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Quais alimentos não podem faltar no café da manhã das crianças?

A partir do primeiro ano de vida da criança, os pais podem pensar em refeições completas com carboidratos, lipídeos, proteínas e vitaminas.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 19 set 2020, 10h00 - Publicado em 19 set 2020, 10h00

No histórico brasileiro, o café da manhã costuma ser visto como uma refeição em que famílias têm a oportunidade de se reunir para ter um momento de partilha, o que é muito saudável para o desenvolvimento infantil.

Priscila Maximino, nutricionista do Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares do Instituto PENSI, explica que desde cedo as crianças estão aprendendo com suas experiências e não seria diferente ao incluí-las nos hábitos alimentares da família. Eles são uma das ferramentas para os pequenos entenderem o que é partilhar.

Já na escolha dos alimentos, a orientação da especialista é que os pais optem por categorias que tendem a não aparecer em outros momentos do dia a dia. “Por exemplo, se a família não tem o hábito de comer queijos ou tomar leite no almoço ou no jantar, ela pode colocar esses derivados lácteos no café da manhã para ter a fonte proteica láctea e de cálcio pela manhã”, detalha Priscila.

Leites e derivados

A partir dos seis meses de idade, os sólidos são apresentados ao bebê como uma alimentação complementar aos nutrientes produzidos e absorvidos a partir do aleitamento materno. Já com a chegada do primeiro ano, as refeições são vistas como combinações completas para o sustento infantil e podemos então pensar em um café da manhã completo.

Com o costume brasileiro de beber leite na primeira refeição do dia, ele pode ser oferecido para a criança. O recomendado é o integral, segundo Cátia Medeiros, nutricionista da clínica Atual Nutrição e autora do e-book “Alimentação complementar: quando começar e quais métodos podem ser utilizados”.

“É muito importante para o reforço proteico e de cálcio, além da favorecer a saciedade por tempo mais longo”, detalha a especialista. O mesmo vale para a substituição dele por um iogurte natural integral.

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Ainda na categoria de leites e derivados, a cardiologista pediátrica Renata Isa Santoro aconselha os pais a ficarem atentos aos rótulos dos produtos que acusam gorduras trans. Na escolha dos queijos, por exemplo, ela orienta o frescal, rico em proteínas e gorduras boas do leite natural.

Pão, ovos e bolos

Pode carboidratos? A resposta é sim, pois a saída é sempre o equilíbrio dentro da alimentação. “Os integrais e de fermentação natural são ótimas opções”, detalha Cátia. Mas Priscila também explica que se a criança consumir as fibras semelhantes ao do pão integral ao longo do dia, em outras refeições, não tem problema ela comer um que seja feito com farinha refinada. 

Na hora de oferecê-los, Cátia dá diferentes opções para os pais: eles podem adicionar ovos puros ou com queijo (ricos em proteína), creme de queijo, patê de ricota com ervas e um fio azeite, ou até mesmo pasta de amendoim sem açúcar e adoçada com mel – que só deve ser usado a partir do primeiro ano de vida, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria.

Outras opções de carboidrato ainda para o café da manhã da criança são bolos caseiros feito com farinhas integrais e aveia, tapioca, batata doce e mandioca – sim, os tubérculos não precisam aparecer apenas em almoços e jantares.

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Sucos e frutas

Já para trazer vitaminas e minerais às crianças, as frutas são essenciais no cardápio. Cátia dá opções como mamão, melão, melancia, uvas, morangos, banana, manga e até mesmo uma salada de frutas para deixar o prato mais colorido e rico de nutrientes.

Só que é importante ter em mente que mesmo o suco integral de uma dessas frutas não substitui o leite. “São alimentos diferentes. Leite é uma fonte proteica e de cálcio, já o suco é uma fonte de vitaminas, minerais e carboidratos (frutose)”, detalha a especialista.

Se a criança preferir que a bebida do café da manhã seja o suco, a nutricionista indica que a proteína láctea apareça de outras formas, como iogurte, queijo ou pastinha de queijo na torrada ou pão integral. 

Já para a preparação da bebida, a pediatra orienta: “Não precisa ser integral, que é só fruta. Por exemplo, cinco laranjas para um copo de suco pode ser muito para a criança”. Por isso, o conselho é diluir o caldo de uma fruta inteira em água até formar a dose certa para o pequeno.

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