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Ouvir a voz da mãe pode ajudar bebês na UTI neonatal a dormir melhor

O achado inédito é bem-vindo ao descanso dos pequenos que precisam ficar internados por longos períodos, em especial os prematuros.

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 27 jun 2018, 10h42 - Publicado em 27 jun 2018, 10h40

Até 12% dos nascimentos acontecem antes da hora ideal no Brasil. E, assim como os portadores de doenças congênitas, os prematuros frequentemente precisam ficar na UTI neonatal, que é barulhenta para os minúsculos ouvidos, embora haja um esforço coletivo para mantê-la o mais silenciosa possível. Preocupados com o impacto disso no descanso dos bebês, pesquisadores da Universidade de Michigan realizaram um estudo e descobriram que ouvir a voz da mãe melhora a qualidade do sono.

O trabalho envolveu 47 neonatos internados e suas mães, que fizeram gravações lendo um livro infantil. Os bebês estavam divididos entre nascidos antes ou depois da 35ª semana de gestação. Durante o sono, monitorado por um período de 12 horas, os áudios foram tocados para os bebês de maneira sortida: alguns ouviram a mãe nas primeiras seis horas, outros na segunda metade do tempo.

Assim, foi possível comparar como os bebês dormiam com e sem a voz da mãe presente. Os resultados indicam que os pequenos pacientes acordavam menos enquanto a gravação tocava. E esse efeito aumenta com o tempo: quanto maior era a idade gestacional deles na época do nascimento, melhor era o padrão de sono.

Possibilidades para o futuro

Embora não esteja muito claro o mecanismo por trás deste benefício, já se sabe que a voz da mãe é importante para desenvolver laços e confortar o filho mesmo quando ele ainda está na barriga. E o estudo cria uma possibilidade que poderá, no futuro, se transformar em uma alternativa barata e simples para melhorar a qualidade de vida dos bebês internados.

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“O estudo mostra que a exposição à voz materna pode ‘isolar’ os pacientes da UTI neonatal do inevitável barulho e reduzir a possibilidade deles acordarem em picos de som alto”, explicou Renée Shellhaas, pediatra da Universidade de Michigan e autora do trabalho, em comunicado à imprensa. E a gravação é ideal para isso, pois as mães não são autorizadas a permanecer neste ambiente por muito tempo.

Mas, como o impacto foi maior nos nascidos mais perto da data ideal ou à termo, ainda é preciso desenvolver uma estratégia melhor ou refinar esta técnica para os prematuros que chegam ao mundo antes da 35ª semana de gestação.

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