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Afinal, quando o bebê aprende o próprio nome?

Especialistas explicam que a média é que o pequeno passe a reconhecer como se chama entre o quarto e nono mês de vida.

Por Alice Arnoldi
9 jun 2021, 17h30

Navegar pelas redes sociais nos últimos meses tem sido sinônimo de se deparar com brincadeiras divertidas realizadas com a criançada. Uma das mais populares e que tem repercutido tanto no Instagram quanto no TikTok é a que os pais chamam várias vezes os filhos, mas sem olhar para eles. A reação dos pequenos é impagável e desperta a curiosidade: afinal, quando os bebês passam a reconhecer o próprio nome? 

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De acordo com Simone Carreiro, neuropediatra e professora da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a maior parte da literatura médica indica que os bebês aprendem o próprio nome entre o sexto e nono mês de vida. “Mas há publicações que apontam que esse reconhecimento pode acontecer antes, entre quatro e cinco meses de idade”, completa a especialista.

Como reforça a fonoaudióloga e pedagoga Mariana Hypólito, esta diferença se dá principalmente porque cada criança tem um ritmo de desenvolvimento. “Isso significa que ela pode apresentar uma habilidade um pouco antes ou um pouco depois que uma outra criança da mesma idade, sem que haja qualquer problema. Mas se até os nove meses, os pais observarem que o bebê não olha ao ser chamado, é importante procurar ajuda de um especialista”, esclarece. 

Virar a cabecinha, sorrisos e muito mais! 

Para saber se o pequeno já está vivenciando o momento em que reconhece como é chamado, os pais devem ficar atentos aos sinais claros que ele demonstrará. A neuropsicóloga Bárbara Calmeto, diretora do Autonomia Instituto, explica que os bebês tendem a reconhecer as vozes das pessoas mais próximas desde o nascimento, já que eles as ouviam desde a gestação.

Com o decorrer dos meses e os estímulos dos pais, este entendimento começa a ser aprimorado até que a criança passa a compreender que é com ela que seus responsáveis estão falando. “Os sinais precoces do reconhecimento do nome são inicialmente a criança virar-se quando chamada. Posteriormente, ela faz contato visual, sorri, balbucia ou até mesmo dirige-se à pessoa que a está chamando”, enumera Simone.

A fim de que este processo ocorra gradativamente e dentro do período esperado, as duas especialistas ressaltam que é importante os pais conversarem com frequência com os filhos, citando seu nome, e terem cuidado com o excesso de apelidos nesta fase. O mesmo vale para quando os adultos chamam os pequenos apenas de ‘meu bebê’.

Mais tarde, quando a visão estiver mais desenvolvida, Simone também aconselha os pais a usarem de recursos visuais para estimular o reconhecimento do próprio nome, como mostrar uma foto do pequeno para ele e reforçar como ele é chamado por meio dela.

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Sinais que precisam de atenção dos pais

Com a preocupação de que o desenvolvimento do bebê não esteja dentro do esperado, pais podem ficar preocupados caso o filho não responda a todas as vezes que é chamado pelo nome. Entretanto, Bárbara explica que isso é normal quando ele está concentrado em algo, como um desenho ou uma brincadeira nova.

“O que temos que avaliar é o percentual de oportunidades, isto é, o número de vezes que chamamos esta criança e a quantidade que ela corresponde. Uma orientação que dou às famílias é chamá-la por dez vezes, em momentos variados do dia, e anotar quantas ela olha para os pais. A literatura mostra que de 75% a 85% das vezes, a criança busca quem a está chamando”, detalha a neuropsicóloga.

Caso os adultos façam esse acompanhamento e percebam que o retorno dos pequenos está muito menor do que o esperado, é fundamental buscar por ajuda especializada para que se tenha uma análise da situação e o profissional possa descartar algum transtorno ligado ao não discernimento da própria identidade.

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“O ato de não reconhecer o próprio nome, principalmente em associação a outros sinais clínicos, pode estar relacionado a deficiências auditivas, assim como a transtornos de neuro desenvolvimento, como por exemplo o Transtorno de Espectro Autista (TEA)“, esclarece a neuropediatra.

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