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Vômito em bebês e recém-nascidos: quando é preocupante e o que fazer

O vômito infantil nem sempre é alarmante. Conversamos com um pediatra para entender como lidar com a situação e o que pode causar o quadro

Por Isabelle Aradzenka
Atualizado em 10 ago 2022, 17h16 - Publicado em 10 ago 2022, 16h56
Vômito em bebês e recém-nascidos: quando é preocupante e o que fazer
 (matsuriri/Getty Images)
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Observar o pequeno rejeitar a alimentação de modo involuntário não é uma das situações mais confortáveis para os pais, sobretudo os de primeira viagem. Na maior parte das vezes, entretanto, um quadro de vômito deste tipo em bebês e recém-nascidos pode representar uma resposta benéfica do organismo, na tentativa de eliminar toxinas de alimentos contaminados. A seguir, entenda quando o cenário é preocupante e o que fazer.

Vômito ou regurgitação?

Antes de tudo, é importante diferenciarmos essas duas situações. “A regurgitação é o retorno passivo, isto é, sem esforço, do líquido do estômago para a boca. Ela não será acompanhada por náuseas e não costuma causar desconforto ou dores no bebê”, explica Paulo Telles, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Em outras palavras, regurgitar parecerá quase um movimento “natural” para a criança, sem a necessidade de auxílio dos músculos do corpo. Sua causa está relacionada à imaturidade do sistema gastrointestinal do bebê, tanto em sua capacidade de digestão e esvaziamento do estômago quanto pela flacidez de seu esfíncter (estrutura que controla a passagem de substâncias).

“O estômago do bebê ainda não ‘se fecha’ de forma perfeita. Assim, qualquer pressão abdominal favorece a volta do leite de forma passiva pelo esôfago e pela boca”, complementa Telles. Em geral, espera-se a diminuição gradual dos sintomas ao longo dos meses e a resolução espontânea no final do primeiro ano de vida.

Vômito em bebês e recém-nascidos: quando é preocupante e o que fazer

E o vômito?

Enquanto a regurgitação não gera esforço, o vômito é definido por uma eliminação aguda e violenta do conteúdo gástrico pela boca da criança. O quadro ainda costuma ser precedido por náuseas e sintomas como palidez, sudorese e aceleração da respiração e frequência cardíaca.

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As causas de vômitos mais frequentes em recém-nascidos e bebês são refluxo gastroesofágico e alergia alimentar. Há, ainda, casos de exceção. Um deles é quando o quadro não é acompanhado pelos sintomas secundários – principalmente as náuseas. Neste cenário, o problema pode ser devido a alterações no sistema nervoso central, explica o pediatra.

Por fim, infecção virais que causam gastroenterite (inflamação do estômago e o intestino) também podem estar por trás dos vômitos em bebês, como é o caso de contaminação por adenovírus.

Quando o vômito é preocupante?

O sinal de alerta dos pais deve ser acionado no caso de:

  • Vômito acompanhado por sangue;
  • Quando o quadro não cessa após a medicação (devido ao risco de desidratação e alteração dos minerais no sangue);
  • Vômito associado a sinais de infecção grave e meningite, como febre no recém-nascido, prostração (comportamento apático) e diminuição da frequência urinária;
  • Vômitos repetitivos por mais de 12 horas nos primeiros 30 dias de vida;
  • Perda de peso ou ganho de peso inadequado.
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Vômito em bebês e recém-nascidos: quando é preocupante e o que fazer

Criança vomitando: os cuidados

Uma das grandes preocupações dos pais em relação ao vômito é a aspiração acidental do leite. No entanto, Telles afirma que este cenário costuma ser incomum. Para ter a garantia de que o pequeno não correrá riscos durante a saída dos fluidos, algumas orientações podem ser seguidas.

O ideal nesta hora é lateralizar o rosto da criança, bem como deixá-la o mais levantada possível, garantindo que as via respiratórias estejam livres. Junto a isto, também evite comprimir a barriga do bebê, chacoalhar ou balançá-lo de forma brusca.

Após o vômito, é importante não insistir logo em seguida na mamada e o ideal é manter a rotina e os horários habituais de amamentação da criança – ou alimentá-la quando ela solicitar -, instrui o pediatra.

Em última circunstância, caso o bebê fique arroxeado ou com dificuldade respiratória, é preciso encaminhá-lo para um atendimento de urgência e, possivelmente, aplicar manobras de desengasgo, sem deixar de lado a avaliação do pediatra.

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