A partir de quando o bebê pode tomar água?
O ideal é que os pais esperem até o pequeno completar seis meses e tentem oferecer aproximadamente 800 ml do líquido por dia. Veja mais dicas importantes!
“Beba dois litros de água por dia”, “não esqueça de se hidratar”, “a garrafinha está em mãos?”. Não é novidade para ninguém a importância de ingerir líquidos com frequência para manter o organismo funcionando bem. Por isso – e pela preocupação com a saúde do filho – é natural que os pais fiquem na dúvida sobre qual é o momento certo de oferecer água ao pequeno.
A orientação geral, defendida tanto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é que os bebês só tomem água a partir dos seis meses de vida. “Essa recomendação é a mesma para quem está amamentando exclusivamente, para quem segue a amamentação mista ou só com fórmula“, acrescenta a pediatra neonatologista Vanessa Mouawad.
Em alguns casos, pode ser que a introdução se inicie um pouco antes dessa idade por conta de necessidades específicas da criança, mas deve sempre ser feita com o aval do pediatra que avaliará os riscos e benefícios. “O leite já supre as necessidades hídricas do bebê. Mas depois dos seis meses, com a introdução das comidinhas, haverá uma sobrecarga maior de proteínas e sais minerais, e o rim precisará de mais água para trabalhar – assim como o intestino, para evitar constipação“, explica a médica.
Mais para frente, quando os pequenos ficam mais ativos, consumir líquidos se torna ainda mais importante, já que a criançada perde líquidos mais rapidamente e precisa beber uma boa dose de água para regular a temperatura corpórea, eliminar toxinas e realizar a digestão dos alimentos. O hábito ainda evita o surgimento de cálculos renais, que são cada vez mais comuns entre o público infantil.
Qual a quantidade recomendada de água para o bebê?
O cálculo varia de acordo com o peso do seu filho e o indicado é de aproximadamente 100ml de água por quilo da criança. “A quantidade de água média por dia gira em torno de 800 ml”, afirma a pediatra. “Mas no início, quando o bebê está começando a entrar em contato com a bebida, nem sempre conseguimos fazer com que tome tudo isso”, complementa.
“E se ele beber mais do que essa quantidade?”, você pode estar se perguntando. Como esclarece a doutora, não tem problema ultrapassar um pouquinho a dose diária, porque o rim da criança irá trabalhar para eliminar o excesso. Mas pela experiência com as famílias, é mais comum que o bebê não aceite a quantidade esperada do que tome líquido a mais – pelo menos neste comecinho.
A conta segue o mesmo raciocínio nas próximas faixas etárias. De um a três anos, o volume passa para 1,3 litros e dos quatro aos oito anos, a orientação é que o consumo seja de 1,7 litros. “No caso de bebês que ingerem fórmula deve-se descontar o volume de água utilizado na preparação do produto e completar a quantidade de líquido recomendado para a faixa etária da criança, com água pura”, indica o pediatra Hamilton Robledo.
Dicas para estimular o hábito de beber água
Uma das estratégias mais valiosas nesse período de introdução é deixar que o pequeno tome água à vontade, mesmo que continue mamando nos seios. “Deixe à disposição dele e vá ofertando o dia todo, e não só após a alimentação complementar”, comenta a neonatologista. O ideal é que a criança beba o líquido depois das refeições, mas se demonstrar sede durante elas, não tem problema que os pais ofereçam enquanto o filho come.
O estímulo também pode vir acompanhado de elementos lúdicos. Vale apostar em copos diferentes – dos personagens preferidos, por exemplo -, propor brincadeiras, e buscar tomar água na frente da criança, para que veja que é gostoso e aprenda pelo exemplo.
Cuidados importantes
Apesar de a palavrinha “água” estar presente no nome da água de coco, Vanessa alerta que ela entra na categoria dos sucos – e portanto não é indicada para os bebês até o primeiro ano de vida.
Outro cuidado interessante é com o tratamento da bebida, para tentar eliminar ao máximo os microorganismos e assim evitar probleminhas para a saúde da criança. “Indico que a água seja filtrada e fervida, porque mesmo as minerais podem ter bactérias, e o intestino do bebê ainda é muito imaturo. Então recomendo ferver, esperar esfriar e servir em um ‘copo de transição’ – e não na mamadeira”, orienta a especialista.