Covid-19: Que cuidados tomar na hora de montar a lancheira da criança

Priorizar lanches individuais e enviar um saquinho para guardar a máscara são algumas dicas para tornar a refeição na escola mais segura para os pequenos.

Por Flávia Antunes
Atualizado em 23 ago 2021, 11h36 - Publicado em 22 ago 2021, 10h00
Menina recebendo lancheira das mãos da mãe
 (Dobrila Vignjevic/Getty Images)
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A retomada das aulas presenciais depois de dois anos em pandemia é motivo de entusiasmo para muitos pequenos, que sofreram com a falta de interação com os coleguinhas e com a mudança brusca de rotina. Só que a animação do reencontro não deve substituir a cautela, pois apesar da escola e dos rostinhos conhecidos serem os mesmos, o momento de mundo é outro – e ainda não é hora de flexibilizar os protocolos, mesmo com a imunização avançando.

Neste sentido, os esforços devem ser coletivos. Tanto da instituição que se prepara para receber os alunos em segurança, quanto dos pais, que devem ter atenção à saúde física e mental dos filhos nesta separação da família, além de orientá-los sobre os cuidados a serem tomados fora de casa e pensar em outros detalhes que podem minimizar o risco de contágio pela doença, como a montagem da lancheira.

Pois é, a hora da comidinha é justamente quando a criançada tira a máscara e quando há maior chance do vírus se disseminar, principalmente por partículas de saliva presentes no ar e nas mãos – e por isso merece um olhar atento.

Separamos dicas importantes para a montagem da lancheira da criança:

1) Priorizar lanches individuais

Como as crianças têm o hábito de levar as mãos à boca, uma estratégia é preparar lanches individuais, que não possam ser trocados com os colegas. “Evite alimentos que venham em saquinhos e que possam ser compartilhados, como biscoitos e salgadinhos, porque o colega pode se interessar e querer colocar a mão para pegar um pouco”, indica a pediatra do dr.consulta com especialização em alergia e imunologia Clarissa Gerhardt.

Filipe Prohaska, infectologista do Grupo Oncoclínicas, concorda com a afirmação e justifica que, levar comida de casa limita que a criança manipule outros produtos fora do domicílio, mas reforça o papel crucial da conversa com os pais dentro do lar.

O mais importante é a orientação junto às crianças, explicando que não vão poder trocar o lanche, que vão usar os próprios copos e que, ao beber água e se alimentar, vão precisar retirar a máscara e, neste momento, é preciso ter um distanciamento maior das outras crianças, de pelo menos dois metros”, ressalta.

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2) Evitar comidinhas que façam sujeira

Ainda pensando no contágio pelo vírus ao colocar as mãos na boca, vale evitar alimentos que façam muita sujeira e que possam acabar escorrendo do recipiente, como comidas com molhos ou bolinhos com cobertura, em que a criança acabe lambendo a mão ao comer. 

No caso de sanduíches e outros preparos não industrializados, a pediatra recomenda que os pais envolvam o lanche em papel-filme ou papel alumínio, para facilitar ainda mais a manipulação e minimizar o risco de que caiam na hora que a criança estiver consumindo.

3) Cuidados com a lancheira

De acordo com o infectologista, ao contrário do que se acreditava no começo da pandemia, a transmissão do vírus não ocorre tanto por objetos contaminados e pelos alimentos em si, mas muito mais pelas partículas de saliva presentes no ar ou nas mãos.

Mas embora o contágio através das superfícies seja raro, a pediatra lista uma atitude que pode ser tomada como cautela adicional. “Higienizar a lancheira das crianças com álcool 70% antes do uso e na volta da escola, já que elas costumam deixar o item no chão quando não estão utilizando”, comenta Felipe.

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Além disso, como o pequeno terá que tirar a máscara na hora de comer o lanche, Clarissa aconselha os pais a enviarem dentro da lancheira um saquinho plástico ou reutilizável em que o filho possa guardar o utensílio enquanto come.

O mesmo vale para o álcool em gel, item indispensável e que também pode ser levado dentro de um recipiente separado, para que não entre em contato direto com os alimentos e evite acidentes, caso o líquido escorra.

4) Pais atentos, filhos atentos!

Na faixa etária pré-escolar, o exemplo dos pais e educadores é um dos pilares fundamentais para que as crianças criem hábitos. Neste sentido, o infectologista reforça que os pais treinem com os filhos os protocolos de higiene antes de saírem de casa, como o uso correto da máscara e a higiene das mãos, e relembrem o motivo dessas atitudes.

“É importante mostrar para a criança como manipular, como lavar as mãos e pedir para que faça na frente os adultos, para que eles possam corrigir se necessário. Se for orientada de forma correta, muito provavelmente repetirá na escola”, afirma Filipe. 

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Neste período em que cuidar da imunidade ganhou ainda mais relevância, os especialistas recomendam a escolha de um cardápio nutritivo e balanceado, que priorize legumes e frutas da estação, já que contêm menos agrotóxicos – e, para manter a qualidade dos alimentos perecíveis, Clarissa aconselha o uso de lancheiras térmicas.

“Coloque na lancheira alimentos que favoreçam o sistema imunológico da criança e que tenham todos os grupos alimentares. Uma fruta ou legume; um carboidrato, que pode ser um sanduíche ou bolinho integral; uma proteína, que pode estar presente em um creme de ricota ou um iogurte. E não esquecer da hidratação da criança”, pontua a pediatra.

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