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O que você precisa saber antes do primeiro passeio com o recém-nascido

É necessário esperar todas as vacinas? O que levar? Que lugares são permitidos e quais não são recomendados? É hora de tirar as dúvidas

Por Da Redação
13 out 2022, 15h53

O puerpério é uma fase difícil. Você tenta equilibrar todas as oscilações hormonais com a vida que virou de cabeça para baixo – e ainda se preocupa com um pequeno ser, que parece ser extremamente frágil, não dorme e depende de um adulto para tudo. Às vezes, dá vontade de sair um pouco de casa. Será que tudo bem levar o bebê junto? Essa talvez seja uma experiência que ajude os pais a se lembrarem de que há vida lá fora. Um respiro para todos. Mas a partir de quando isso pode acontecer? E como garantir que o passeio seja seguro e agradável, em vez de um trauma?

Conversamos com especialistas para tirar as principais dúvidas dos pais de primeira viagem. Vem ver!

A partir de quando o bebê pode sair?

Embora alguns profissionais recomendem os passeios só após o primeiro ou do segundo mês de vida, quando as primeiras vacinas já tiverem sido aplicadas, se o bebê estiver bem (e a mãe também) eles podem sair desde o início. Crianças que nascem em hospitais ou maternidades, por exemplo, já chegam ao mundo fora de casa, certo?

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“Para o bebê que nasceu bem, que não teve nenhuma intercorrência no parto – que é a situação de mais de 90% dos nascimentos – as saídas ao ar livre são muito bem vindas já desde os primeiros dias”, afirma o pediatra Ricardo Chaves, professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (FCM – UERJ).

De acordo com o médico, passeios fazem bem não só para a saúde física da criança, mas também para a saúde mental da mulher. “Uma opção bacana pode ser o pai sair com o recém-nascido, enquanto a mãe descansa um pouco”, sugere.

Vale lembrar que, mesmo que a orientação de fazer passeios não esteja atrelada à necessidade de esperar que o bebê tome as vacinas, é essencial que ele seja imunizado conforme o calendário do Ministério da Saúde, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Onde ir e onde não ir com o recém-nascido?

Locais abertos, em geral, são sempre as melhores opções: parques, praças, calçadões (para quem mora perto da praia), ruas arborizadas, playgrounds e jardins de prédios. A recomendação, que já era essa, ficou ainda mais evidente nos últimos anos. “É preciso respeitar a experiência recente de pandemia. Então, nada de aglomerar e nada de ambientes fechados”, explica o pediatra.

Para a neonatologista e pediatra Danielle Negri, da maternidade Perinatal (RJ), nos primeiros meses de vida, os pais podem levar os bebês a locais fechados, como a casa dos avós ou dos tios, desde que haja pouca gente e que ninguém esteja doente. “Evitar passeios para lugares cheios, aglomerados, com muita gente transitando e ar condicionado circulando, como shoppings, restaurantes e aviões, é extremamente importante”, diz.

bebê deitado em um bebê conforto dormindo
(AnSyvanych/Thinkstock/Getty Images)

Quanto tempo ficar fora?

Depende muito. Não há uma resposta exata e, sim, pontos a ponderar. O primeiro deles é se o passeio está agradável para a família. Enquanto a mãe e o filho estiverem tranquilos e confortáveis, está tudo bem. “A transmissão dos vírus também depende do tempo de exposição”, lembra Danielle. Então, sobretudo em locais menos ventilados, o ideal é permanecer por um período menor, para diminuir as chances de contaminação por doenças.

Outra questão a se considerar é o contato com a luz solar. “Expor o bebê ao sol é interessante, importante e necessário até as 10h e depois das 16h”, indica Ricardo. “É preciso ter mais cuidado entre as 10h e as 16h e, principalmente, entre as 10h e as 14h. No entanto, não existe um período exato, até porque a criança pode tomar 10 minutos de sol e depois continuar o passeio na sombra, protegida no carrinho, no bebê conforto, embaixo de uma árvore…”, exemplifica o pediatra.

Cuidado com as ciladas!

Sair com o recém-nascido pode ser uma delícia, mas há também os possíveis contratempos. Um dos que mais incomodam – e com razão! – são as pessoas estranhas querendo tocar e até pegá-lo no colo.

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“Nós brasileiros, latinos em geral, temos uma característica: bebês nos atraem muito. Então, todo mundo quer pegar no colo, segurar. Mas não é conveniente que um desconhecido faça isso”, lembra o professor da UERJ. Para ele, é fundamental prevenir os pais de que essa pode ser uma situação frequente e que é importante evitá-la. “Você não conhece, não sabe se a pessoa está incubando alguma doença… No caso de familiares que estejam saudáveis, não tem nenhum problema, especialmente avós, padrinhos e tios. Estamos, hoje, com uma situação mais confortável de pandemia. Espero que todos estejam vacinados contra Covid-19, sobretudo quem cuida de um bebê. De qualquer maneira, se a pessoa tiver algum sinal de gripe, coriza, doença de pele, febre ou tosse, não deve ter contato com o recém-nascido”, orienta.

A pediatra Danielle concorda. “Caso alguém se aproxime e queira tocar ou pegar o bebê, os pais devem pedir que não o faça, com educação, explicando sobre os riscos de adquirir doenças e da falta de imunidade nessa fase da vida”, sugere.

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O que levar na mala do bebê

Para o pediatra Ricardo Chaves, fazer a mala do bebê é bem mais simples do que parece. Segundo ele, não é preciso mais do que uma troca de roupa, uma ou duas fraldas extras, o material de higiene (como o lencinho umedecido ou um frasquinho com água e algodão, e o creme de assaduras, caso a criança use) e uma fralda de pano para golfadas ou algo nesse sentido.

Gaveta com roupas de bebês
(Future Artist/Getty Images)

A neonatologista Danielle dá dicas extras: “Alguns pais carregam a lata de leite, no caso das crianças que não mamam no peito. Isso pesa e ocupa muito espaço. Não é necessário. Você pode levar uma quantidade menor em um pote separado. O mesmo vale para a fralda. Saia apenas com o que for usar”, recomenda.

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