Uma leve suspeita de gravidez é o suficiente para atrapalhar algumas noites de sono. Em especial, as daquelas mulheres que não planejam passar pela maternidade tão cedo. Muitas vezes, os sintomas de uma gestação podem ser idênticos aos do período pré-menstrual, o que não facilita em nada o desassossego de não saber se, de fato, há um bebê a caminho – seja isso o que a mulher deseja ou não.
Ainda assim, e apesar de serem alarmantes, alguns dos sinais de gravidez mais conhecidos podem não estar ligados a uma gestação. Com a ajuda do ginecologista e obstetra pela Universidade de São Paulo (USP) e médico pelo Hospital Albert Einstein, Igor Padovesi, listamos três sintomas que afetam mulheres grávidas, mas que também são provocados por condições diversas que acometem o organismo feminino.
1. Atraso menstrual
Sem dúvidas, o atraso da menstruação é um dos primeiros sinais para levantar a suspeita de gravidez. No entanto, existem condições ginecológicas que levam a uma interrupção ou irregularidade dos ciclos menstruais. Entre elas, a Síndrome de Ovários Policísticos (SOP), a endometriose e até mesmo as mudanças hormonais ocasionadas por alterações na tireoide, como hipotireoidismo e hipertireoidismo.
2. Enjoos matinais
Assim como o atraso menstrual, o aparecimento de enjoos matinais é logo associado a uma possível gestação. Apesar disso, vale ressaltar que variadas condições de saúde são passíveis de levar a alterações intestinais desse tipo. Por exemplo, as viroses gastrointestinais, que ocasionam enjoos, vômitos, falta de apetite, entre outros.
3. Cólicas
As cólicas são “companheiras” de ciclo de muitas mulheres. Mas mesmo para aquelas que não estão acostumadas a senti-las, as dores pélvicas podem surgir por condições como constipação intestinal, presença de cistos nos ovários e até cálculos urinários.
Quando os sintomas realmente indicam que estou grávida?
Para muitas mulheres, os sinais de gestação começam a aparecer já antes do atraso menstrual, quando os níveis de beta-HCG (hormônio identificado nos testes de gravidez) ainda estão bem baixos. Para outras, eles se manifestam mais tarde, enquanto uma minoria das gestantes pode passar os primeiros meses da gravidez sem apresentar nenhum sintoma, explica Igor.
A variação individual, portanto, é grande, e a mulher deve se atentar à combinação dos sinais. “Dizemos que é um espectro de sintomas”, completa o ginecologista. Nas primeiras semanas de gestação, todos os indícios são causados pelo efeito dos hormônios que passam a ser produzidos pelo embrião, principalmente a progesterona e o beta-HCG. Entre os mais comuns observados estão:
- Dor e sensibilidade nas mamas
- Enjoos e vômitos
- Falta de apetite
- Sonolência e cansaço
- Cólicas (semelhante a cólicas menstruais)
- Constipação intestinal
- Aumento da frequência urinária
Há também indicativos menos frequentes entre as gestantes, mas que também estão associados às alterações hormonais com efeitos na pele, no cabelo e no corpo, além de motilidade intestinal mais lenta. Por exemplo:
- Salivação excessiva
- Variações do humor e irritabilidade
- Mudança da aparência dos seios, bem como aumento e escurecimento dos mamilos
- Flatulência
- Melasma
- Maior umidade vaginal e inchaço da região genital
- Aversão a odores fortes
- Desejos alimentares específicos
- Acne
De qualquer forma, sempre que algum sintoma chamar a sua atenção, procure um médico para investigar o que pode estar acontecendo.