Estudo: adultos vacinados contra covid-19 protegem indiretamente crianças
Pesquisa israelense evidenciou que a cada aumento de 20% de adultos vacinados, diminuía-se duas vezes mais a contaminação dos menores de 16 anos.
A lentidão da vacinação contra covid-19 em território brasileiro preocupa a população e não por acaso: é por meio dela que menos pessoas serão infectadas ou, caso contraiam a doença, apresentem sua forma mais branda. Além disso, outro ponto necessário a ser discutido é que a imunização dos grupos previstos no calendário vacinal protege indiretamente quem ainda está fora dele, como é o caso de crianças e adolescentes.
Um estudo israelense publicado no dia 10 de junho, no periódico científico Nature Medicine, mostra isso ao evidenciar que a cada aumento de 20% de adultos vacinados ocorria duas vezes mais a diminuição de testes positivos para covid-19 no público inferior a 16 anos – o qual ainda não faz parte da imunização no local.
Para chegar a esta importante conclusão, a pesquisa partiu dos dados coletados do Maccabi Healthcare Services (MHS), a segunda rede mais importante do país que presta serviço de atendimento à saúde.
Os estudiosos se muniram tanto das bases de testes de RT-PCR quanto da numeração de pessoas que foram imunizadas com a vacina Pfizer/BioNTech contra o coronavírus, entre 9 de dezembro de 2020 e 9 de março de 2021. Isso incluiu a análise de 2.137.063 de exames, com 110.788 com resultados positivos para covid-19.
Conclusões importantes
Como a própria pesquisa aponta, ainda há necessidade de mais estudos voltados ao assunto e com recortes semelhantes para uma expansão dos resultados encontrados. Entretanto, esta primeira amostra realizada em Israel demonstra que o aumento de vacinados diminui as chances de infecção de quem ainda não recebeu o imunizante.
“Estes resultados fornecem evidências observacionais de que a vacinação não protege apenas os indivíduos que foram imunizados, mas fornece também uma proteção cruzada aos que não foram vacinados na comunidade”, destaca o artigo.
Há também um ponto no estudo de que as pessoas que receberam a vacina contra covid-19, quando contraíam a doença, apresentavam uma carga viral baixa de Sars-Cov-2. A consequência positiva disto é que há a diminuição do potencial de transmissão da doença.
Diante disto, vale ressaltar que as notícias são positivas com o aumento de pessoas imunizadas. Entretanto, como reforça o estudo, o efeito da vacinação pode acabar sendo inverso e aumentar os casos de infectados em países onde os indivíduos imunizados relaxarem e não mantiverem cuidados essenciais como uso da máscara, quarentena quando entrarem em contato com alguém que testou positivo e distanciamento social antes de todos estarem vacinados.
Sendo assim, caso você já tenha tomado a vacina contra covid-19, continue com as medidas preventivas em relação ao vírus para que as pessoas ao seu redor possam ser resguardadas até chegar o momento delas serem imunizadas também. Sim, é preciso continuar usando máscara.