Picadinho na salada, incrementando o omelete, como molho do macarrão… Se tem um ingrediente extremamente versátil e que não costuma faltar na geladeira, é o tomate! Ele funciona como protagonista de vários preparos ou como acompanhamento de outros e, justamente por esse leque de possibilidades e pelo sabor tão característico, logo queremos acrescentá-lo ao cardápio do pequeno.
A boa notícia, papais, é que a comidinha pode ser apresentada para o bebê assim que ele inicia a introdução dos sólidos, a partir do sexto mês de vida, como afirma a nutricionista especialista em pediatria, Dra. Renata Alves. Mas, como tudo que envolve o desenvolvimento do pequeno, esse primeiro contato pode variar de acordo com a capacidade de mastigação da criança, que evolui com o tempo, e também com a forma de preparo, como aponta ela.
Atenção para o modo de preparo
E falando na elaboração do alimento, as famílias podem se questionar se é melhor oferecê-lo cru ou cozido nesse comecinho. Mais uma vez, a resposta pede a observação dos pais sobre a fase em que se encontra o pequeno. “O tomate in natura (cru) pode ser oferecido a partir do sexto mês, mas nem todos os bebês têm a capacidade de comê-lo assim, sem nenhum processo de cozimento. Então eu aconselho iniciar com ele assado, cozido ou em alguma preparação – como junto com o arroz”, sugere a nutricionista.
“Em seguida, assim que for desenvolvendo melhor a mastigação (por volta do oitavo mês), é possível somente picá-lo ou cortá-lo em cruz – para ter uma segurança e evitar engasgo”, acrescenta ela. A especialista em Nutrição Clínica em Pediatria, Marina Ossick, complementa dizendo que o tomate pode ser apresentado com ou sem pele e que não há a necessidade de retirar as sementes.
“Além da sua forma in natura, você pode usar o tomate em molhos caseiros ou assado, e, conforme a criança vai crescendo e conhecendo o alimento (sua textura, sabor, cheiro), vale partir para ensopados, refogados, em sopa, patês, pizza, muffin caseiros…”, indica Marina.
E para os pais que pretendem introduzir o ingrediente através da técnica BLW (Baby Led Weaning), Renata recomenda que o tomate seja maior – e não inteiro picadinho – para que a criança consiga segurá-lo. “É possível cozinhar metade dele ou assar. Já a partir do oitavo ou nono mês, quando o bebê já trabalha com o movimento de pinça, você pode só picar a comida para que seu filho pegue com as pontas do dedo ou espete com o garfinho”, diz.
Pode qualquer tipo de tomate?
As variedades de tomate são tantas que é natural nos perguntarmos se existe uma melhor que a outra para a criança. A verdade é que todos estão liberados para o pequeno, como aponta Renata. “Inclusive ele pode e deve explorar os diferentes tipos, porque cada um tem uma textura, um realce para o doce”, responde.
No entanto, por conta do tamanho menor, existe o cuidado de adiar um pouquinho a apresentação do tomate cereja. “Indico a partir dos 8 ou 9 meses, devido a chance de aspiração, e nessa idade o bebê já está mais desenvolvido para comer alimentos menores”, esclarece Marina.
Benefícios x cuidados
Além do sabor adocicado e agradável da fruta, sua composição nutricional faz com que também seja positivo para o organismo da criança como um todo, principalmente por conter um alto teor de vitamina C. “É uma estratégia alimentar importante incluir o tomate nas refeições, pois a vitamina C – quando adicionada no almoço ou no jantar – auxilia na absorção do ferro dos demais alimentos”, explica Renata.
“Já o licopeno, outra substância bastante presente, é um excelente antioxidante, que funciona como uma proteção celular para a ação dos radicais livres, que – em excesso – começam a agredir as células saudáveis, abrindo uma janela para infecções e inflamações, por exemplo”, completa a nutricionista. Além disso, ele traz uma série de benefícios como a manutenção e construção da pele, gengiva e vasos sanguíneos, auxílio na formação do colágeno e fortalecimento do sistema imunológico.
Apesar da lista ser extensa, Renata não nos deixa esquecer que o tomate é um dos piores alimentos em termos de quantidade de agrotóxicos. Por isso, ela recomenda que os pais prefiram comprar o alimento em sua forma orgânica e, se não for possível, usá-lo apenas nos períodos de safra, em que os níveis do produto químico tendem a ser menores.
Já em relação a alergias alimentares, o ingrediente não está no topo da lista dos mais perigosos – ao contrário de outros, como o ovo e o leite de vaca. No entanto, Marina não exclui a possibilidade de reações cruzadas. “O alimento em si não desencadeia uma alergia, porém alguns estudos mostram reatividade cruzada entre alérgenos. Por exemplo, crianças que apresentam alergia ao látex podem apresentar alergia ao tomate, pois eles compartilham da mesma cadeia de aminoácidos”, conta.
O que pode ocorrer também é uma hipersensibilidade, que é diferente da alergia e se manifesta na forma de urticária, por exemplo. “Essa hipersensibilidade acontece, pois há uma liberação não imunológica de uma substância chamada histamina que pode ocorrer após a ingestão do tomate, do queijo e de outras frutas”, completa a especialista. Se isso acontecer, o indicado é consultar o pediatra ou nutricionista da criança para avaliar os riscos.
Confira 4 receitinhas gostosas e práticas com tomate:
* Consulte o pediatra para confirmar se os alimentos a seguir estão liberados na dieta do pequeno, ok?
- Molho caseiro com tomate assado
Ingredientes:
- 3 tomates (preferencialmente italianos)
- 1/4 de cebola
- 3 dentes de alho com casca
- Sal (após um ano) e azeite a gosto
- Ervas frescas de sua preferência
Modo de preparo:
Corte os tomates em quatro partes iguais. Coloque-os em uma forma, juntamente com 1/4 de cebola e os dentes de alho com casca. Tempere e regue com azeite (atenção: se você gostar do molho mais vermelho, deixe para colocar o azeite na finalização do molho, pois ele irá alaranjá-lo.)
Leve ao forno a 200 graus, por 40 minutos. Tire as cascas dos dentes de alho. Em seguida, leve os tomates, cebola e alho assados para o liquidificador.
Bata os ingredientes de acordo com seu paladar: se gosta de um molho liso, bata por mais tempo; se gosta dele com pedaços, por menos tempo, e a mesma coisa com a liquidez do molho: se gosta mais ralo, adicione água; se gosta grosso, não adicione.
Adicione as ervas frescas de sua preferência (salsinha, cebolinha e manjericão). Se gosta delas trituradas, aproveite o liquidificador e bata tudo junto; se não, agregue os pedaços inteiros/cortados e retire na hora de oferecer.
2. Salada de tomate cereja quente
Ingredientes:
- 10 tomates cereja (⅔ de xícara (chá))
- ¼ de cebola roxa pequena
- ½ colher (sopa) de vinagre balsâmico
- 8 folhas de manjericão
- Azeite a gosto
Modo de preparo:
Descasque e corte a cebola em meias-luas finas. Lave e seque os tomates e as folhas de manjericão. Corte cada tomate cereja ao meio.
Leve uma frigideira ao fogo médio. Quando aquecer, regue com azeite, adicione a cebola e refogue por 2 minutos. Acrescente o tomate e misture por 1 minuto até que estejam levemente macios.
Desligue o fogo, regue com o balsâmico. Misture as folhas de manjericão, transfira para um prato, regue com um fio de azeite e sirva a seguir. É possível finalizar com sal depois que a criança completar um ano.
3. Arroz de tomate
Ingredientes:
- 1 xícara de arroz branco ou integral
- 2 tomates grandes picados
- Azeite a gosto
- Cebola a gosto
- Salsinha e cebolinha a gosto
Modo de Preparo:
Em uma panela refogue o azeite e a cebola, em seguida adicione os tomates picados a cebolinha e a salsinha, refogue mais um pouco e antes do tomate murchar adicione o arroz e refogue também. Em seguida, cubra o arroz com dois dedos acima de água. Cozinhe em fogo baixo até o arroz ficar cozido e soltinho.
4. Macarrão com tomate
Ingredientes:
- 1 tomate ralado com casca e semente
- 1 xícara de chá de macarrão parafuso (BLW ou acima de 8 meses) ou ave Maria
- Azeite
- Alho
Modo de preparo:
Cozinhe o macarrão em água até ficar no ponto e escorra a água. Refogue o azeite, alho e tomate e depois adicione o macarrão cozido. Misture tudo e ofereça ao bebê.
*Receitas sugeridas pelas nutricionistas Marina Ossick e Renata Alves