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Crianças poderão ser vacinadas contra Covid-19 nas escolas de São Paulo

Público de cinco a 11 anos poderá ser imunizado dentro das instituições entre 19 e 25 de fevereiro, com termo de consentimento assinado pelos responsáveis.

Por Alice Arnoldi
17 fev 2022, 14h38
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 (Carol Yepes/Getty Images)
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Com o objetivo de acelerar a vacinação de crianças de cinco a 11 anos, o estado de São Paulo determinou a “Semana E”, que acontecerá entre os dias 19 e 25 de fevereiro. Neste período, escolas estaduais, municipais e particulares se mobilizarão para imunizar a faixa etária sem a presença dos pais.

Só que isso não significa que as instituições passarão por cima das decisões familiares em relação à proteção dos filhos contra o coronavírus. A imunização só será realizada mediante a apresentação de um termo assinado pelos responsáveis, informando que estão de acordo com a ação.

“Esperamos que os municípios possam aderir a esta campanha para que possamos fazer com que mais crianças sejam vacinadas. Mas não só isso: temos um público que não retornou para tomar a segunda dose e, dentre eles, mais de um milhão de adolescentes que estão no ensino médio. Logo, é muito importante que possamos fazer essa busca ativa por estes jovens nas escolas”, justificou Regiane de Paula, coordenadora geral do Programa Estadual de Imunização, durante a coletiva de imprensa sobre a “Semana E”.

Programação-do-estado-de-São-Paulo-para-vacinação-de-crianças-nas-escolas
(Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

O processo lento da vacinação infantil

Ainda que 60% da população paulista, de cinco a 11 anos, já tenha recebido ao menos uma dose contra Covid-19, o que corresponde a mais de 2,4 milhões de aplicações, o ritmo da imunização infantil segue lento no país. Esta reflexão é apresentada na nota técnica do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgada no dia 16 de fevereiro, que defende que o andar vagaroso da vacinação infantil se dá pelo movimento antivacina presente no país.

“A difusão de notícias falsas tem provocado resistência das famílias sobre a eficácia e segurança da imunização para esta faixa etária, mesmo que todas as evidências científicas disponíveis atualmente sejam favoráveis a esta medida. A consequência deste processo é a lentidão na cobertura vacinal de primeira dose das crianças. E o contexto não poderia ser mais preocupante: o retorno das atividades escolares presenciais”, pontua o documento.

De acordo com este levantamento feito pela FioCruz, com base nos dados do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda que janeiro tenha se mostrado um mês em que a vacinação infantil parecia deslanchar, o ritmo diminuiu a partir do dia 29. Não por acaso, até 14 de fevereiro, apenas 21% da população brasileira de cinco a 11 anos havia recebido a primeira dose da vacina contra o coronavírus.

Gráfico-que-mostra-o-avanco-da-vacinacao-infantil-entre-janeiro-e-fevereiro-de-2022
(Observatório Covid-19 Fiocruz/Reprodução)

Atraso na vacinação traz reflexos na volta às aulas?

Esta lentidão, que coincide com o início do ano letivo presencial, pode resultar em prejuízos claros para o público infantil. O pediatra infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), pontua que o atraso da imunização combinado com a circulação da variante ômicron, de alta transmissibilidade, desenha um cenário não tão positivo.

Isso porque, como reforça a nota técnica da FioCruz, a partir do momento que há um grupo populacional sem nenhuma dose de proteção contra a doença pandêmica, ele se torna mais suscetível ao vírus e a sua disseminação, como é o caso de crianças que não estão sendo vacinadas. “Os dados de internação mostram que o número de crianças hospitalizadas aumentou, não apenas em números absolutos, mas notadamente em comparação às demais faixas etárias”, completa o documento.

“A contaminação que vemos dentro das escolas não é diferente da que veríamos fora delas. As instituições retratam, em geral, o que está acontecendo na sociedade, mas não incrementa a epidemia ou faz a curva epidemiológica mudar de tamanho”, esclareceu Kfouri durante um evento da AstraZeneca, no dia 17 de fevereiro.

Assim, o que defende o especialista é que pais não deixem de enviar seus filhos às aulas presenciais, mas é preciso que, combinado com a atualização da carteirinha de vacinação, haja uma dedicação governamental em fazer com que o Brasil tenha uma testagem mais rápida e oportuna. “Por exemplo, se você tem um caso na escola e imediatamente testa os alunos da sala e separa os que estão positivos, controla-se a disseminação do vírus”, detalha o especialista.

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