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Como ter um sexo mais confortável e prazeroso no pós-parto

Posições sexuais que não exigem tanto condicionamento físico e movimento da pelve podem ser grandes apostas neste momento!

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 14 set 2021, 19h02 - Publicado em 11 jul 2020, 10h00
 (Carol Yepes/Getty Images)
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A oscilação da libido pode ser uma questão durante os trimestres da gestação e adivinhe? Depois dela também! Após o nascimento do bebê, a mulher passa por um período chamado resguardo, de 40 a 60 dias, em que a relação sexual não é recomendada. O principal motivo é para que o útero possa se recuperar completamente.

Após esse intervalo importante para a saúde da mulher, o casal pode começar a pensar em retomar à vida sexual. Mas também pode encontrar desafios no meio do caminho – esperados, mas que exigem conversa e companheirismo para não gerar culpa no casal.

Ainda que óbvio, o primeiro deles é: o corpo do pós-parto não é mesmo de antes e está tudo bem. Como explica Lídia Myung, ginecologista e obstetra pós-graduada em Medicina Integrativa pelo Hospital Albert Einstein, a mudança inicial está relacionada ao aleitamento materno.

“Quando a mãe amamenta, a prolactina sobe e, quando ela está alta, atrapalha os ciclos ovulatórios e menstruais. Consequentemente, isso faz com que a testosterona reduza”. A diminuição desta substância no organismo faz com que a lubrificação vaginal seja menor, e a penetração possa ser mais dolorida sem os estímulos que excitam adequadamente aquela mulher.

Além das mudanças corporais, a saúde mental da mãe também enfrenta um turbilhão de questionamentos que vão e vem e podem sim influenciar na capacidade de relaxar para conseguir viver o momento a dois. Há o cansaço das noites mal dormidas, das pausas constantes para dar de mamar, o choro, as trocas de fraldas, as dúvidas se o bebê está com dor e ainda, para as mães de primeira viagem, se tudo está correndo como deveria.

Enumerar todos esses pontos é lembrar que o retorno para a vida sexual é um trabalho que exige cuidados com o corpo físico, mas também com o mental, que está quase 100% focado no bem-estar do bebê. Pensando nisso, especialistas detalharam o que pode ajudar nesse período:

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1. Ter privacidade é importante

Para que seja mais fácil de atender o recém-nascido na hora de mamar ou fazê-lo dormir, muitos pais optam por colocá-lo ao lado da cama, em bercinhos acoplados ou no chamado moisés. Entretanto, nesta retomada à vida sexual, é preciso uma conversa a dois para entender onde o filho ficará neste momento.

“O ideal seria que o casal buscasse ter um canto deles, sem o bebê. Até para estarem mais a vontade, e começarem de novo a fase do namoro. Esse processo é importante para eles não assumirem o papel de “papai” e “mamãe” na vida um do outro, que acaba prejudicando a sexualidade do casal”, detalha July Horowitz, psicóloga e terapeuta sexual.

Caso não estivéssemos vivendo a pandemia do novo coronavírus, esse espaço íntimo também poderia ser uma saída a dois, de tempos em tempos, contando com a ajuda da rede de apoio ou contratando babás de confiança. Vale lembrar que a intimidade não se resume ao ato de transar em si, mas tudo aquilo que pode trabalhar a conexão do casal, como jantar em um restaurante gostoso, ir ao cinema, motel ou apenas sentarem juntos para verem sua série favorita.

Sem saídas por enquanto, o momento pede um pouco mais de jogo de cintura, mas é possível encontrar um tempo para os dois novamente. Nas horas da soneca do bebê, liguem a babá eletrônica e aproveitem os outros cômodos para fazer algo que gostem. A reconexão é o primeiro passo para um sexo prazeroso.

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2. Sem preconceitos com os lubrificantes

Já no ato em si, é preciso levar em consideração as mudanças corporais do pós-parto e, para isso, talvez recorrer a produtos que vocês não usassem antes, como lubrificantes para o ressecamento do canal vaginal.

Debora Pádua, fisioterapeuta pélvica e sexóloga, aconselha aos casais que dêem preferência para produtos a base d’água, pois as chances de darem algum tipo de reação são menores. Além disso, fica o reforço: se não der certo com uma marca, tente outra. Pode ser que vocês apenas não acharam a preferida ainda!

3. Sexo não é feito só de penetração

Ainda que a introdução do pênis no canal vaginal não seja proibida após o período do resguardo (pelo menos, na maioria dos casos), o movimento pode ser dolorido. E, nesse momento, vale repensar: por que não tentar outros caminhos?

Debora dá a dica do parceiro usar o pênis para estimular o canal vaginal por fora, friccioná-lo no clitóris e até mesmo tentar algum brinquedo sexual. A sexóloga cita as cápsulas vibratórias que não são introdutórias e estimulam a região clitoriana, deixando a parceira mais excitada.

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Os seios também podem ficar mais fragilizados por causa da amamentação e o pedido pode ser não manuseá-los como costumavam fazer e focar em outras regiões erógenas – como beijo entre as coxas, massagem nas costas, masturbação e o próprio sexo oral. A conversa também é essencial para deixar claro o que a mulher se sente confortável ou não naquele momento.

4. Aposte em posições mais favoráveis

A obstetra Lídia reforça que não há nenhuma posição sexual proibida no período pós-parto. Mas existem alguns movimentos para ter prazer que podem ser mais confortáveis e fáceis de colocar em prática do que outros.

  • “Papai e Mamãe”: Tradicional e certeira. A médica explica que essa posição pode ser mais confortável para a mulher que deu à luz, porque ela tem o corpo todo apoiado na cama. Isso a ajuda no condicionamento físico, que pode estar prejudicado nesta fase, e também força menos a musculatura abdominal – que pode ter a cicatriz da cesárea ou outra intervenção necessária para o nascimento do bebê. Nesta posição, a subida e descida do corpo do homem sobre o da mulher também ajuda com que o pênis estimule o clitóris ao mesmo tempo em que ele é introduzido, podendo dar mais prazer a ela.
  • Conchinha: De lado, a mulher também diminui o esforço na região da pelve e consegue ter uma relação mais prazerosa. Desse jeito, também é possível que a própria mulher ou o parceiro estimule o clitóris dela com mais facilidade.
  • Pernas elevadas: Caso o casal queira ir um pouco a mais da posição “Papai e Mamãe”, Lídia aconselha o levantamento das pernas em 90° apoiando nos ombros do parceiro. O sustento dos membros inferiores e a ajuda na abertura podem fazer com que a mulher sinta mais prazer com uma penetração mais profunda.
  • De quatro com abraço: Como o nome dá a entender, esta é a famosa posição de quatro, mas que tem o diferencial, aconselhado pela obstetra, do parceiro abraçá-la por trás. Caso a mulher sinta que faltam forças nos braços para manter-se assim, vale apoiá-los na cama, inclinando apenas o quadril para trás e com a ajuda de um travesseiro por baixo, se for mais confortável. Com isso, há também menos esforço na musculatura pélvica e não demanda tanto condicionamento para a penetração.
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