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Queda da vacinação de poliomielite reflete movimento antivacina no país

Em 2015, a taxa vacinal contra poliomielite chegava em 98,3%, mas caiu para 75,9% em 2020, refletindo o desconhecimento da doença e aumento das fake news.

Por Alice Arnoldi
24 out 2021, 10h00
Saiba quais são as reações mais comuns pós vacinação na infância
Saiba quais são as reações mais comuns pós vacinação na infância (Karl Tapales/Getty Images)
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Se com a pandemia do coronavírus observamos números crescentes da imunização contra a Covid-19, a situação é oposta com enfermidades que já têm vacinas bem estabelecidas há anos e poderiam não correr o risco de retornarem. O combate à poliomielite é um exemplo da perigosa queda da cobertura vacinal ao redor do país.

Segundo o panorama do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), com dados do Tabnet/Datasus, divulgado em maio deste ano, em 2015, 98,3% estavam protegidos contra a doença. Já em 2020, este número caiu para 75,9%. O levantamento ainda evidencia que as taxas brasileiras de cobertura vacinal não superaram 80% no ano passado.

O último caso de poliomielite registrado em território brasileiro foi em 1989, na Paraíba, somando mais de 30 anos sem a doença no país. Ainda que a notícia seja positiva, ela também reflete um dos motivos apontados para a queda da vacinação: a falsa ideia de que a enfermidade não é mais um risco às crianças, principalmente menores de cinco anos, tem levado a população a ser relapsa com a imunização. Já a segunda causa é o negacionismo e a circulação de fake news que sustentam o movimento antivacina no país.

“A percepção de baixo risco por conta do enorme declínio na prevalência e/ou erradicação de doenças imunopreveníveis e o aumento da preocupação com a segurança e confiabilidade das vacinas têm levado a uma redução na cobertura vacinal e ao ressurgimento de surtos de doenças como o sarampo”, aponta o documento da IEPS. Em 2019, o Brasil perdeu o certificado de erradicação do sarampo após o retorno da doença, com 20.901 casos relatados no ano.

Não há remédio pra doença, mas tem vacina para prevenir! 

Desde 1980, o país realiza uma movimentação nacional para que mais pais levem seus filhos aos postos públicos para atualizar a carteirinha de vacinação contra a poliomielite. E deu certo por alguns anos, o que coloca o Brasil entre os países que mais vacinam no mundo com seu histórico Programa Nacional de Imunizações, mas é um exercício constante de conscientização.

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Neste ano, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem se dedicado à Campanha Nacional de Multivacinação de 2021, entre os dias 1 e 29 de outubro, incentivando a imunização de jovens até 15 anos com doses de 18 agentes protetores. É a chance de tirar o atraso da carteirinha!

Entre eles, claro, aparece o responsável pela proteção contra a poliomielite, doença conhecida também como paralisia infantil. Ela é causada pelo poliovírus, que é altamente contagiosa por vias aéreas e também pela boca, através de água e alimentos infectados.

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As suas consequências são irreversíveis, pois não há nenhuma medicação para combater as inflamações causadas pela doença, sendo necessário esperá-la sair do organismo e tratar suas consequências. Normalmente, há a perda do domínio dos músculos de uma das pernas ou dos braços, além do perigo da parte respiratória ser afetada, fazendo com que o paciente precise de intubação.

No esquema vacinal brasileiro, a imunização contra a doença é realizada por meio de cinco doses. As três primeiras são injetáveis, aos dois, quatro e seis meses de vida, enquanto que as duas últimas são reforços em gotinhas, dadas aos 15 meses e quatro anos. O processo é todo gratuito, portanto, não esqueça de procurar por um postinho mais próximo da sua casa para manter a carteirinha do pequeno sempre atualizada!

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