Criança pode ter queda de cabelo? Entenda os tipos de alopecia infantil

Trata-se de uma condição onde a queda de cabelo é anormal e, nos pequenos, ela costuma ter quatro causas.

Por Alice Arnoldi
30 mar 2022, 11h50
Queda de cabelo pós-parto: Entenda esse furacão
Queda de cabelo pós-parto: Entenda esse furacão  (Arte: Bebê.com.br / Foto: szefei/Getty Images)
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Dentro do universo adulto, não é incomum ouvirmos relatos sobre a perda de cabelo e os possíveis tratamentos para contorná-la. No entanto, o que muitos não sabem é que a diminuição da quantidade de fios na cabeleira também pode afetar aos pequenos, com uma condição chamada alopecia infantil, que é definida como processo de queda de cabelo de maneira anormal.

Entre os bebês, a alopecia tende a não ser associada a nenhuma doença, sendo a queda dos fios um processo natural, como explica a dermatologista Carolina Gonçalves Contin, do Sabará Hospital Infantil. “Eles podem perder cabelo apenas pelo trauma do apoio da cabeça em uma superfície, quase sempre na mesma posição”, exemplifica a especialista.

Já com o avançar da idade, a alopecia pode passar a acontecer por influência de fatores externos e, então, tornar-se consequência de quadros patológicos. Abaixo, listamos os quatro mais comuns de acontecerem entre o público infantil:

1. Alopecia Areata

De acordo com o médico tricologista Luciano Barsanti, presidente da Sociedade Brasileira de Tricologia, a alopecia areata é uma doença autoimune, que pode acometer desde bebês, passando por crianças pequenas até chegar aos adolescentes.

“Ela acontece porque o organismo produz anticorpos contra o bulbo capilar, o que leva ao aparecimento de rodelas sem cabelo na cabeça”, detalha Luciano. Caso a alopecia areata venha a ser a do tipo universal, o pequeno pode acabar perdendo todos os pelos do corpo.

Independente do público que acaba desenvolvendo a doença, o especialista explica que o gatilho da condição tende a ser emocional, como um quadro de ansiedade infantil, episódios de violência, mudanças abruptas de casaescola, e até a mesmo a perda de um ente querido.

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“A boa notícia é que 60% dos casos evoluem para cura total, sem recorrência. Só que, para isso, é importante que haja um trabalho multiprofissional com um médico tricologista (que ponderará sobre o uso de corticoides, por exemplo), junto a psiquiatra e terapeuta infantis“, completa.

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2. Alopecia por desnutrição

Neste caso, Luciano pontua que a desnutrição pode ocorrer tanto pela falta de alimentos necessários em decorrência da fragilidade social ou, ainda, como reflexo da má alimentação de algumas casas.

Os dois cenários levam a uma falta de nutrientes importante, como ferro, sais minerais, magnésio e outros elementos que são necessários na reprodução do fio de cabelo”, detalha o tricologista. Assim, o principal caminho para contornar este quadro é a reposição destas substâncias para reequilibrar o organismo e devolver vida à cabeleira do pequeno.

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3. Alopecia por tração 

Este tipo de perda de fios é um alerta para pais e mães que gostam de testar penteados novos nos filhos com frequência, como rabos de cavalo, tranças e marias-chiquinhas muito apertadas.

Isso porque o ato constante de prender os fios capilares da criança pode levá-la a ter alopecia por tração, isto é, perder o cabelo em decorrência do atrito que há em seu manuseio, pois o músculo que segura o fio no bulbo rompe e, então, ele é perdido definitivamente.

Neste caso, é importante que mães e pais atentem-se ao arrumar o cabelo do filho ou filha, dando prioridade para deixá-lo em sua estrutura original e, uma vez ou outra, fazer uma gracinha com penteados diferentes e caprichados.

4. Alopecia por tricotilomania

Outro fator com gatilho emocional que leva à alopecia é o de tricotilomania (TTM), um transtorno psiquiátrico em que a criança possui um desejo incontrolável de arrancar o próprio cabelo. “E, muitas vezes, ela acaba comendo estes fios capilares, levando a casos graves de obstrução gastrointestinal”, detalha Luciano.

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Diante desta situação delicada, o tratamento precisa ser uma ação conjunta de uma equipe multidisciplinar de psiquiatra e terapeutas que possam entender o que está levando a criança a acreditar que arrancar o próprio cabelo é a única maneira de suprir suas demandas emocionais.

E, a partir disso, ajudá-la a encontrar outras formas de aliviar o estresse, a ansiedade e outros sentimentos que podem estar envolvidos neste processo.

“Isso leva a uma destruição do couro cabeludo, inflamação e atrofia da fibrose e, então, jamais nascerão novos cabelos naquele local”.

Luciano Barsanti, médico tricologista

Já para o tratamento capilar tanto do caso de tricotilomania, quanto de outros tipos de alopecia, Luciano defende que ele deve ser desprovido de qualquer tipo de dor e nunca deve ser envolver medidas invasivas, como microagulhamentos.

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