Teste de fertilidade: como exame identifica problemas reprodutivos
Acompanhamento especializado e simultâneo é necessário para avaliar fertilidade do casal
Quando um casal deseja ter filhos, qualquer demora ou dificuldade para engravidar causa preocupações. O acompanhamento médico especializado serve para orientar famílias e, caso exista algum problema, diagnosticar e buscar soluções para as condições de saúde. Vários tipos de teste de fertilidade podem ser úteis nesse caminho.
Já há testes de fertilidade até nas farmácias – mas tenha cautela. Os exames rápidos não são eficazes isoladamente. É preciso uma avaliação ampla para identificar corretamente eventuais problemas de fertilidade.
Como fazer o teste de fertilidade?
A investigação dos fatores de fertilidade deve ser feita de maneira simultânea entre o casal – as dificuldades podem vir dos gametas de apenas umas das pessoas, ou serem decorrentes da combinação de ambos. O primeiro passo é procurar um médico para realizar exames físicos e clínicos.
Há diferentes tipos de teste conforme o sexo e com o tipo de dificuldade. A infertilidade é considerada uma doença do sistema reprodutor quando, após 12 meses de tentativas – com relações sexuais sem uso de contracepção – não houve gravidez. Mesmo nesses casos, existem soluções: há tratamentos para infertilidade e a reprodução assistida é uma alternativa.
Conheça os principais testes de fertilidade feminina
Além do exame físico e clínico, o médico deve solicitar um histórico dos ciclos menstruais e de gravidezes anteriores. A irregularidade menstrual pode estar relacionada a problemas que afetam a fertilidade. A clamídia, uma infecção sexualmente transmissível, é outro fator que pode prejudicar a fertilização – exames de sangue podem diagnosticar a IST.
Exames de sangue comuns também servem para dosar hormônios importantes, como o FSH (hormônio folículo-estimulante), que causa o amadurecimento dos óvulos, e o LH. Hormônios da tireoide também devem ser levados em conta.
O ultrassom transvaginal, exame de imagem comum nos consultórios ginecológicos, permite visualizar indicativos de endometriose e ver alterações no útero, nas tubas uterinas e nos ovários. Caso uma avaliação mais profunda das tubas uterinas seja necessária, a histerossalpingografia – uma espécie de radiografia – é recomendada.
Em casos específicos, uma biópsia do endométrio pode ser necessária. A videolaparoscopia serve para visualizar – e, por vezes, tratar – cistos e miomas, bem como endometriose.
Um exame que se tornou popular nos últimos anos é a reserva ovariana: é importante destacar que esse teste não é exatamente um marcador de fertilidade. Por meio de ultrassom dos ovários e da dosagem do hormônio anti-mulleriano (AMG), o exame permite saber a quantidade de óvulos restantes – ou seja, quanto menor o número, maior a possibilidade de menopausa precoce. O que não significa, no entanto, um caso de infertilidade.
Testes avaliam fertilidade masculina
O espermograma é o principal exame relacionado à fertilidade masculina. Os espermatozoides são avaliados para identificar a concentração, pH, volume, viscosidade, motilidade, vitalidade e morfologia dos gametas.
Exames de sangue para investigar os hormônios são solicitados tanto para mulheres quanto para homens. A testosterona, o FSH, e o LH são avaliados no teste. Exames de imagem, como ultrassom da bolsa testicular e transretal, identificam inflamações, atrofias, obstruções, dilatação anormal das veias do testículo – condição chamada de varicocele – e outros problemas.
Existem testes mais específicos de função espermática. São uma análise mais aprofundada dos espermatozoides, avaliando a presença de leucócitos, anticorpos e até o DNA dos espermatozoides. Os exames de urina são úteis para analisar se há problemas de ejaculação retrógrada – direcionamento errado dos espermatozoides.
Podem ainda ser solicitados testes genéticos e biópsias testiculares. Estes servem principalmente para casos em que há baixa concentração de esperma.
Como tratar problemas identificados em testes de fertilidade?
Por vezes, cirurgias podem funcionar para corrigir problemas físicos como obstrução nos testículos ou nas tubas uterinas. Se o problema foi a mobilidade do esperma ou problemas relacionados à entrada do gameta no óvulo, técnicas de reprodução assistida podem ajudar.
A desregulação hormonal pode ser tratada com medicações, bem como infecções que prejudicam a fecundação. Mudanças de hábitos, como largar o cigarro e evitar bebidas alcoólicas e manter uma rotina de exercícios e alimentação saudável são pontos fundamentais para ajudar nesse processo.