Quedas foram o acidente que mais levou à internação de crianças em 2022

Entenda quais são as outras causas identificadas com base no DataSUS. Cerca de nove pessoas de 0 a 14 anos perderam a vida em acidentes a cada 24 horas

Por Isabelle Aradzenka
19 Maio 2023, 16h20
Na foto, é possível ver uma criança deitada em cama de hospital. O foco está na mão, com curativo e acesso venoso. O resto da imagem está desfocado. Ela tem a pele branca e os lençóis são claros.
 (Cavan Images/Getty Images)
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Mesmo sob supervisão de um adulto, acidentes com crianças e adolescentes são comuns. Por isso, todo cuidado é pouco… Apenas em 2022, foram registrados no Brasil 109.988 casos de internações de pessoas entre 0 e 14 anos causadas por lesões não intencionais. Os índices, coletados pela organização Aldeias Infantis SOS em colaboração com o Instituto Bem Cuidar, têm como base os dados do DataSUS (departamento de informática do Sistema Único de Saúde).

A pesquisa identificou que 43% dos incidentes graves foram provocados por quedas acidentais, 20% por queimaduras e 10% por acidentes de trânsito. Em relação ao ano anterior, houve uma diminuição dos casos de internação por intoxicação (-11,39%) e sufocação (-4,38%). No entanto, episódios envolvendo armas de fogo e afogamentos aumentaram 19,48% e 7,61%, respectivamente.

Além disso, entre 2020 e 2021, óbitos por lesões não intencionais também aumentaram em 5%. Em média, nove crianças perderam a vida em acidentes a cada 24 horas.

Os acidentes mais comuns em cada idade

De 0 a 1 ano:

Cerca de 5% das internações foram de crianças até 1 ano – um aumento de 2,76% do total de casos em relação a 2021. O principal motivo foram os afogamentos (18,18%), seguido de intoxicações (12,73%), queimaduras (9,03%) e sufocação (2,78%).

De 1 a 4 anos:

Nesta faixa etária, houve 1,48% de acréscimo nos casos de afogamento. No entanto, o total de casos de internação reduziu em 6,27%, principalmente no que se refere às intoxicações.

De 5 a 9 anos:

O grupo de crianças entre 5 e 9 anos representou a segunda maior taxa de internações (34%). Episódios de afogamento e acidentes com armas de fogo aumentaram em 75% e 22%, respectivamente.

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De 10 a 14 anos:

A maior taxa de internações por lesão acidental ocorreu na faixa etária entre 10 e 14 anos (37%). As armas de fogo representaram um aumento expressivo dos casos (27,91%), seguido das queimaduras (14,35%) e quedas (6,51%).

Prevenção de acidente com crianças

Para Erika Tonelli, especialista da Aldeias Infantis SOS, a mudança dos tipos de acidente foi muito significativa. “A precarização das condições de trabalho e a exaustão dos cuidadores podem ter levado à responsabilização de adolescentes pelos cuidados de crianças menores, acarretando os aumentos de acidentes nesta faixa etária”, exemplifica.

Além disso, é possível que o acréscimo no índice de casos envolvendo queimaduras e intoxicações seja resultado de uma maior utilização de álcool ou de produtos de limpeza e da precarização das condições econômicas e sociais. Ainda assim, 90% dos acidentes poderiam ser evitados por meio de ações simples de prevenção, ressalta a organização.

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