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Covid-19: Comitê do FDA recomenda Pfizer para crianças a partir dos 5 anos

Ao que tudo indica, a diretoria do FDA seguirá a orientação do seu comitê e liberará a vacina da BioNTech para os menores ainda nesta semana.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 27 out 2021, 12h38 - Publicado em 27 out 2021, 12h05

O comitê da Food and Drug Administration (agência reguladora dos Estados Unidos) se reuniu na última terça-feira (26), e votou o pedido de liberação da Pfizer/BioNTech para crianças entre cinco e 11 anos. Com 17 votos a favor, uma abstenção e nenhum contra, a decisão dos integrantes foi favorável ao imunizante ser aplicado na faixa etária indicada.

A notícia é, sem dúvidas, um marco importante para as conquistas relacionadas à vacinação infantil contra Covid-19. Entretanto, ainda é preciso que a recomendação passe pelos responsáveis da FDA para ser oficialmente aprovada e encaminhada para o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. De acordo com o The New York Times, a tendência é que a FDA siga o que foi decidido pelo comitê, como já ocorreu outras vezes.

Ainda que o público infantil seja menos suscetível a contrair a Covid-19 e suas variações, o comitê trouxe um dado importante a ser debatido e o qual influenciou na votação. De acordo com o comitê, mais de 8 mil crianças entre cinco e 11 anos foram hospitalizadas durante a pandemia, e quase 100 foram à óbito.

Houve também a discussão sobre o uso da Pfizer ser recomendado apenas para crianças dentro da faixa etária que tenham algum tipo de comorbidade, como obesidade. A resposta dividiu a opinião dos especialistas, mas no final eles precisaram finalizar seu posicionamento respondendo se as doses destinadas aos pequenos teriam mais riscos ou benefícios na proteção contra Covid-19. Em linhas gerais, eles concluíram que a imunização é mais positiva do que negativa.

Próximos passos soam promissores

É esperado que a FDA chegue a uma conclusão ainda nos próximos dias, com a decisão refletindo em uma reunião do CDC, prevista para terça e quarta-feira, a fim de que eles elaborem as recomendações do calendário da vacinação. Até o momento, estima-se que 28 milhões de crianças receberão duas doses de 10µg, um terço da quantidade prescrita para adolescentes maiores de 12 anos.

A distribuição em alta escala do imunizante será possível em decorrência do planejamento do presidente Joe Biden, que já comprou as doses necessárias à população pediátrica e fará com que elas sejam distribuídas de forma gratuita, por meio de um programa federal, a centros médicos, farmácias e até mesmo escolas que forem transformadas em postos de vacinação.

O Brasil pode se beneficiar da ação! 

No território brasileiro, adolescentes com ou sem comorbidades, maiores de 12 anos, podem receber as duas doses da Pfizer, em um intervalo de 21 dias. A prescrição do imunizante para a faixa etária, igual a dos Estados Unidos, traz a esperança de que ele seja aprovado também por aqui para os menores de cinco a 11 anos.

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Só que para esta ser a nossa realidade, é necessário que a farmacêutica BioNTech submeta um pedido de liberação da vacina no país para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e mostre estudos que comprovam sua segurança e eficácia – como foi o caso da pesquisa que evidenciou que a Pfizer é 90,7% eficiente na proteção contra infecções causadas pelo coronavírus nos menores.

Por enquanto não houve nenhum pronunciamento da Anvisa em relação ao assunto e, segundo nota enviada da agência reguladora para o Estado de S.Paulo, também não há nenhuma previsão de quando o pedido de liberação será feito ou possíveis estudos submetidos.

Vale lembrar que, até o momento, o Brasil não possui nenhuma vacina pediátrica. Quem chegou mais perto de mudar este cenário foi a CoronaVac/Butantan, imunizante produzido pelo Instituto Butantan e que foi submetido ao pedido de liberação para crianças a partir de três anos. A Anvisa negou a requisição e afirmou que os estudos apresentados não eram capazes de comprovar a segurança e eficácia da vacina para os pequenos.

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