Estes são os maiores medos das mulheres durante e após a gravidez
Uma pesquisa brasileira, conduzida pela femtech Theia, entrevistou mulheres ao redor do país para entender as aflições que rondam a maternidade.
Após a longa espera de 12 semanas, período em que as chances são maiores da gravidez ser naturalmente interrompida, você decide contar a novidade para a família e às amigas mais próximas. Há muita comemoração com a notícia, mas também o desabafo: “eu chorei de felicidade, mas fiquei com medo”.
Este misto de sentimentos que começa ao ver os dois traços marcados nos testes de gravidez de farmácia ou o positivo no exame de sangue se estende ao longo da maternidade, e foi isso que mostrou a pesquisa brasileira da femtech Theia, clínica de saúde centrada nas necessidades femininas e gestantes. O levantamento contou com a participação de 450 mulheres ao redor do país e, a partir dos dados reunidos, descobriu-se os medos mais frequentes entre grávidas durante e após os nove meses.
O primeiro deles é que 60% das entrevistadas têm receios sobre a saúde do bebê ainda dentro da barriga, o que leva ao segundo dado importante: 50% delas têm medo de perder o filho.
Ainda durante o desenvolvimento do bebê, 32% das gestantes sentem medo de não ser uma boa mãe antes mesmo de segurarem o filho nos braços. A mesma porcentagem engloba também o receio de ter dificuldades durante a amamentação.
O parto também pesa
Já no nascimento do bebê, 29% das entrevistadas se sentem fragilizadas pelo receio de não conseguirem dar à luz por meio do parto normal. Enquanto que 32% relatam ter medo de sentir dor no processo.
Estas dúvidas ficam ainda palpáveis com os dados da prática. O levantamento pontua que 51% das participantes tinham a intenção que seus filhos viessem ao mundo através do parto normal, mas apenas 32% realmente conseguiu o feito.
As nuances da violência obstétrica
Outra faceta da pesquisa é a percepção de que ainda é nebuloso o que é considerado violência obstétrica pelas mulheres, reforçando a importância de que o assunto seja falado com frequência e clareza durante a gestação e antes dela.
No levantamento, apenas 10% das entrevistas apontam que sofreram violência obstétrica. No entanto, a pesquisa detalhou situações que são consideradas violações na hora do parto, e 25% das mulheres assinalaram que passaram por pelo menos uma delas.
As mais apontadas pelas mães foram: não poder estar com o bebê após o parto, não recebê-lo em seu colo para amamentá-lo, e não ter a sua dor validada durante o processo.
Os desafios do puerpério
A pesquisa mostra ainda que 84% das entrevistadas disseram que tiveram uma rede de apoio, com familiares e amigos, após o nascimento do bebê. O mesmo vale para um acompanhamento médico ativo neste período.
Entretanto, ainda que estes recursos sejam importantes para que o puerpério seja menos difícil, ele é um período marcado por um misto de sentimentos – especialmente pela oscilação hormonal que a mulher está passando, assim como todo o processo de adaptação de ter um recém-nascido em casa.
Assim, 64% relatam que um dos principais desafios deste momento é a privação de sono. Já 55% reforçam que são as dificuldades com a amamentação, enquanto que 23% lembram do baby blues, um estado de melancolia profundo após o nascimento do filho.
Já no ranking de sentimentos, em primeiro lugar aparece a felicidade, apontada por 65% das participantes. Já 52% elegem a sensação de realização como a segunda emoção mais presente. Em terceiro, surge o cansaço com 41%, a insegurança em quarto com 35% e o medo em quinto, com 32%.