5 dores comuns durante a gravidez e como amenizá-las
Saiba quando elas são até esperadas, quando indicam algum problema mais sério e veja dicas de especialistas para aliviar os incômodos.
Gravidez não é doença, mas não é raro que a mulher se sinta desconfortável. Afinal de contas, o corpo se transforma para que o bebê cresça e se desenvolva. Mais hormônios, mais peso, novo centro de gravidade, uma nova vida crescendo… Ufa!
“Não é regra, mas faz parte da gestação, o problema é quando a dor é aguda, muito incômoda e só piora”, comenta o ginecologista Ricardo Luba, do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros, em São Paulo.
Fatores como estresse, sedentarismo e excesso de peso aumentam as queixas, mas há algumas dores que acompanham grande parte das futuras mães do momento em que o teste dá positivo até o parto. Veja quais são e passe por todos esses estágios sem crise.
1. Cabeça
Primeiro, a boa notícia. Grande parte mulheres com enxaqueca crônica na verdade melhoram enquanto estão grávidas. “Mas algumas experimentam a piora do quadro, assim como as alterações hormonais podem provocar crises em quem não as tem normalmente”, contrapõe Marcos Wengrover Rosa, ginecologista do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre.
A enxaqueca aparece em qualquer período da gravidez por conta de seus gatilhos mais famosos, como excesso de café (ou a falta) e alguns alimentos. Mas mesmo as mais experientes no assunto não devem tomar o remédio de sempre, pois muitos analgésicos são contraindicados para gestantes. O ideal é definir com o médico a melhor abordagem.
Fora isso, quando a barriga começa a aparecer, as alterações de postura e a sobrecarga na coluna são agentes causadores de cefaleia, assim como estresse e cansaço. Há uma situação ainda em que a dor de cabeça é mais preocupante. Mais para a frente, por volta da 28ª semana, quando a dor é na região da nuca ou aparece como uma forte pressão na testa, pode ser sintoma de pré-eclâmpsia, a hipertensão típica da gestação. O quadro é sério e exige atenção médica e tratamento.
2. Cólica
É normal sentir. “É a adaptação do útero ao desenvolvimento da placenta. Ele se contrai enquanto aumenta de tamanho e, por ser um músculo potente, essa contração é sentida como cólica”, comenta Wengrover.
Esse estica-e-puxa dura pelos nove meses, por isso algumas mulheres têm o incômodo mesmo quando o bebê já está maior. Compressas quentes ajudam, mas os médicos podem também indicar antiespasmódicos, como os da cólica menstrual.
O problema é quando a cólica vem acompanhada de sangramento ou é muito severa. “Quando a mulher não fica confortável em nenhuma posição e a dor só piora pode significar uma ameaça de aborto, infecção urinária e outros problemas”, alerta Luba. Na dúvida, melhor checar com o médico.
3. Costas
No terceiro trimestre da gestação, a barriga aumenta consideravelmente de tamanho e peso. É esse o principal motivo das famosas dores lombares que as gestantes sentem. “Geralmente entre a 24ª a 25ª semana, o centro de gravidade do corpo muda e, se a mulher tenta ficar reta, não consegue pois o peso da barriga a faz tombar para a frente”, explica Wengrover.
Para compensar a carga extra, inconscientemente o corpo da mãe “puxa” com as costas o peso para trás, alterando a curvatura da coluna. “Isso causa estresse muscular e a sensação de dor e as sedentárias podem sofrer mais com o despreparo dos músculos”, completa o ginecologista.
Compressas de água quente são bem-vindas, mas a melhor maneira de aliviar o problema é equilibrando a postura. “Pilates e fisioterapia são ótimos, mas mesmo as caminhadas leves já ajudam”, comenta Ricardo Andrade Freire, também ginecologista e obstetra, do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, em São Paulo.
Acupuntura e RPG também são terapias complementares comprovadamente benéficas e recomendadas nesse cenário, mas yoga e pilates estão contraindicados se a mulher já estiver sentido dor.
Em alguns casos, a dor na lombar pode ser o reflexo de uma infecção urinária e até de cálculos renais. Especialmente se for muito aguda, de um lado só ou acompanhada de febre e outros sintomas.
4. Pernas e braços
A sobrecarga também pode se refletir nos membros. Primeiro, porque para acomodar melhor o peso, a gestante tende a caminhar com as pernas um pouco mais abertas, o que sobrecarrega a musculatura.
Fora que, quando o nervo ciático inflama – outra situação possível no final da gravidez – ataca não só a coluna, mas também as pernas. Já o inchaço temporário provocado pela retenção de líquidos provoca incômodo no local e dor nas articulações: cotovelos, joelhos, punhos e por aí vai.
5. Seios
Essa é outra chateação que dá as caras com muita frequência, conforme a mama começa a crescer e se preparar para produzir o leite. Pode surgir já no primeiro trimestre e tende a piorar conforme cresce o tamanho.
“A grande maioria das mulheres sente dor local durante a gestação, mas a intensidade depende de fatores como o tamanho da mama”, comenta Freire. Para amenizar, há sutiãs especiais para gestantes, sem bojo e com sustentação reforçada.
Contudo, se a dor vier acompanhada de vermelhidão e calor na região afetada e febre, pode haver uma inflamação no local. Nesse caso – como em todos os outros – vale a regra: na dúvida, cheque com o seu médico.