Continua após publicidade

Sinusite em crianças: os sintomas e como tratar

Nariz congestionado, dor de cabeça ou na face e, às vezes, tosse… Será que seu filho está com a doença? Entenda como identificar e o que fazer

Por Da Redação
Atualizado em 26 jan 2023, 10h39 - Publicado em 26 jan 2023, 10h30

Se tem algo pior do que ter crises de sinusite ou rinossinusite, é cuidar de uma criança que tenha. Ver seu filho com os sintomas incômodos, que (muitas vezes) demoram para ir embora, é difícil. A criança fica indisposta, cansada, com dor e dorme mal. E não é para menos!

“A sinusite, que atualmente é mais referida como rinossinusite, é uma inflamação da cavidade nasal e dos seios paranasais”, diz o otorrinolaringologista Luiz Vicente Rizzo Castanheira, do Hospital Paulista (SP). Segundo o médico, o termo “rinossinusite” é o mais adequado – e mais utilizado hoje em dia – porque a doença não se restringe apenas aos seios da face, atingindo também cavidade nasal.

Tipos de sinusite

Enquanto algumas crianças nunca sofreram com esse problema, outras parecem ter episódios frequentes e que demoram mais a passar. De acordo com o especialista, há três tipos de rinossinusite:

  • Rinossinusite aguda: tem duração menor do que 12 semanas, com início súbito dos sintomas
  • Rinossinusite aguda recorrente: quando há quatro ou mais episódios de rinossinusite aguda no período de um ano, com melhora completa dos sintomas entre eles
  • Rinossinusite crônica: quando os sintomas têm duração maior do que 12 semanas

A rinossinusite aguda é uma doença altamente prevalente e é difícil estimar sua incidência precisa. As causas por agentes virais, como o resfriado comum, são as mais frequentes e crianças em idade escolar podem apresentar de 7 a 10 resfriados por ano”, afirma o médico. No caso da rinossinusite crônica, estima-se que a prevalência em crianças possa chegar a até 4%.

O que causa sinusite ou rinossinusite?

Segundo o otorrino, os vírus são disparadamente a principal causa de rinossinusite aguda em crianças, principalmente naquelas em idade escolar. “Isso devido à imaturidade do sistema imunológico e à maior propensão a hábitos como aglomeração com outras crianças e compartilhamento de objetos contaminados, que facilitam o contato com mucosas, gerando infecção”, exemplifica.

Já no caso da rinossinusite crônica, fatores anatômicos, genéticos, autoimunes, o tabagismo passivo e ativo, a adenoide (popularmente conhecida como “carne esponjosa”, que tende a funcionar como um reservatório de bactérias), rinite alérgica e doença do refluxo gastroesofágico podem estar relacionados. “Em relação aos dois últimos [rinite e refluxo], a ciência ainda busca uma relação causal clara e definitiva”, ressalta.

Continua após a publicidade

Embora seja mais frequente nos meses de outono e inverno, quando o tempo fica mais frio e seco, favorecendo a incidência de doenças respiratórias, a rinossinusite pode aparecer em qualquer época do ano.

Sintomas de sinusite ou rinossinusite

O diagnóstico deve ser fechado pelo médico, mas alguns sinais que indicam o problema, de acordo com Castanheira, são obstrução nasal, secreção nasal de cor clara, tosse diurna e noturna. Além disso, a pessoa pode sentir dor de cabeça ou dor na face, na testa e abaixo dos olhos.

“Os sintomas de tosse são mais comuns em crianças do que em adultos”, destaca. Em geral, em quadros de sinusite, ao menos dois desses sintomas aparecem em conjunto. “O diagnóstico é feito clinicamente e na grande maioria dos casos não é necessária a realização de exame de imagem, como raio-x ou tomografia de seios da face”, diz o médico.

close no rosto de uma menina, que está de olhos fechados e com uma das mãos na lateral do nariz
(IvanJekic/Getty Images)

A doença pode evoluir e apresentar complicações?

O otorrinolaringologista conta que, na maioria dos casos de rinossinusite, mesmo quando a doença não é tratada, o quadro não evolui para complicações graves. O que acontece é que a duração e a intensidade dos sintomas podem aumentar, levando ao desconforto de conviver com eles. “Já as rinossinusites causadas por agentes bacterianos e fúngicos, mais raras, podem cursar com complicações orbitárias (como celulite orbitária, uma infecção em torno dos olhos), ósseas e intracranianas, pelo fato de o nariz e os seios da face estarem anatomicamente muito próximos às órbitas e à base do crânio”, explica. Mas são casos que acontecem com muito menos frequência e que devem contar com acompanhamento médico, para serem tratados o quanto antes e, assim, evitar que se chegue a tal ponto.

Como tratar sinusite?

Como a rinossinusite aguda é uma inflamação da cavidade nasal e dos seios paranasais, é importante fazer a lavagem nasal com soro fisiológico com frequência. O médico também poderá prescrever remédios para a redução dos sintomas até que a infecção vá embora. “No caso de diagnóstico de causa bacteriana, que é a minoria dos casos, pode ser necessário o uso de antibióticos”, afirma Castanheira. É fundamental manter a criança hidratada e garantir que ela descanse para acelerar a melhora.

Continua após a publicidade

Já nos casos de rinossinusites crônicas, mais difíceis de prevenir, é necessário primeiro investigar o fator causal para chegar ao tratamento adequado. É preciso saber se é uma questão anatômica, genética, imunológica ou ambiental. “Somente com base no diagnóstico da causa é possível realizar tratamentos clínicos com medicamentos e até mesmo cirúrgicos”, aponta.

Rinossinusite: dá para prevenir?

Dá sim! E, de acordo com o especialista, essa é a melhor forma de cuidar do problema. “A vacinação é um importante fator de prevenção”, afirma ele. Isso porque a imunização (contra Covid-19 e Influenza, por exemplo) pode inibir determinadas infecções virais e bacterianas, evitando algumas rinossinusites agudas, agudas recorrentes e crônicas.

Além disso, as rinossinusites de origem viral podem ser prevenidas com hábitos de higiene, inclusive aqueles que já ficaram bem conhecidos durante a pandemia, como limpar frequentemente as mãos, lavá-las bem com água e sabão e utilizar álcool em gel. “O uso de máscaras por pessoas que apresentam sintomas também diminui a chance de transmissão”, completa Castanheira.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade