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Novembro Roxo: por que a vacinação de bebês prematuros não pode atrasar

Mais suscetíveis às infecções, é recomendado que os bebês nascidos antes das 37 semanas de gestação recebam vacinas combinadas para maior proteção.

Por Alice Arnoldi
17 nov 2021, 15h28
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 (Jill Lehmann Photography/Getty Images)
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Com a melhora da pandemia causada pela Covid-19 por meio da vacinação, somos lembrados diariamente sobre a importância de manter a carteirinha de imunização em dia e o diálogo não é diferente quando falamos de bebês prematuros que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são aqueles que nascem antes da 37ª semana de gestação. Eles são mais suscetíveis às infecções e, por isso, precisam receber as doses de proteção no momento correto.

“Há um senso comum, muitas vezes equivocado, de que bebês nascidos antes da hora devem ser vacinados apenas quando estiverem “fortes” o suficiente para receber imunizantes. Porém, o sistema imunológico imaturo dos prematuros é um fator de risco para doenças evitáveis por vacinação, como coqueluche, pneumonias, gripes e infecção por rotavírus”, esclarece Sheila Homsani, diretora médica da Sanofi Pasteur, no Brasil. Ela ainda pontua que os prematuros extremos (nascidos antes de 28 semanas de gestação) podem ter até dez vezes mais chances de desenvolverem infecções.

Prematuros possuem um calendário exclusivo  

Os pais podem mesmo ficar confusos sobre como a carteirinha de imunização do bebê deve ser atualizada neste caso, já que nas primeiras semanas de vida, talvez ele ainda esteja no hospital. “O motivo que mais se destaca na explicação sobre o atraso na administração das vacinas de rotina é provavelmente a preocupação e falta de conhecimento sobre a segurança e possíveis eventos adversos em bebês prematuros”, detalha a especialista.

Pensando nisso, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) possui um calendário de vacinação exclusivo para bebês nascidos antes do tempo esperado, com uma ressalva importante para a BCG e a proteção contra a Hepatite B. O primeiro imunizante deve ser aplicado quando o pequeno tiver ao menos dois quilos – já que demanda massa intramuscular para isso – e o segundo quando o recém-nascido já tiver alcançado 750 gramas ou estar com idade gestacional maior do que 27 semanas de gravidez.

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Além disso, os responsáveis pelo pequeno podem recorrer aos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), os quais facilitam a vacinação de prematuros extremos e/ou com comorbidades especiais. “O CRIE atende de forma personalizada e gratuita o público que necessita de produtos especiais, de avançada tecnologia e alto custo, que são adquiridos pelo PNI (Programa Nacional de Imunização)”, completa Sheila.

Vacinas combinadas: mais proteção, menos idas ao posto

Pode-se pensar também na combinação de vacinas que, segundo a especialista, é um dos recursos para conseguirmos contornar as baixas coberturas vacinais do país, como a da poliomielite. De acordo com uma análise do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) sobre o ano de 2020, com dados do Tabnet/Datasus, o Brasil não chegou a 80% de imunizados contra o vírus que causa paralisia infantil.

Como o próprio nome dá a entender, o princípio da vacina combinada é os pais conseguirem garantir a proteção dos filhos contra cinco a seis doenças por meio de uma única picada, com menos idas aos postos de saúde e menos estresse tanto para a família quanto para a criança.

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Para bebês prematuros, a preferência é pelos imunizantes acelulares, isto é, produzidos a partir de um pedaço da célula (e não com ela inteira), pois tendem a causar menos reações adversas nos pequenos e garantem uma boa produção de anticorpos.

Neste ano, o Sistema Único de Saúde (SUS) comprou as duas principais vacinas combinadas, a penta e a hexa, e ambas estão disponíveis nos CRIE e em redes particulares de imunização. A primeira protege o público infantil contra a difteria, o tétano, coqueluche, meningite por Haemophilus influenzae tipo b e poliomielite, já a segunda acrescenta a imunização contra a Hepatite B também.

De acordo com a SBIm, a única ressalva é que ambas só podem ser usadas em bebês a partir de dois meses. Portanto, no esquema vacinal contra a Hepatite B previsto tanto para 0-2-4-6 ou 0-1-2-6 meses, ela só poderia ser utilizada na segunda dose.

“Engana-se quem pensa que apenas o sistema imunológico dos prematuros é vulnerável. Leva-se algum tempo para que bebês, nascidos antes da hora ou não, desenvolvam a especificidade e memória para a resposta imune adequada. Por isso, a melhor forma de protegê-los é evitando atrasos na vacinação e mantendo também a carteirinha de vacinação dos familiares e contatos próximos atualizada”, conclui Sheila.

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