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Endometriose: quais são os exames para o diagnóstico?

Ultrassom, ressonância magnética, videolaparoscopia...? Saiba o que pode ser solicitado para a investigação do problema

Por Carla Leonardi
17 mar 2023, 15h07

O distúrbio caracterizado pela presença de partes do endométrio fora do útero, normalmente descoberto entre os 20 e 30 anos, pode trazer sintomas incômodos, como cólicas fortes e prolongadas, e até problemas mais sérios, levando à infertilidade quando não tratado. É por isso que o diagnóstico da endometriose é tão importante – mas, afinal, quais são os exames que detectam a doença?

Mariana Rosario, especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia pela Associação Médica Brasileira (AMB), fala sobre eles, mas lembra que cada paciente é única e vai demandar um caminho específico.

Anamnese e exame de toque

“A investigação começa na consulta”, explica a médica, ressaltando as perguntas feitas para avaliar as características da paciente. “Primeiro, a gente descreve o ciclo menstrual, como é o fluxo, se tem cólicas“, entre outros fatores. “E no exame físico, pelo toque, eu avalio dor, espessamento de ligamento, se tem algum cisto… É uma coisa complexa de ser avaliada, mas a gente consegue com muito treinamento”, diz Mariana.

Exame de sangue

É o marcador CA125 que ajuda no diagnóstico da endometriose. Ele é dosado por meio de um exame de sangue e “é o mesmo marcador de alguns tipos de tumores intestinais e ovarianos”, conta a especialista. “Além dele, fazemos dosagens hormonais, principalmente de estradiol, que geralmente apresentam um aumento bem significativo em pacientes com endometriose”, complementa.

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Ultrassom

O ultrassom – sobretudo o transvaginal – é importante para a rotina, mas Mariana alerta que ele nem sempre permite avaliar muito bem as lesões de endometriose, já que não “as enxerga” com facilidade. “Um transvaginal com preparo intestinal feito por uma radiologista treinada em endometriose pode nos dar muitas informações, mas um transvaginal simples não traz muita informação importante”, explica. Ele pode, porém, detectar alguns sinais iniciais a serem investigados com outros exames.

Ressonância magnética

Segundo a ginecologista, a ressonância magnética (exame por captação de imagens tridimensionais e detalhadas) é solicitada quando se vê a necessidade, quando se suspeita de que tenha alguma lesão (seja pelo exame de toque, por algum sinal no ultrassom ou quando os sintomas relatados pela mulher são muito característicos da endometriose).

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Videolaparoscopia

Trata-se de um procedimento que visualiza a cavidade abdominal por meio de uma minicâmera, introduzida por um pequeno corte, feito sob anestesia geral. “Até pouco tempo atrás, a videolaparoscopia era o padrão-ouro, o melhor exame de diagnóstico para a endometriose. Mas hoje nós temos um desenvolvimento maior de exames de imagem e a ressonância pega, muitas vezes, a maioria dos focos”, afirma. Por isso, sua indicação fica mais para casos cirúrgicos ou para aqueles em que não se encontra nada nos outros exames, mas a suspeita permanece.

Abordagem caso a caso

Por fim, a especialista lembra que cada quadro é compatível com seu bloco específico de exames – ou seja, não há um “roteiro” ideal a ser seguido para todas as pacientes. Tudo começa por uma “bela consulta e um bom exame físico para nortear e saber o que vai ser pedido. A partir daí, nós vamos traçando um plano de tratamento”, conclui Mariana.

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