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Glossário da gravidez: o que é colostro e por que ele é essencial pro bebê

De aparência amarelada e espessa, a substância é conhecida como o primeiro leite materno e possui papel importantíssimo na imunidade do pequeno.

Por Flávia Antunes
27 jul 2021, 16h56

Mudanças no corpo da mulher acontecem a todo momento durante os nove meses de gestação para prepará-la para o parto. Mas se engana quem pensa que as transformações param depois da concepção. Assim que o pequeno nasce – e às vezes, até um pouquinho antes – a mãe já pode notar uma pequena quantidade de líquido escorrendo dos mamilos, mas que ainda não é o leite maduro propriamente dito.

De aspecto amarelado e espesso, essa substância é chamada de colostro e alimenta o bebê nos dois ou três primeiros dias de vida. “Ele é muito conhecido como a primeira ‘vacina’, porque possui uma grande quantidade de anticorpos e é projetado para garantir o que a criança precisa nesse começo de vida”, explica Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra pela UNIFESP e consultora de amamentação.

A lista de benefícios é extensa!

Além de fortalecer o sistema imunológico do bebê, já que cerca de 70% das células do colostro são leucócitos – também conhecidos como glóbulos brancos e responsáveis pela proteção contra infecções –, a substância contém outros compostos benéficos para a saúde do pequeno, como comenta a especialista.

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“O líquido possui proteínas, que influenciam no crescimento e no desenvolvimento corporal, além de ajudar a prevenir possíveis alergias. Também tem vitaminas, o que é importante porque geralmente os bebês nascem com uma reserva baixa de vitamina A e não tê-la na quantidade adequada pode trazer problemas para a visão“, lembra a enfermeira.

A lista de componentes do colostro também inclui carboidratos, considerados combustíveis energéticos para o cérebro e sistema nervoso, e substâncias imunomoduladoras, isto é, que vão se modificando de acordo com as necessidades nutricionais do bebê. 

“Por fim, o colostro age na flora intestinal, alimentando as bactérias do intestino e contribuindo para evitar distúrbios digestivos e para ajudar na evacuação, sem falar do seu papel na diminuição do risco de morbidade e mortalidade infantil”, acrescenta Cinthia. 

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A pequena quantidade pode assustar, mas é normal

Ao notar que os seios não estão produzindo grandes doses deste primeiro leite materno, algumas mães podem ficar preocupadas, questionando se o alimento será suficiente para o filho. Pensando nisso, a consultora de amamentação acalma as lactantes respondendo: “O bebê mama essa pouca quantidade e ela basta, porque seu estômago nos primeiros dias tem capacidade entre três a sete ml, e estimamos que saia por volta de cinco ml de colostro em cada mamada”.

Claro que existem exceções, como os casos em que a mulher não produz leite, mas Cinthia pontua que são circunstâncias menos comuns. “No caso de uma hipoplasia mamária, por exemplo, a mãe possui pouquíssimas glândulas, não sendo capaz de suprir a demanda do bebê, mas observo com pouca frequência”, detalha a especialista. 

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