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Estudo: crianças têm mais risco de desenvolverem diabetes após Covid-19

Levantamento do CDC mostrou que menores de 18 anos, infectados pelo coronavírus, são 166% mais propensos a receberem um diagnóstico de diabetes.

Por Isabelle Aradzenka
Atualizado em 26 jan 2022, 18h12 - Publicado em 26 jan 2022, 17h43
ilustração grávida de lado segurando barriga
 (Anetta_R/Getty Images)
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Perda do olfato ou paladar, dores de cabeça e inflamação na garganta são alguns dos sintomas temporários mais conhecidos da Covid-19, entretanto, novas pesquisas indicam que a infecção pelo coronavírus também pode ser acompanhada por complicações no período após a contaminação, como o diagnóstico de diabetes.

No dia 14 de janeiro, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) publicou o resultado do Morbidity and Mortality Weekly Report (MMWR), em que se confirmou que crianças e adolescentes que foram infectados pelo SARS-CoV-2 apresentaram um risco maior de desenvolvimento de diabetes tipo 1 ou tipo 2.

O levantamento foi realizado a partir da junção de informações de dois bancos de dados de pessoas que testaram positivo para Covid-19 e aquelas que deram negativo ainda que tivessem sintomas. No primeiro compilado consta quem buscou pela assistência médica entre 1 de março de 2020 a 26 de fevereiro de 2021 e no segundo entre 1 de março de 2020 e 28 de junho de 2021.

As análises mostraram que, dentre os integrantes do primeiro grupo, constatou-se que menores de 18 anos que já foram infectados pelo coronavírus eram 166% mais propensos a receber um diagnóstico de diabetes 30 dias após a doença do que aqueles que não entraram em contato com o vírus.

Por que a Covid-19 poderia precipitar o diabetes?

Assim como o estudo demonstra, Rodrigo Moreira, vice-presidente do Departamento de Diabetes Mellitus da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que, após a infecção pelo SARS-CoV-2, pode haver um ataque direto do vírus às células pancreáticas produtoras de insulina.

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“Caso isso ocorra, haverá um aumento da produção de glicose pelo corpo humano durante a chamada ‘tempestade de citocinas’ (uma resposta imunológica exagerada). Assim, também pode haver um pequeno aumento dos índices de glicemia, que será suficiente para induzir a diabetes nas crianças e adolescentes que já apresentavam quadros pré-diabéticos”, completa Rodrigo.

Além disso, o especialista pontua que o uso de medicamentos como glicocorticoides, que são necessários durante a internação pela Covid-19, também podem levar à hiperglicemia transitória, ou seja, ao aumento anormal do nível de açúcar no sangue por um determinado período.

A pesquisa também ressalta que a Covid-19 pode ter influenciado indiretamente o risco de diabetes por meio de aumentos no índice de massa corporal da população associados à mudança de estilo vida na pandemia, mas destaca que ainda são necessárias análises mais profundas sobre o papel destes fatores nos quadros de diabetes após a doença.

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Atenção aos sintomas!

Rodrigo esclarece que infecções virais no geral, incluindo a gripe, são capazes de precipitarem um quadro de diabetes tipo 1 e que este não é um comportamento exclusivo do SARS-CoV-2. Além disso, crianças e adolescentes que já apresentam a doença podem ter um aumento da glicose, discreto ou significativo, em qualquer infecção que venha a ocorrer.

Para que os pais fiquem atentos e possam identificar o surgimento de um quadro de hiperglicemia, o especialista orienta a prestar atenção no surgimento de sintomas como: aumento das idas ao banheiro, principalmente durante a noite e em casos em que o pequeno volta a fazer xixi na cama, sede excessiva e perda inexplicável de peso, mesmo mantendo uma alimentação adequada.

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