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O puerpério na visão da mãe e do pai: pesquisa inédita aponta diferenças

43% dos homens não sabiam o que é o puerpério, enquanto 71% das mulheres relataram ter sido um período de dificuldade. Veja os resultados do estudo!

Por Carla Leonardi
Atualizado em 8 jun 2022, 14h54 - Publicado em 8 jun 2022, 14h07

Cada etapa do “tornar-se mãe” tem suas particularidades – e esse é um processo que pode começar ainda lá no planejamento para engravidar – mas é certo que alguns períodos são mais desafiadores que outros. O puerpério, nome dado às semanas que se seguem ao parto, costuma ser lembrado como um momento especialmente difícil. Normal, já que além da novidade que é ter um recém-nascido virando a rotina de cabeça para baixo, as mudanças hormonais, corporais e psicológicas da puérpera, bem como a adaptação com a amamentação, vão esgotando a energia da mulher.

Apesar disso, o termo “puerpério” só começou a ser usado pelo senso comum há poucos anos – e, em geral, muito mais frequente apenas entre as mulheres. A MindMiners, empresa de tecnologia especializada em pesquisa digital, realizou um estudo com mais de duas mil pessoas e revelou que 43% dos pais participantes não sabiam o que era essa fase, afirmando que foram semanas tranquilas – contra 71% das mães, que definiram o pós-parto com as palavras “amor” e “dificuldade”.

Mulher e bebê bocejando sob colagem de noite
(Arte: Bebê.com.br / Foto: eclipse_images/Getty Images)

Memória seletiva

De acordo com a pesquisa, o puerpério é definido como mais intenso por mães que estão vivendo justamente esse período. Mas quando se observa a comparação de opinião entre mães e pais de bebês com mais de 2 anos, há um empate técnico, como mostra o gráfico abaixo. Será, então, que esquecemos um pouco das dificuldades das primeiras semanas, dando lugar às lembranças gostosas?

Gráfico sobre o puerpério
(MindMiners/Divulgação)

Os participantes do estudo definiram como melhores momentos do puerpério o colo, o cheirinho e a conexão estabelecida com o bebê pelo olhar. Já os piores estão ligados à cólica do recém-nascido, ao sono e ao cansaço.

Entre os homens, 67% relataram sentir felicidade, 58% amor e 57% alegria. Entre as mulheres, 80% destacaram o cansaço, 74% amor e 70% medo. Aqui, há também uma diferença entre mulheres que planejaram e as que não planejaram a gravidez. Entre as primeiras, os principais sentimentos relatados são amor, ansiedade e felicidade. Entre as segundas, os destaques foram ansiedade, cansaço e medo.

Um aspecto geral de todas as grávidas, porém, é a amamentação como a maior expectativa, seguida pelo desejo de se conectar instantaneamente com o bebê. Outro ponto comum a todas é o receio de se sentirem sobrecarregadas, sendo que a mãe da puérpera se destaca como principal rede de apoio, embora 27% não tenham contado com ajuda no pós-parto imediato.

Segundo os dados obtidos, a rede de apoio foi fundamental para evitar os casos de depressão pós-parto, observados em 2 em cada 10 mulheres, sendo que 60% delas não tiveram ajuda com o recém-nascido.

ilustração de mãe cansada
(sabelskaya/Getty Images)

Presença paterna

Ainda hoje, para muitas famílias, a divisão de tarefas com os filhos entre o homem e a mulher não chega nem perto de ser igualitária. Vale lembrar que a amamentação cabe apenas à mãe e que essa demanda exclusiva já pode ser bem exaustiva, principalmente durante a noite. Além disso, a licença-paternidade de 5 dias tem se mostrado muito curta para a adaptação familiar com o bebê.

Gráfico licença-paternidade
(MindMiners/Divulgação)

Entre os pais que responderam à pesquisa, 60% disseram que poderiam ter sido mais presentes, sendo que as obrigações com o trabalho representaram o principal motivo da ausência nas atividades do dia a dia. Por outro lado, a dificuldade de demonstrar carinho/atenção ocupou o último lugar, mas com 13% dos entrevistados, o que revela que, embora nossa sociedade tenha passado por mudanças significativas nas últimas décadas, com maior participação dos pais na criação dos filhos, ainda temos um longo caminho pela frente.

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