8 situações que mães de prematuro vivenciam durante a internação do bebê
Receber alta sem o recém-nascido é uma das maiores angústias que pode acontecer depois do parto. Veja outros fatos comuns a quem dá à luz antes da hora
O parto, por si só, já é um momento de fortes emoções. Quando ele acontece antes da hora prevista, então, provoca sentimentos ainda mais intensos, que vêm acompanhados de muita preocupação. Será que o bebê está saudável? Será que ele é muito pequeno? O que pode ter causado a prematuridade? Mas as angústias não param por aí. Depois do nascimento, vêm uma série de situações que mães e pais precisam enfrentar – sobretudo a mulher, que além do emocional, tem que lidar com a demanda física. O dia a dia da UTI neonatal, com tantos fios, apitos, exames, notícias boas e ruins, pode ser extremamente desafiador, e é por isso que o apoio da família e dos amigos é tão importante nessa fase.
Veja, a seguir, algumas dessas situações que quem passa por um parto prematuro gostaria que as pessoas ao redor entendessem o quanto é difícil.
1. Receber alta e não sair do hospital com o bebê
Entre as muitas idealizações da gestação, certamente o momento de ser liberada para voltar para a casa com o pequeno nos braços é um dos mais sonhados. Mas quem vive um parto prematuro acaba precisando adiar um pouquinho essa realização e se adaptar a uma realidade que, na maior parte das vezes, não é esperada. Isso porque muitos recém-nascidos que vêm ao mundo antes da hora precisam passar um tempinho na UTI neonatal para que terminem de se desenvolver. Nesses casos, a alta da mãe acontece sozinha, gerando uma sensação de vazio depois de tanta expectativa.
2. Permanecer o dia todo no hospital durante semanas ou meses
Quem teve um bebê na UTI sabe o quanto o dia a dia no hospital pode ser desgastante, principalmente porque, em geral, as mães precisam tirar leite com intervalo regular para que a produção das mamas siga sendo estimulada. Além disso, estar por perto – seja para passar carinho e cuidado ao pequeno, seja para amamentar – exige muito do corpo e da mente da mulher. Embora alguns hospitais ofereçam estrutura para esses casos, a maioria pouco provê nesse sentido. Há muitos pais que, quando têm condições financeiras, acabam se hospedando temporariamente perto da maternidade para diminuir um pouco as dificuldades.
3. Celebrar cada mililitro de leite que o recém-nascido toma
Se as pequenas conquistas são comemoradas no desenvolvimento de um bebê, no de um prematuro, então, elas se tornam ainda mais importantes. Quando ele faz cocô pela primeira vez, a cada mililitro de leite materno dado pela seringa, a saturação que melhora a cada dia, os gramas que vão aumentando conforme ele engorda pouquinho a pouquinho até atingir o peso esperado para alta… Um mínimo avanço é uma verdadeira vitória para os pais e para a família que torce à distância.
4. Não poder amamentar assim que o bebê nasce
Como muitos prematuros ainda não têm força para sugar, o leite precisa ser bombeado e dado ao pequeno com a ajuda de uma sonda ou seringa. O aleitamento pelo seio, assim, pode demorar um pouquinho para acontecer, mas o contato pele a pele às vezes começa antes, já que é tão importante para o recém-nascido.
5. Não ver a família conhecendo a criança imediatamente
Durante uma gravidez, é difícil não imaginar o momento em que avós, tios e talvez o(s) filho(s) mais velho(s) conheçam o bebezinho. Mas quem teve um parto antes do termo precisou lidar com mais essa falta. As regras de visita variam de acordo com o hospital, porém, em geral, apenas avós podem visitar os pequenos e em dias e horários extremamente específicos. Assim, outros familiares conhecem a criança apenas por foto (quando o uso de celular é autorizado).
6. Lidar com a sensação de abandono de outro(s) filho(s)
Para quem tem crianças em casa, a situação tende a ser ainda mais desafiadora. A chegada de um irmãozinho já gera muitos questionamentos ao primogênito, que pode se sentir “abandonado” ao ver os pais tanto tempo fora de casa por causa do bebê. Nesse momento, o apoio da família é fundamental tanto para acolher esse sentimento quanto para explicar o que está acontecendo – lógico, de acordo com a idade e a maturidade do pequeno.
7. Lidar com a falta de empatia
Na maioria das vezes nem é intencional, mas pode faltar cuidado ao conversar com pais de prematuros. Seja pela cobrança no trabalho do pai – que, quando tem licença, é curta – seja por comentários dispensáveis de familiares e colegas, a falta de empatia costuma tornar todo esse processo ainda mais dolorido. É por isso que a compreensão e o olhar carinhoso para esses pais, entendendo um pouco do que eles passam, é tão importante.
8. Vivenciar intensamente o dia a dia da UTI neo
É difícil ver tão de perto outras famílias em situação parecida e não criar laços, dando e buscando apoio. Cada conquista é comemorada coletivamente e a alta de um traz expectativas para a alta dos próximos. Em diversos hospitais, a saída do bebê é celebrada com o que se chama de “corredor” – com todos os pais e profissionais da UTI comemorando a passagem do pequeno a caminho de casa. Sem dúvidas, um momento tão emocionante quanto o parto, já que finalmente a família se completará.