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É verdade que protetor solar FPS 30 é suficiente para as crianças?

Não há tanta diferença entre os produtos de fatores mais altos, mas, na hora de comprar, é importante levar em conta o tipo de pele do seu pequeno.

Por Flávia Antunes
Atualizado em 19 fev 2021, 11h45 - Publicado em 30 dez 2020, 09h49

Brincar no verão é uma delícia e, se depender das crianças, elas ficam horas e horas debaixo do sol – ainda mais se as atividades envolverem água e ajudarem a refrescar! Mas sabemos que a exposição aos raios solares pode ser bastante perigosa, principalmente para as peles mais sensíveis.

Por isso, para aquelas maiores de seis meses a regra é clara: devem estar sempre protegidas com filtros solares e, se possível, com barreiras físicas, como as roupas com proteção UV, chapéus e óculos de sol, como aponta a dermatologista Dra. Fabiana Seidl.

No entanto, na hora de garantir a segurança dos filhotes, os pais podem cair no dilema da escolha do melhor produto, porque, além das várias possibilidades de marcas, há também muitas opções de fator de proteção, e nos perguntamos qual numeração é ideal.

Antes de tudo, qual é a diferença entre os fatores de proteção?

Para começo de conversa, vale entender o que quer dizer a palavrinha “FPS” escrita nas embalagens. “O FPS (Fator de Proteção Solar) mede a proteção contra os raios UVB apenas. Significa o número de vezes que o protetor solar vai intensificar a proteção natural da pele do individuo”, explica a dermatologista.

“Por exemplo, se uma pessoa fica ‘vermelhinha’ após uma hora de exposição solar, usando um filtro solar com FPS 30 isso só aconteceria após 30 horas, ou seja, a proteção foi aumentada em 30 vezes”, acrescenta ela.

O fator 30 é suficiente para proteger as crianças do sol?

A verdade é que, apesar do nível de proteção aumentar gradualmente a cada número de FPS, nos fatores mais elevados não há um aumento tão grande assim. “Ou seja, a diferença do 0 para o 30 é muito mais significativa do que nos intervalos acima disso. E vale deixar claro que aplicar o protetor 60 a cada duas horas não é o mesmo que aplicar o 30 de hora em hora”, explica a Dra. Ana Zollner, pediatra e professora do curso de medicina da Unisa.

Assim, a resposta é variável e depende das características da pele de cada criança. “Aquelas com fototipos mais altos (peles mais escuras) possuem uma quantidade maior de melanina, que exerce uma proteção natural contra os raios UV. Portanto, seria necessário um filtro solar com FPS mais baixo em comparação àquelas com fototipos mais baixos (pele mais clara)”, esclarece Fabiana. 

Para a professora da Unisa, o ideal é aplicar nas crianças um filtro solar com fator de, no mínimo 30, mas nunca esquecendo da máxima de reaplicar o produto de duas em duas horas ou depois de se molhar ou suar muito.

“Mesmo se optarem por um FPS mais alto, como 50 ou 70, os pais não devem esperar mais tempo para repassar, pois, na verdade, a finalidade é dar uma proteção maior para uma pele possivelmente mais sensível”, indica Ana.

Na maior parte das vezes, segundo a dermatologista, as queimaduras solares acontecem porque o filtro solar é aplicado apenas antes da exposição ao sol e não repassado ao longo do dia. 

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Outros cuidados para garantir a segurança das crianças no sol

Além da reaplicação constante do protetor, depois de mergulhos e com o passar das horas, é de extrema importância que os horários de exposição ao sol sejam levados em conta. “Sol bom é o até as 10 da manhã e depois das 16 horas”, lembra a pediatra.

Ela ainda reforça o uso de tecidos com proteção UV, blusas de manga comprida e bonés e recomenda que os pais evitem o uso de filtros ditos “caseiros”, mas que não contém os critérios adequados de segurança.

“Quando tiverem dúvida de qual produto e FPS escolher, vale procurar um pediatra ou dermatologista, que poderá orientar o que é necessário para aquela criança. Isso vale principalmente para as que têm peles sensíveis, com dermatite, por exemplo, e que há uma necessidade maior de cuidado”, acrescenta Ana.

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