Para que a atualização da carteirinha de vacinação não demande várias idas aos postos e clínicas de saúde, orienta-se fazer diferentes imunizações no mesmo dia. No entanto, o cenário é outro quando falamos em combinar a vacina pediátrica contra Covid-19 (tanto a Pfizer quanto a CoronaVac) com outras previstas no calendário infantil, de acordo com a idade do pequeno.
“Para crianças de cinco a 11 anos, não liberamos concomitância entre as vacinas“, explica Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Portanto, é preciso esperar 15 dias entre a imunização do pequeno contra Covid-19 e a aplicação de outras vacinas previstas para as faixas etárias, como o reforço da Tríplice Bacteriana (dTPa) e contra a poliomielite aos cinco anos.
O mesmo vale, por exemplo, para os menores de seis anos que precisam receber a dose da Meningocócicas Conjugadas ACWY/C ou os de nove, que devem se proteger com duas aplicações contra o HPV, além do reforço da Tríplice Bacteriana Acelular do tipo adulto (dTpa). Quando receberem a vacina contra Covid-19, eles precisarão esperar 15 dias para atualizarem a carteirinha com os imunizantes citados.
Calma! O intervalo é necessário por precaução
Ainda que este período de espera possa fazer com que os cuidadores pensem em não vacinar contra a covid-19 devido ao medo que ainda existe em relação à imunização infantil, é importante saber que este intervalo é exatamente uma medida de precaução para que todo o processo de vacinação seja seguro.
“O intervalo entre a imunização contra Covid-19 e outras vacinas para crianças de cinco a 11 anos é necessário, neste momento, por motivos de farmacovigilância, isto é, para que seja mais fácil identificar algum evento adverso que porventura aconteça e não haja confusão sobre qual o imunizante causou a reação“, esclarece a imunologista Ana Karolina Barreto Marinho, membro do Departamento Científico da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
É recomendado priorizar qual vacina neste momento?
A especialista pondera sobre ser difícil falarmos de prioridades em relação à vacinação infantil, já que “as doenças infecciosas continuam existindo e algumas, embora sejam raras, podem ser fatais, como a meningite por meningococo”, completa a imunologista.
No entanto, tanto ela quanto Kfouri concordam que, em decorrência do momento pandêmico que ainda vivemos, é indicado levar a criança para se imunizar contra Covid-19 assim que chegar a vez dela. E, depois do intervalo, continuar a atualizar a carteirinha de vacinação contra as outras doenças.