Escherichia coli: o que você precisa saber sobre essa bactéria
A e. coli é parte da flora intestinal e, em geral, não causa problemas. Mas alguns subtipos podem levar a infecções gastrointestinais, urinárias e até sepse
Você já ouviu falar em Escherichia coli ou e.coli? Tanto o nome complicado quanto sua abreviação são usados para se referir a um tipo de bactéria que está presente normalmente na microbiota ou flora intestinal (vírus, fungos e bactérias que ajudam a manter o bom funcionamento do sistema digestivo). Ela também tem o papel de reforçar nossas defesas, fortalecendo o sistema imunológico – é uma das chamadas bactérias “do bem”. No entanto, quando há algum desequilíbrio, é possível que as bactérias “do mal” se superem em número e desencadeiem doenças, migrando até para outras áreas do corpo, o que gera infecções.
“Um dos subtipos da Escherichia coli é e a e. coli patogênica, que pode causar doenças que vão de infecções gastrointestinais ou até infecções urinárias, caso migre para o trato urinário”, explica o pediatra e neonatologista Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria (AAP). Em situações mais raras, quando a bactéria cai na corrente sanguínea, existe a possibilidade de sepse, que é uma infecção generalizada. “Assim sendo, precisa ser tratada de forma bastante rápida, no hospital”, alerta, acrescentando que a criança deverá ser internada.
Escherichia coli na urina
Esse é um quadro que pode levar a uma infecção urinária. “Os sintomas da escherichia coli na urina são dor, ardor, coceira e sensação de bexiga cheia”, diz o médico. O diagnóstico se dá pelo exame de Urina I e Urocultura. O tratamento é feito com antibióticos. Em casos menos comuns, quando a bactéria migra para o rim, há uma infecção mais séria, chamada pielonefrite – se não combatida adequadamente, é possível que ela acabe gerando uma doença renal crônica. “Em algumas situações, a infecção urinária por e.coli pode ser tratada em casa. Em outras, no hospital”, afirma o especialista.
Escherichia coli no trato gastrointestinal
A infecção gastrointestinal por e.coli enteropatogênica causa sintomas como diarreia, mal estar, febre e vômitos. É uma doença persistente. “Pode durar até 21 dias em crianças, indo e voltando”, aponta o pediatra. Existe a possibilidade do diagnóstico clínico, mas o mais eficiente é pedir uma coprocultura, que é um exame de fezes.
Na maioria das vezes, as diarreias são virais e não há prescrição de antibióticos. Todavia, se a bactéria for detectada, é necessário entrar com esse tipo de medicação para resolver o problema. “Além do antibiótico, é preciso tratar os sintomas, repondo, principalmente, a hidratação”, comenta Nelson.
A E.coli pode ser resistente a antibióticos?
Em geral, as infecções por Escherichia coli respondem bem a uma grande gama de antibióticos. Segundo o pediatra, no entanto, existe uma forma de e.coli que é multirresistente, embora seja rara. “Nesse caso, pode haver necessidade de antibióticos mais fortes e, muitas vezes, de tratamento hospitalar, com internação”, explica.
Como prevenir infecções por e. coli?
A contaminação do trato urinário por e. coli pode ser evitada com cuidados de higiene, para que as bactérias presentes no intestino não sejam transferidas para a uretra, por exemplo. Isso significa que é importante manter a higiene, lavar bem as mãos e, no caso das mulheres, usar o papel higiênico no sentido da frente para trás – e nunca o contrário. Beber bastante líquido também ajuda.
A infecção gastrointestinal ocorre, muitas vezes, por contato com fezes de indivíduos contaminados – nas mãos, na água ou nos alimentos. Manter a higiene, tanto pessoal quanto na manipulação da comida, é fundamental. Também faz a diferença ter uma alimentação saudável para garantir a regulação e o bom funcionamento do organismo e, assim, evitar que a bactéria desencadeie doenças.