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Delta: o que dizem os estudos sobre a variante da covid-19 em crianças

Nos Estados Unidos, a nova cepa tem sido apontada como a mais perigosa à população e reforça a importância da vacinação em crianças abaixo de 12 anos.

Por Alice Arnoldi
8 jul 2021, 13h43
Gráfico-do-coronavirus
 (Andriy Onufriyenko/Getty Images)
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Como já acontece em outros países, a variante Delta do coronavírus chegou ao Brasil e São Paulo teve o seu primeiro caso confirmado. Até o momento, o Ministério da Saúde aponta 11 evidências da cepa no país, alteração que foi identificada inicialmente na Índia e tem causado novas ondas mundo afora, como é o caso da Inglaterra e dos Estados Unidos.

Em terras brasileiras, a cepa ainda corresponde a um pequeno núcleo de infectados, mas esse não é o caso dos Estados Unidos, onde crianças também têm sido afetadas pela doença. De acordo com a Academia Americana de Pediatria, o público representava apenas 2% das infecções causadas pela coronavírus, em março de 2020. Entretanto, em 2021, este número saltou para 24% de novos contágios semanais em crianças – ainda que os menores representem apenas 16% do total de infectados naquele país.

O cenário preocupante dos Estados Unidos

De acordo com o levantamento realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, a variante Delta é responsável por 26% dos casos de covid-19 na América e a tendência é que ela se transforme na cepa mais perigosa atualmente. Isso porque, como mostra o artigo da Yale Medicine, a variante é cerca de 75% mais transmissível do que a original, que surgiu em Wuhan e deu início à pandemia.

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Outro estudo britânico recente, publicado em junho no Imperial College London, aponta que a crianças e adultos abaixo dos 50 anos tem 2,5 vezes mais chance de serem infectados pela Delta.

Esta capacidade de ser transmitida com mais facilidade é o que faz os especialistas ficarem atentos ao público infantil, já que os menores de 12 anos ainda não foram vacinados e podem ser contaminados ao terem contato com adultos assintomáticos ou que apresentam sintomas leves da doença por já terem sido imunizados. Assim, a discussão retorna à necessidade da vacinação em massa para conter a pandemia mundial.

Só que, mesmo com a expectativa de que até nove de julho, 55% da população norte-americana tenha recebido a primeira dose do imunizante contra covid-19, especialistas defendem que essa vacinação não é uniforme entre as regiões, o que abre espaço para possíveis surtos da doença e maior incidência entre o público infantil.

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“Existem lugares em que as taxas de vacinação são tão baixas, chegando só a 20%. Portanto, não é ‘se’, mas ‘quando’ os surtos acontecerão. Infelizmente, as pessoas ficarão surpresas, só que é isso que estamos tentando dizer a elas”, explica o professor e pediatra Robert Frenck, quem apresentou os dados no simpósio “Covid-19 e crianças: impactos, incertezas e o papel das vacinas”, realizado pela Universidade Johns Hopkins em parceria com a Universidade de Washington. 

É preciso voltar alguns passos 

Com esta realidade batendo a porta, algumas regiões dos Estados Unidos estão retomando medidas de prevenção contra covid-19 que foram relaxadas, como incentivo da lavagem constante das mãos, uso de máscara e isolamento social. Por exemplo, em Los Angeles, foi implementado o uso obrigatório de máscara tanto para pessoas que ainda não receberam o imunizante quanto para as que já foram vacinadas.

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Entretanto, estas medidas são paliativas. A corrida médica é para que as vacinas disponíveis no país, como a Pfizer que tem 88% de efetividade contra a variante Delta após as duas doses, seja liberada para os menores de 12 anos a partir de estudos clínicos que comprovem sua segurança no público infantil. Essa dedicação fica ainda mais intensa pelo medo da nova onda no país e a possibilidade dela impedir a reabertura das escolas.

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