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6 mudanças nas escolas que pais devem prestar atenção para volta às aulas

Para um início de ano letivo presencial seguro, é importante que escolas tenham sido adaptadas a partir de medidas de higienização e distanciamento.

Por Alice Arnoldi
1 fev 2021, 18h04

Ao iniciar o ano de 2021 com a vacinação contra o coronavírus, os brasileiros receberam uma dose de esperança. Em contrapartida, pais com filhos pequenos continuam acompanhando atentamente as informações sobre o retorno das aulas presenciais, com opiniões divididas sobre a decisão ser segura ou não tanto para as crianças quanto familiares que conviverão com elas.

Não conseguir bater o martelo neste momento é totalmente compreensível. De um lado, há os números de contaminados e mortes causadas pela covid-19 voltando a crescer, com governantes oscilando no posicionamento sobre a volta presencial das atividades curriculares. Do outro, existe a consciência dos prejuízos psicológicos às crianças que estão vivendo sua primeira infância com restrições devido ao isolamento social.

Nesta balança que ora pesa mais para um lado, ora para outro, organizações voltadas à saúde infantil continuam a trabalhar em protocolos como guias de alerta tanto para os pais quanto para as próprias instituições de ensino. Este é o caso do documento “Retorno Seguro nas Escolas”, publicado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), na sexta-feira (29).

A partir das recomendações trazidas pela entidade, separamos seis mudanças que devem ser colocadas em prática pelas escolas e observadas pelos pais para que o retorno do público infantil a estes ambientes seja seguro. Veja quais são elas:

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1. Reformulação do espaço escolar

Pensar em manter a estrutura das escolas da mesma maneira que se observava antes da pandemia não será possível. A primeira medida de segurança indicada pela SBP é o reposicionamento das mesas dentro das salas de aula com o distanciamento social de um metro. E para que isso seja possível, dado o número de estudantes por turma, é necessário que as instituições trabalhem com um sistema híbrido de educação e revezamento entre as crianças.

Também é recomendado que os educadores dêem preferência para atividades a céu aberto, com exercícios rotineiros que reforcem a higienização das mãos. Essa limpeza será melhor compreendida pelos menores com a prática de um planejamento sanitário, isto é, aumentando a disponibilidade de pias, sabonetes e álcool em gel nos ambientes escolares. Vale ressaltar que para as crianças que não possuem total destreza para utilizarem o antisséptico sozinhas, ele deve sempre ser manuseado por um adulto.

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Ainda em relação às mudanças físicas, a SBP aconselha a separação dos fluxos de entrada e saída de alunos, além dos profissionais da educação e terceiros para que não ocorra aglomerações nas escolas. Nesta etapa, as sinalizações com placas demonstrando para onde cada um deve ir são bem-vindas.

2. Atenção à saúde mental infantil

Se no início da pandemia falava-se apenas da saúde física da população, o decorrer dos meses pediu um olhar atento dos profissionais da educação para o desenvolvimento psicológico das crianças – presenciamos desde o retrocesso comportamental de muitas até indícios de transtornos psíquicos como depressão e ansiedade.

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Ao ter consciência disto, é necessário que as instituições de ensino programem atividades de acolhimento emocional às crianças. E, mais do que isso, ofereçam treinamento aos educadores para que eles possam reconhecer sinais de que determinados alunos estão sofrendo emocionalmente. Isso facilitará o encaminhamento destes pequenos para especialistas da saúde indicados.

3. Máscara é item fundamental

Quando o assunto é proteção facial e crianças, as recomendações ao redor do mundo variam. A da SBP continua a ser orientar o uso somente para aquelas que têm a partir de dois anos de idade. “Mesmo que elas inicialmente tenham dificuldades com as máscaras, considera-se o potencial pedagógico da atividade, para que aprendam a usá-las em ambiente lúdico e que estimule esse aprendizado”, detalha o documento.

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Já sobre o tipo, a indicação é que a proteção seja de pano, com duas camadas, cobrindo do nariz até o queixo com o cuidado para que ela esteja bem ajustada ao rosto da criança. É importante que se preste atenção também para o tempo de utilização: a máscara deve ser trocada a cada três horas, ou antes caso suje ou fique úmida. O mesmo vale para os adultos.

4. Nada de compartilhamento durante as refeições

E se não é recomendado que crianças dividam materiais, o protocolo de segurança na hora de comer fica ainda mais restrito. A SBP orienta escolas a priorizarem refeições dentro das próprias salas de aula, para que não se tenha aglomeração na ida até o refeitório. Entretanto, caso seja necessário um local específico para a merenda, é necessário que as crianças fiquem a 1,5 metro umas das outras.

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Também é importante que se dê preferência para alimentos que são embalados individualmente (evitando self-service) e o uso de garrafas e copos pessoais para que não se divida os bebedouros.

5. Limpeza redobrada

Ainda que a contaminação por meio de superfícies seja cada vez menos apontada como a mais perigosa por pediatras, escolas são ambientes com grande rotatividade em um curto espaço de tempo. Isso demanda uma higiene redobrada das salas e locais compartilhados pelos alunos.

A SBP classifica a limpeza necessária em três escalas. A primeira é nomeada como “terminal” ou “completa”, quando há a higienização integral da escola após as atividades daquele dia. A segunda é a “concorrente”, realizada durante os intervalos das aulas e principalmente quando ocorre a mudança de turmas. E, por fim, a limpeza “imediata”, isto é, quando há a contaminação do local com sangue, fezes ou outros tipos de secreções.

Para desinfectar as regiões possivelmente contagiosas, a indicação é de água sanitária diluída. Já para a limpeza corriqueira das superfícies, como mesas e cadeiras, o álcool 70% é recomendado. Mas atenção na hora de guardá-lo, pois as crianças não devem ter acesso a ele para evitar acidentes.

6. Preparação para casos suspeitos

Mesmo com todos os cuidados dentro das escolas, casos suspeitos de coronavírus podem surgir em decorrência da flexibilização da quarentena. Esta consciência demanda um ambiente escolar preparado para isolar crianças que comecem a apresentar sintomas da doença durante a aula até que seus pais venham buscá-las. Neste local, profissionais devem estar equipados com EPIs completos: máscara, protetor facial, touca, luvas e capote.

Após a saída do aluno da instituição, tudo o que foi utilizado por ele deve ser higienizado. Mas, ao sabermos que este controle é desafiador ao falarmos de crianças menores, a medida indicada pela SBP é que a escola prepare um comunicado para pais e educadores sobre a suspeita do caso. E, posteriormente, caso haja o teste positivo para covid-19, coloque-se em prática uma quarentena dos contactantes.

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