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9 dúvidas sobre queimadura solar em crianças respondidas por especialistas

Para ninguém perder um dia do verão, saiba como proteger seus filhos do sol e o que fazer em caso de queimadura.

Por Manuela Macagnan
26 dez 2021, 10h00
Criança com protetor solar no ombro
 (BraunS/Getty Images)
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Chegou o verão e está aberta a temporada de piscina, praia e qualquer diversão que possa amenizar o calor. É aí que entra um alerta que não é novo, mas é sempre muito importante: o cuidado com o sol! Afinal, ninguém quer perder dias de férias e brincadeiras com queimaduras, não é? E, no caso de crianças, a atenção precisa ser redobrada, pois a pele delas é mais sensível do que a dos adultos.

E por mais que a gente já saiba que é preciso passar protetor solar e tenha em mente que não é bom expor os pequenos em determinados horários, é sempre bom tirar todas as dúvidas para ninguém sofrer depois. Para te ajudar, conversamos com especialistas para saber direitinho como curtir o calor com segurança e o que fazer caso o pequeno tenha uma queimadura de sol.

1- Em quais horários a criança pode pegar sol?

É importante entender que todos nós precisamos de sol, inclusive os bebês, mas atenção ao horário! “O bebezinho precisa tomar sol para ativar a formação da vitamina D desde o nascimento, principalmente as crianças com icterícia. Bebês devem tomar um banho de sol de 10 a 15 minutinhos, sem roupa, com o sol batendo direto na pele, sem uso de protetor solar”, orienta Fernanda Dias, pediatra do hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo.

“O recomendado é que os bebês peguem sol nos bracinhos e nas perninhas diariamente, nos horários de menor intensidade de radiação ultravioleta B, ou seja, antes das 10h da manhã e depois das 16h”, complementa Vanessa Santos Cunha, professora da Escola de Medicina da PUCRS.

Já as crianças maiores, após os 6 meses de idade, também devem ter exposição ao sol neste mesmo período, mas com uso de protetor solar – o ideal é que ninguém tome sol ao meio-dia, nem nós, adultos.

2- Quando o bebê pode começar a usar protetor solar?

“A partir do sexto mês, o bebê pode usar protetor solar infantil. Todos os que tiverem indicação de ‘infantil’, ‘criança’ e ‘bebê’ são recomendados para o uso nessa faixa etária”, explica Carol Contin, dermatologista pediátrica do Sabará Hospital Infantil, em São Paulo.

3- Qual protetor solar escolher?

Dê preferência aos produtos com fator de proteção mais altos, como o 50 e o 60. “Quando for utilizar pela primeira vez, sempre teste na parte do antebraço, no punho da criança. Passe em um pedacinho pequenininho, espere em torno de meia hora para ver se não tem nenhuma reação alérgica e, então pode passar no corpo do bebê”, ensina a pediatra Fernanda.

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“O protetor solar pode ser aplicado em toda a superfície corporal exposta, inclusive no rosto e nas mãos. Só aqueles pacientes com a pele um pouco mais sensível, o ideal seria passar um hidratante antes e aplicar o protetor por cima, para ser menos agressivo”, orienta a dermatologista pediátrica Carol.

Proteção solar para crianças
(MarKord/Thinkstock/Getty Images)

4- Depois de quanto tempo devo reaplicar o filtro solar?

Teoricamente, o que se testa são duas horas de proteção, ou seja, cada vez que se aplica o filtro, ele garante este tempo de bloqueio, mas isso nem sempre confere com a realidade.

“Na prática, os bebês rolam na areia, tomam banho de piscina, de mar, a gente sua, pega no colo, passa a mão e isso tudo vai removendo o filtro, faz com que ele não seja tão eficiente por duas horas. Por isso, o recomendado é que se exponha o mínimo possível, no máximo meia hora de forma mais direta, como na praia, especialmente para menores de 1 ano. Sendo que menores de 6 meses não devem ir para a praia ou ficar diretamente expostos ao sol”, instrui a professora Vanessa Santos Cunha, da Escola de Medicina da PUCRS.

5- As roupinhas com proteção solar são eficientes?

Sim! De acordo com a professora Vanessa, o uso dessas roupas com fator de proteção solar é até mais indicado do que o uso do protetor solar em creme, que tem substâncias químicas. “Essas roupas conferem uma proteção física bastante boa para as crianças e até para adultos”, indica ela.

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Além disso, é recomendado que a criança use chapéu ou bonezinho com aba mais larga sempre que estiver exposta ao sol. A dermatologista pediátrica Carol completa: “É muito mais seguro usar as roupinhas com proteção UV porque a gente sabe como é difícil ficar reaplicando o filtro, principalmente em crianças”.

6- Quais são os sinais de insolação?

“A criança fica prostrada, desanimada, cansada, com a boquinha seca. Além disso, a pele fica com o turgor (elasticidade) alterado, como se fosse pastosa. Se perceber algum desses sintomas, leve a criança ao pronto-socorro”, alerta Fernanda.

7- O que fazer se a criança se queimar no sol?

Criança bebendo água direto de uma garrafa plástica grande.

A pediatra Fernanda alerta que o principal risco da queimadura de sol é a desidratação nas crianças. “Então é importante oferecer bastante líquido. Se for uma queimadura de sol leve, passar hidratante. Em casos de queimaduras mais graves, como uma insolação, a criança deve ser levada ao pronto-socorro”, explica.

“Se acontecer de ter a queimadura, além de procurar um dermatologista e hidratar a criança por via oral, recomendo o uso de hidratantes específicos para bebês. O ideal é que não tenham cheiro e que sejam dermatologicamente testados. Eles evitam o descascamento da pele, que é o resultado final dessa queimadura solar”, diz Vanessa.

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8- Quais os sinais de que é preciso correr para o médico? 

“Quando a pele estiver muito queimada e a criança tiver os sinais de desidratação, irritabilidade, estiver prostrada, não mostrar interesse por comer e quando tem aquela vermelhidão excessiva da pele e febre”, enumera Fernanda.

“O ideal é deixar a criança bem fresquinha, ofereça muita água e aplique bastante hidratante. Se ela ficar muito sonolenta, pode estar desidratada. Se tiver sinais de bolha na pele ou estiver muito irritada com essa queimadura, o ideal é levar ao pediatra”, conclui a dermatologista pediátrica Carol Contin.

E em alguns casos, também é preciso procurar uma dermatologista. “Às vezes se faz necessário dar alguma medicação via oral, que seja anti-inflamatória, porque a queimadura solar não deixa de ser uma inflamação da pele. E, muitas vezes, vendo precocemente, logo que acontece a queimadura, podemos usar alguns medicamentos que ajudam a diminuir a inflamação causada pela radiação ultravioleta em excesso”, diz a professora Vanessa.

9- O que nunca fazer em caso de queimadura solar?

A pediatra Fernanda é enfática: não recorrer a misturinhas caseiras ou crendices populares. “As pessoas acham que passar pasta de dente ou clara de ovo atenua a lesão, mas não. A clara ainda traz o risco de contaminação por salmonela, e não é bom a criança ser exposta a este tipo de bactéria”, alerta ela.

“Não coloque nada que tenha dúvida: nada que tenha cheiro, cor de creme, nenhum tipo de planta. Temos que ter consciência que uma pele que sofreu queimadura do sol é uma pele que teve a sua barreira de proteção totalmente alterada, então pode ter uma maior absorção de qualquer tipo de substância e ser tóxico, especialmente para um bebê”, finaliza Vanessa. Melhor sempre procurar orientação médica sobre como tratar a criança.

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