 milhões de doses pediátricas já tinham sido aplicadas na população do país, em dezembro, o sistema de notificação verificou que 97,6% dos eventos adversos do imunizante eram leves e moderados. Além disso, dos 15 que foram notificados como miocardite, apenas 11 foram confirmados e todos já estavam curados ou em processo de recuperação.

Ainda assim, o que pontua Daniel é que, caso haja qualquer desconforto respiratório ou fadiga exacerbada durante a prática de uma atividade física (como brincadeiras do dia a dia), é recomendado que os pais procurem pelo pediatra do pequeno para uma avaliação correta e sejam sanadas as dúvidas sobre a vacina.

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