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Caxumba: o que é, sintomas e tratamento da doença

A também chamada "papeira" não oferece risco de morte, mas é capaz de levar a complicações como inflamação nos testículos e nos ovários, e até meningite

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 25 out 2023, 16h10 - Publicado em 16 Maio 2016, 17h34

O que é caxumba?

A caxumba (também conhecida como papeira) é provocada por um vírus da família Paramyxoviridae, que costuma circular durante o outono, o inverno e o início da primavera. Daí porque os índices do problema costumam ser mais altos nessas estações.

Sintomas de caxumba

O vírus fica incubado por um período de duas a três semanas no organismo. Depois disso, aparecem os primeiros sinais – febre, dores no corpo e mal-estar. Em seguida, o principal sintoma dá as caras: o aumento das parótidas, glândulas localizadas abaixo das orelhas, perto das mandíbulas. Isso se dá porque o agente infeccioso causador da caxumba tem uma preferência por essas estruturas, assim como pelas glândulas submaxilares e sublinguais.

Embora menos frequentes, outras consequências da infecção são a inflamação dos testículos (orquite) e dos ovários (ooforite), mais comuns em adolescentes e adultos. A doença também pode levar a um quadro de pancreatite (inflamação do pâncreas) e de meningite. Essa última, aliás, costuma acometer as crianças pequenas. “Mas é uma meningite benigna que, na maioria das vezes, nem apresenta sintomas“, garante o infectologista e clínico Paulo Olzon, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Caxumba: diagnóstico e tratamento

A identificação de um quadro de caxumba é baseada, geralmente, nos sinais clínicos da doença. Mas há casos em que o aumento da parótida – o sintoma clássico – não aparece. Daí, é possível detectar o vírus por meio de exames laboratoriais, que medem a presença de anticorpos contra ele.

Quanto ao tratamento da caxumba, o próprio organismo se encarrega de eliminar o agente infeccioso – não há um medicamento para combatê-lo. A terapia é sintomática, sendo indicado apenas repouso e o uso de medicamentos analgésicos e antitérmicos. Mas lembre-se: nada de tomar ou dar remédio ao seu filho por conta própria. Consulte um médico sempre!

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A transmissão do vírus

Muita gente pesquisa na internet como se “pega caxumba”. A principal via de disseminação do vírus é a respiratória, que se dá a partir do contato com as secreções de indivíduos infectados quando eles tossem, espirram ou falam. Tocar em objetos contaminados e levar a mão à boca, ao nariz ou mesmo aos olhos também pode fazer com que o agente infeccioso entre no  organismo. “A transmissão da doença acontece uns três dias antes do surgimento dos sintomas e dura até cinco dias depois”, informa o doutor em pediatria Alfredo Elias Gilio, coordenador da Clínica de Imunizações do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Criança-recebendo-vacina
(Roungroat/Raw Pixel)

Como se prevenir

A melhor arma contra a doença é a imunização. As vacinas que evitam a caxumba são a tríplice viral – que protege contra sarampo, caxumba e rubéola – e a tetra viral, que inclui também a varicela (catapora). Pelo Calendário Nacional de Vacinação, seguido na rede pública, os pequenos devem receber uma dose da tríplice aos 12 meses e uma da tetra viral aos 15 meses.

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Adultos e adolescentes também podem se vacinar, exceto indivíduos com problemas de imunidade e gestantes. É que a vacina é feita com vírus vivo, o que pode trazer complicações a esses dois grupos. Mulheres que pretendem engravidar devem se imunizar no mínimo 15 dias antes da concepção. “É o período que o vírus estaria circulando no corpo”, explica o especialista do Einstein. E atenção, futuras mamães: é importantíssimo se prevenir, pois, embora seja difícil de acontecer, a caxumba pode levar a abortamentos.

Caxumba e esterilidade

Durante muito tempo, acreditava-se que essa enfermidade poderia afetar a fertilidade, devido à inflamação dos ovários ou dos testículos. No entanto, atualmente, a ciência considera que o risco de isso acontecer é baixo. “Não há uma frequência significativa de esterilidade por causa da caxumba”, comenta o infectologista da Unifesp.

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