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5 formas de melhorar a imunidade da criança

Confira dicas do que fazer para manter seu filho mais saudável e evitar as infecções.

Por Carla Leonardi
1 jun 2022, 11h55

Durante o outono e o inverno, é comum que as crianças fiquem mais doentes – há mais vírus circulando, as temperaturas podem cair bruscamente de um dia para o outro e a permanência em ambientes fechados fica mais frequente. Além disso, o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras e a volta depois de praticamente dois anos em que os pequenos ficaram longe do convívio escolar agravaram a situação. De acordo com os dados das secretarias municipais de saúde e de hospitais privados, nas últimas semanas, as doenças respiratórias voltaram a ser responsáveis por leitos lotados em alas infantis

Mas, então, como ajudar seu filho a se manter saudável? Não existe uma fórmula mágica que o deixe longe das infecções, mas algumas medidas podem ser bastante eficazes. As especialistas Brianna Nicolletti e Aline Scarabelli explicam a importância de cada uma delas. Confira:

1. Mantenha a vacinação da criança em dia

Já está mais do que provado cientificamente que as vacinas são essenciais para prevenir e até erradicar doenças. Isso porque, quando feitas em uma maioria da população, reduzem de forma significativa a transmissão entre as pessoas.

“A vacinação infantil é uma etapa fundamental para o desenvolvimento saudável de todas as crianças, é a maneira de guardar memória imunológica (sem ter de fato as doenças ou tendo quadros mais leves)”, explica Brianna Nicolletti, especialista em alergia e imunologia pela Universidade de São Paulo.

Ela reforça ainda que a vacinação é obrigatória no Brasil, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, destacando que o calendário vacinal de pediatria é um cronograma criado pelos Departamentos Científicos de Imunizações e de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). “Ele segue uma sequência estratégica e cronológica, baseada em evidências científicas, tendo o objetivo de combater doenças e prevenir surtos e contágios”, ressalta.

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criança sendo vacinada
(Marko Geber/Getty Images)

2. Garanta que toda a família se vacine contra a gripe

A vacina contra gripe é um instrumento capaz de reduzir a circulação do vírus Influenza entre a população, especialmente no início do outono e do inverno. A imunologista lembra que a fórmula é refeita anualmente, de acordo com análises que indicam quais subtipos do vírus mais circularão na próxima temporada – tanto no Hemisfério Norte como no Sul. 

“Como o Influenza é um vírus com constantes mutações e novas cepas, a vacina é anual, e tem a função de reduzir o número de quadros de gripe, principalmente dos mais graves”, alerta.

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Essa vacina é recomendada a partir dos 6 meses de vida, portanto, garantir que toda a família esteja vacinada é mais uma forma de proteger os pequenos – principalmente para pais e mães que têm bebês ainda abaixo dessa idade. Proteger-se é, também, proteger os filhos.

família na cama
(Mladen Zivkovic/Getty Images)

3. Não falhe nas consultas pediátricas

Desde o parto – idealmente, desde o planejamento da gravidez – as consultas com um especialista são fundamentais para garantir a saúde da mãe e do bebê. Após o nascimento, a frequência de idas ao pediatra também precisa se manter de forma regular, a fim de monitorar a criança e garantir um crescimento saudável.

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“Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a quantidade de visitas ao pediatra depende da idade da criança e das necessidades específicas para cada caso. Nas situações mais comuns, a recomendação é de três consultas mensais para bebês com 5 a 30 dias de vida, uma vez por mês entre dois e seis meses de idade, e uma visita a cada dois meses a partir dos sete meses do bebê. Para as crianças com dois anos ou mais, o ideal é uma consulta a cada três meses, e uma vez por semestre a partir dos 6 anos”, orienta Brianna. A partir dessa idade, uma consulta por ano é suficiente para avaliar a condição de saúde.

Bebe-no-pediatra-sendo-medido
(ArtMarie/Getty Images)

4. Mantenha o uso de máscara quando achar necessário

Nós sabemos que, depois de tanto tempo, a ideia de respirar sem máscara pode ser um alívio. Mas a verdade é que, em alguns casos, talvez seja interessante manter esse hábito, como neste período em que há tantos casos de doenças respiratórias entre as crianças.

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Diante do aumento dos casos nos últimos dias, é pertinente que se utilize máscara de proteção em ambientes fechados, principalmente se tiver pouca ventilação e grande circulação de pessoas”, orienta Aline Scarabelli, Infectologista Consultora Médica do Labi Exames.

Vale destacar que algumas cidades, como São Paulo, voltaram a recomendar o uso de máscaras, enquanto outras, como Diadema e Londrina, retomaram a obrigatoriedade.

Mãe-colocando-máscara-na-filha
(simon2579/Getty Images)

5. Ofereça uma alimentação equilibrada

Quem, quando criança, não ouviu que era preciso “comer bem” para não ficar doente? Pois nossas avós sempre tiveram razão, como explica Aline. “Para proteger a nossa saúde e garantir o bom funcionamento do sistema imunológico, a alimentação de todas as pessoas, inclusive das crianças, deve ser baseada em alimentos in natura ou minimamente processados, como verduras, frutas, grãos integrais e legumes. Quanto menos alimentos ultraprocessados, como salgadinhos e nuggets, mais saudável é a dieta”, lembrando que, quanto mais colorido for o prato, melhor.

E como a alimentação influencia no sistema imunológico? Brianna Nicolletti lembra que, quando um agente invasor, como vírus ou bactéria, entra em contato com o organismo, o sistema imune envia um exército de células, como anticorpos, para combatê-lo, evitando a infecção ou permitindo que o corpo se recupere.

“Assim, uma série de reações químicas feitas pelo sistema imunológico depende de minerais, vitaminas e aminoácidos específicos obtidos pela alimentação. Por isso, o que comemos reflete em nossa imunidade, diminui as chances de ficarmos doentes e nos ajuda a nos recuperarmos mais rapidamente quando adoecemos”, detalha a especialista.

Pensando nisso, nutrientes como vitamina C, vitamina D, zinco, selênio, ferro e proteína, são essenciais, enquanto alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras, açúcares e sódio podem favorecer o desenvolvimento de doenças, além de aumentar o risco de deficiências nutricionais. “Eles contribuem para o processo inflamatório intestinal e, consequentemente, para o desequilíbrio imunológico”, finaliza Brianna.

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Um conjunto de fatores

Como nada na vida funciona separadamente, lembramos que a imunidade infantil é resultado de um conjunto de todas essas e ainda outras medidas. A vacinação em dia é fundamental, mas consultar o pediatra periodicamente, garantir uma alimentação equilibrada, a prática de atividades físicas (para os maiores) e uma rotina do sono que dê conta das necessidades de cada idade – dando atenção ainda à saúde mental das crianças – é o pacote completo para evitar as doenças e, sobretudo, os quadros mais graves. 

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